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Java e Orientação a Objetos > Ferramentas: JAR e Javadoc

Ferramentas: JAR e Javadoc

"Perder tempo em aprender coisas que não interessam priva-nos de descobrir coisas interessantes." -- Carlos Drummond de Andrade

Ao final deste capítulo, você será capaz de:

Arquivos, bibliotecas e versões

Assim que um programa fica pronto, é meio complicado enviar dezenas ou centenas de classes para cada cliente que quer utilizá-lo.

O jeito mais simples de trabalhar com um conjunto de classes é compactá-lo em um arquivo só. O formato de compactação padrão é o ZIP com a extensão do arquivo compactado JAR.

O arquivo .jar

O arquivo JAR, ou Java ARchive, tem um conjunto de classes (e arquivos de configurações) compactado, no estilo de um arquivo zip. O arquivo jar pode ser criado com qualquer compactador zip disponível no mercado, inclusive com o programa jar que vem junto com o JDK.

Para criar um arquivo JAR do nosso programa de banco, de nome banco.jar, basta ir ao diretório em que estão contidas as classes dos pacotes br.com.caelum.util e br.com.caelum.banco e usar o comando a seguir:

jar -cvf banco.jar br/com/caelum/util/*.class br/com/caelum/banco/*.class

Com o intuito de usar esse arquivo banco.jar para rodar o TesteDoBanco, basta rodar o java com o arquivo jar como argumento:

java -classpath banco.jar br.com.caelum.contas.main.TesteDoBanco

Para adicionar mais arquivos .jar que podem ser bibliotecas ao programa, basta rodar o Java da seguinte maneira:

java -classpath biblioteca1.jar;biblioteca2.jar NomeDaClasse

Lembre-se de que o ponto e vírgula utilizado só é válido em ambiente Windows. Em Linux, Mac e outros Unix, utiliza-se os dois pontos (varia de acordo com o sistema operacional).

Há também um arquivo de manifesto que contém informações do seu JAR como, por exemplo, qual classe ele rodará quando o JAR for chamado. Mas não se preocupe, pois, com o Eclipse, esse arquivo é gerado automaticamente.

Bibliotecas

Diversas bibliotecas podem ser controladas de acordo com a versão por estarem sempre compactadas a um arquivo .jar. Basta verificar o nome da biblioteca (por exemplo log4j-1.2.13.jar) para descobrir a sua versão.

Então, é possível rodar dois programas ao mesmo tempo, cada um utilizando uma versão da biblioteca por meio do parâmetro -classpath do Java.

Criando um .jar automaticamente

Existem diversas ferramentas que servem para automatizar o processo de deploy, que consiste em compilar, gerar documentação, bibliotecas, etc. As duas mais famosas são o ANT e o MAVEN, ambas são projetos do grupo Apache.

O Eclipse pode gerar facilmente um JAR, porém, se o seu build é complexo e precisa preparar e copiar uma série de recursos, as ferramentas indicadas acima têm sofisticadas maneiras de rodar um script batch.

Gerando o JAR pelo Eclipse

Neste exemplo, geraremos o arquivo JAR do nosso projeto a partir do Eclipse:

É comum dar um nome mais significativo aos JARs, incluindo nome da empresa, do projeto e versão, como caelum-banco-1.0.jar.

Javadoc

Como saberemos o que cada classe tem no Java? Quais são seus métodos, o que eles fazem?

E, a partir da internet, você pode acessar por meio do link: http://download.java.net/jdk8/docs/api/index.html

No site da Oracle, você pode (e deve) baixar a documentação das bibliotecas do Java, frequentemente referida como Javadoc ou API (sendo na verdade a documentação da API).

 {w=100}

Nessa documentação, no quadro superior esquerdo, você encontra os pacotes e, no inferior esquerdo, está a listagem das classes e interfaces do respectivo pacote (ou de todos, caso nenhum tenha sido especificado). Ao clicar em uma classe ou interface, o quadro da direita passa a detalhar todos atributos e métodos.

Repare que métodos e atributos privados não estão aí. O importante é documentar o que sua classe faz, e não como ela o faz: detalhes de implementação, como atributos e métodos privados, não interessam as pessoas desenvolvedoras que usarão a sua biblioteca (ou, ao menos, não deveriam interessá-las).

Você também consegue gerar esse Javadoc a partir da linha de comando digitando: javadoc.

Gerando o Javadoc

Para gerar o Javadoc a partir do Eclipse, é muito simples. Siga os passos abaixo:

Para colocarmos comentários na documentação, devemos adicionar o texto ao código sob forma de comentário, abrindo-o com /** e fechando-o com */ e, nas outras linhas, apenas colocando *. Também podemos definir outras informações nesse texto, como: autor, versão, parâmetros, retorno, etc. Adicione alguns comentários ao seu projeto como abaixo:

    /**
     * Classe responsável por moldar as Contas do Banco
     *
     * @author Manoel Santos da Silva
     */

    public class Conta{
        ...
    }

Ou adicione alguns comentários em algum método seu:

    /**
     * Metodo que incrementa o saldo.
     * @param valor
     */

    public void deposita(double valor) {
        ...
    }

Veja como ficou:

 {w=100}

Exercícios: JAR e Javadoc

  1. Gere um JAR do seu sistema com o arquivo de manifesto. Execute-o com java -jar:

    java -jar caelum-banco-1.0.jar

    Se o Windows ou o Linux foi configurado para trabalhar com a extensão .jar, basta você dar um duplo clique no arquivo que ele será executado (o arquivo Manifest será lido para que este descubra qual é a classe com main que o Java deve processar).

