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Novas habilidades surgem, e antigas se renovam, proporcionando novos desafios e oportunidades. Este é um movimento contínuo, mas que foi impulsionado pelas recentes transformações da tecnologia. Por isso, abordamos duas tendências no mercado tech: Reskilling e Upskilling, apresentando o que são, as diferenças e as principais ações.
A mudança de cargos e o desenvolvimento de habilidades multidisciplinares através das estratégias de Upskilling e Reskilling é um movimento crescente dentro das empresas, segundo a pesquisa Future of Jobs de 2020, produzida pelo World Economic Forum.
Cada dia mais profissionais buscam sair de sua zona de conforto e desenvolvem habilidades que extrapolam a especificidade. Agregam, assim, visões diversas e complementares aos conhecimentos recém-adquiridos.
O próprio desenvolvimento de profissionais em T (ou profissionais T-shaped) pressupõe essa amplitude de conhecimento. Reforça, dessa forma, a ideia de uma especialização em determinados campos de saberes, para o que Reskilling e Upskilling podem contribuir.
Por isso, veremos a seguir mais detalhes sobre Upskilling — o que é, qual a importância e muito mais. Assim como saberemos mais a respeito do Reskilling — o que é, para que serve e como implementar nas empresas. Confira neste artigo o que significam Reskilling e Upskilling para o futuro dos negócios.
Upskilling é o desenvolvimento ou aperfeiçoamento de habilidades, competências e conhecimentos que uma pessoa já possui nas áreas em que está inserida. Portanto, é um aprimoramento do domínio sobre esses assuntos, visando sua expansão ou atualização.
Esse processo pode ser tanto por iniciativa pessoal, quanto por iniciativa da empresa.
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No ambiente corporativo, por exemplo, é comum que se utilize o Upskilling como um critério de promoção. Mas também é recorrente que, ao surgir uma oportunidade, a empresa ou os colaboradores e colaboradoras proponham um investimento em upskill.
Ainda, pode se aplicar o Upskilling como ferramenta na etapa recrutamento e seleção.
Sobretudo em um mercado que, como o de tecnologia, sofre com a falta de pessoas com qualificação e senioridade, upskilling, assim como reskilling, é uma estratégia que torna as organizações mais competitivas.
Afinal, ao investir para que um colaborador ou uma colaboradora acelere sua formação em uma competência, a empresa ganha com o engajamento e o preenchimento de uma posição antes vaga; assim como os colaboradores e colaboradoras ganham com a oportunidade de crescimento.
O termo “digital upskilling” se refere ao processo de adquirir novas habilidades e conhecimentos relacionados às tecnologias digitais e à transformação digital.
À medida que a tecnologia continua a evoluir e a se integrar cada vez mais em várias áreas da vida pessoal e profissional, a necessidade de dominar as habilidades digitais se torna essencial.
O digital upskilling envolve aprender e desenvolver habilidades relevantes para a era digital, o que pode incluir: a compreensão de ferramentas e plataformas digitais, habilidades de programação, análise de dados, uso eficaz de mídias sociais, conhecimento de segurança cibernética e muito mais.
Reskilling é o aprendizado de novas habilidades e competências, a capacidade de adaptação para o exercício de novas funções ou o conjunto de estratégias organizacionais para o desenvolvimento e requalificação de pessoas. O termo vem do verbo em inglês Reskill, que significa requalificar.
Enquanto algumas demandas aumentam, outras diminuem. Sendo assim, o Reskilling permite que as pessoas transitem em diferentes áreas para atender às necessidades emergentes, o que gera oportunidades de atuação.
O Reskilling também dialoga com outra tendência: a realocação interna. Segundo pesquisa do LinkedIn em 2021, colaboradores e colaboradoras de organizações que promovem mais a mobilidade interna permanecem com a empresa por 2x mais tempo.