  2. Gere o Javadoc do seu sistema. Para isso, vá ao menu Project e, depois, à opção Generate Javadoc se estiver na perspectiva Java. Se não, dê um clique com o botão direito no seu projeto, escolha Export, depois, javadoc e siga o procedimento descrito na última seção deste capítulo.

    Independente da perspectiva que utilizar no Eclipse, você também pode usar o Ctrl + 3 e começar a escrever Javadoc até que a opção de exportar o Javadoc apareça.

Interface versus implementação novamente!

Repare que a documentação gerada não mostra o conteúdo dos métodos nem atributos e métodos privados! Isso faz parte da implementação, e o que importa para quem usa uma biblioteca é a interface: o que ela faz.

Importando um JAR externo

Já sabemos como documentar nosso projeto e gerar um JAR para distribuí-lo, mas ele ainda não tem uma interface gráfica do usuário. Se quisermos rodar o nosso sistema, temos de executá-lo pelo terminal com os valores hard-coded. Seria mais interessante se tivéssemos uma interface mais amigável para que o usuário pudesse interagir com o nosso sistema. Ao mesmo tempo, não queremos nos preocupar nesse momento em criar todas as classes a fim de representar essa interface gráfica, queremos apenas utilizar algo já pronto.

Para isso, importaremos uma biblioteca externa. O próprio Eclipse já nos dá suporte para a importação de JARs. Para fazer isso, basta ir no menu Project -> Properties, selecionar a opção Java Build Path, depois selecionar a aba Libraries e, finalmente, clicar no botão Add External Jars.... Agora é só selecionar o JAR a ser importado e clicar em Open. Aperte em Ok novamente para fechar a janela de importação e pronto! Nossa biblioteca já está disponível para ser utilizada.

Exercícios: Importando um JAR

  1. Importemos um JAR que contém a interface gráfica do usuário para o nosso sistema de contas.

    • Vá no menu Project -> Properties;
    • Selecione a opção Java Build Path;
    • Selecione a aba Libraries;
     {w=60}
    • Clique no botão Add External Jars...;

    • Selecione o arquivo fj11-lib-contas.jar localizado na pasta dos arquivos dos cursos/11;

    • Clique no botão Ok para fechar a janela de importação.

  2. Para verificarmos se a importação deu certo, chamaremos uma classe da biblioteca importada para exibir uma janela de boas-vindas.

    Crie uma classe TestaJar no pacote br.com.caelum.contas.main.

    Crie também o método main.

  3. Dentro do método criado, invocaremos o método main da classe OlaMundo, que existe no JAR importado. Seu código deve ficar dessa maneira:

    package br.com.caelum.contas.main;
    
    import br.com.caelum.javafx.api.main.OlaMundo;
    
    public class TestaJar {
    
    public static void main(String[] args) {
        OlaMundo.main(args);
    }
    }

    Não esqueça de importar a classe OlaMundo do pacote br.com.caelum.javafx.api.main. Use o atalho Ctrl + shift + O.

  4. Execute a sua aplicação e veja se apareceu uma janela de boas-vindas como a seguinte:

     {w=50}

Manipulando a conta pela interface gráfica

Agora que já importamos o JAR que contém a interface gráfica, daremos uma olhada na primeira tela do nosso sistema:

 {w=70}

Nessa tela, percebemos que temos botões para as ações de criação de conta, saque e depósito, os quais devem utilizar a implementação existente em nossa classe Conta.

Se quisermos visualizar a tela, podemos criar um main que chamará a classe TelaDeContas responsável pela sua exibição:

package br.com.caelum.contas.main;

import br.com.caelum.javafx.api.main.TelaDeContas;

public class TestaContas {

    public static void main(String[] args) {
        TelaDeContas.main(args);
    }
}

Ao executarmos a aplicação, ocorrerá um erro:

 {w=70}

Mas por que esse erro ocorreu? A tela precisa conhecer alguém que saiba executar as ações de saque e depósito na conta e que consiga buscar os dados da tela para popular a conta. Como não temos ninguém para fazer isso ainda, ocorreu o erro.

Então, criaremos a classe ManipuladorDeContas, que será responsável por fazer esta "ponte" entre a tela e a classe de Conta:

package br.com.caelum.contas;

public class ManipuladorDeContas {

}

Agora, ao executarmos a aplicação, veremos que a tela aparece com sucesso:

 {w=70}

E se tentarmos clicar no botão de criação de conta? Também ocorre um erro!

 {w=70}

Dessa vez, o erro indica que falta o método criaConta dentro da classe ManipuladorDeContas. Vamos, então, criá-lo:

public class ManipuladorDeContas {

    public void criaConta(){
        Conta conta = new Conta();
        conta.setAgencia("1234");
        conta.setNumero(56789);
        conta.setTitular("Batman");
    }
}

Para conseguirmos obter as informações da tela, todos os métodos que criaremos precisam receber um parâmetro do tipo Evento, o qual conterá as informações digitadas. Apesar de não utilizarmos esse parâmetro, precisamos recebê-lo.

import br.com.caelum.javafx.api.util.Evento;

public class ManipuladorDeContas {

    public void criaConta(Evento evento){
        Conta conta = new Conta();
        conta.setAgencia("1234");
        conta.setNumero(56789);
        conta.setTitular("Batman");
    }
}

Se tentarmos executar a aplicação e clicar no botão Criar conta, veremos que não ocorrerá mais nenhum erro, mas, ao mesmo tempo, os dados da conta não são populados na tela. Isso acontece pois a variável conta é apenas local, ou seja, ela só existe dentro do método criaConta. Além disso, se quiséssemos depositar um valor na conta, em qual conta depositaríamos? Ela não é visível para nenhum outro método!

Precisamos que essa variável seja um atributo do ManipuladorDeContas. Vamos alterá-la:

import br.com.caelum.javafx.api.util.Evento;

public class ManipuladorDeContas {

    private Conta conta;

    public void criaConta(Evento evento){
        this.conta = new Conta();
        this.conta.setAgencia("1234");
        this.conta.setNumero(56789);
        this.conta.setTitular("Batman");
    }
}

Testando agora, conseguimos ver os dados da conta na tela!

 {w=70}

Só falta criarmos os métodos saca e deposita. Começaremos implementando o método deposita. Nele precisamos do valor digitado pelo usuário na tela, e é para isso que serve a classe Evento. Se quisermos buscar um valor do tipo double, podemos invocar o método double passando o nome do campo que queremos recuperar como parâmetro. Com o valor em mãos, podemos, então, passá-lo ao método desejado. Nosso método fica:

import br.com.caelum.javafx.api.util.Evento;

public class ManipuladorDeContas {

    // ...

    public void deposita(Evento evento){
        double valorDigitado = evento.getDouble("valor");
        this.conta.deposita(valorDigitado);
    }
}

Podemos fazer a mesma coisa para o método saca:

import br.com.caelum.javafx.api.util.Evento;

public class ManipuladorDeContas {

    // ...

    public void deposita(Evento evento){
        double valorDigitado = evento.getDouble("valor");
        this.conta.deposita(valorDigitado);
    }

    public void saca(Evento evento){
        double valorDigitado = evento.getDouble("valor");
        this.conta.saca(valorDigitado);
    }
}

Agora conseguimos rodar a aplicação e, em seguida, clicar nos botões de saque e depósito que o saldo é atualizado com sucesso!

 {w=70}

Exercícios: mostrando os dados da conta na tela

  1. Crie a classe ManipuladorDeContas dentro do pacote br.com.caelum.contas. Repare que os pacotes br.com.caelum.contas.main e br.com.caelum.contas.modelo são subpacotes do pacote br.com.caelum.contas, portanto o pacote br.com.caelum.contas já existe. Para criar a classe neste pacote, basta selecioná-lo na janela de criação da classe:

     {w=70}

    A classe ManipuladorDeContas fará a ligação da Conta com a tela, por isso precisaremos declarar um atributo do tipo Conta.

  2. Na classe ManipuladorDeContas, crie o método criaConta que recebe como parâmetro um objeto do tipo Evento. Instancie uma conta para o atributo conta e coloque os valores de numero, agencia e titular.

  3. Com a conta instanciada, agora podemos implementar as funcionalidades de saque e depósito. Crie o método deposita, que recebe um Evento, classe que retorna os dados da tela nos tipos que precisamos. Por exemplo, se quisermos o valor a depositar, sabemos que ele é do tipo double e que o nome do campo na tela é valor .

    Dica: a classe Evento tem o método getDouble(), que retorna o conteúdo desse campo. Então, use getDouble(“valor”) quando precisar obter o conteúdo do campo valor.

  4. Crie agora o método saca. Ele também deve receber um Evento nos mesmos moldes do deposita.

  5. Precisamos agora testar nossa aplicação. Crie a classe TestaContas dentro do pacote br.com.caelum.contas com um main. Nela importaremos o main da classe TelaDeContas, que mostrará a tela de nosso sistema. Não se esqueça de fazer o import dessa classe!

    Dica: para executar a tela da nossa aplicação, o método estático main da classe TelaDeContas deve ser invocado dentro do método main da classe TestaContas que você está criando agora.

    Rode a aplicação, crie a conta e tente fazer as operações de saque e depósito. Tudo deve funcionar normalmente.