Talvez você atue em uma empresa que anuncia as vagas para colaboradores e colaboradoras antes de torná-las públicas. Caso não, é provável que já tenha visto essa estratégia em outras empresas. Isto acontece, porque quando a pessoa, ativamente, quer mudar de área e recebe um incentivo da empresa, ela fica mais feliz, engaja mais, produz mais e permanece mais tempo com a organização.
Ademais, segundo a pesquisa Future of Jobs, citada anteriormente, “uma quantidade significativa de líderes entendem que reskilling [...] é tanto positivo em custo benefício, quanto oferece bons resultados a médio e longo prazo - não apenas para a empresa, mas também para o benefício da sociedade”.
A diferença entre Reskilling e Upskilling é a área de desenvolvimento da pessoa, isto é, se a formação é horizontal, quando relativa a novos conhecimentos ou áreas, ou vertical, quando relativa à mesma área ou grupo de competências. Reskilling, então, é uma requalificação (ou reciclagem), enquanto Upskilling é uma especialização ou um aprofundamento do domínio.
O conceito de Reskilling é comumente associado ao conceito de Accountability. E já vamos entender o porquê.
A autora Carolyn Taylor, em seu livro “Accountability @work” define Accountability como a “habilidade de uma pessoa ou grupo em entregar o que outras pessoas esperam. A responsabilidade, por outro lado, é mais genérica e não se baseia nesse relacionamento de via dupla”.
Accountability, portanto, se relaciona às expectativas que ambas as partes criam: empresas, colaboradores e colaboradoras. Justamente por isso, pode ser considerada dentro da visão de cultura organizacional. Mas como ela se relaciona ao Reskilling?
Reskilling e Accountability andam em conjunto, porque o Reskilling pode fazer parte de uma estratégia de compromisso entre as organizações e as pessoas que trabalham nela.
Não se espera que as pessoas saibam tudo, inclusive porque o conhecimento se renova constantemente. O que se espera é que, quando uma pessoa se compromete a aprender algo novo, porque a empresa, por exemplo, precisa de alguém que realize determinada função, ela se esforce para esse fim.
A empresa, no entanto, também deve assumir a responsabilidade de motivar colaboradores e colaboradoras, engajando-os. Construir uma cultura de aprendizado é um grande passo para isso.
De outra via, se a empresa se compromete a recompensar a pessoa pelo seu esforço, o esperado é que cumpra com o acordo. Essa recompensa pode ser um reconhecimento interno, a mudança de posição horizontalmente e até mesmo promoções.
Segundo a pesquisa realizada pelo LinkedIn, foram prioridades, em 2021, nas áreas de Learning & Development (Aprendizado e Desenvolvimento):
Investir em aprendizado, portanto, é uma tendência em todos os setores. No entanto, para empresas de tecnologia, é um diferencial competitivo.
Como mencionado antes, o mercado tech é um mercado que enfrenta a escassez de talentos. A demanda por profissionais aumentou muito nos últimos anos.
Saiba mais sobre o assunto em nosso Podcast: Hipsters Ponto Tech #293 — Escassez de Profissionais de Tecnologia e um Manifesto para o Mercado
Em contrapartida, o desenvolvimento de profissionais não caminhou na mesma velocidade, de modo que as empresas brasileiras competem não apenas entre si, como também com empresas de fora.
E se as empresas apoiassem quem as apoia? E se desenvolvessem quem já atua com elas?
Treinar pessoas é o futuro, porque talentos nem sempre surgirão na mesma proporção que a demanda. Porém, há talentos latentes, que precisam ser trabalhados, mas que podem gerar ótimos resultados.
Quando a empresa opta por investir em capacitação, conquista as pessoas e mostra, ainda mais, que está preparada para as mudanças. E isto vale para empresas de todos os portes e nichos.
O papel do RH ou do setor de T&D, quando há essa divisão, é central para as estratégias de Upskilling e Reskilling. Cabe a ele, assim, compreender como a necessidade da empresa e dos times pode se transformar em uma estratégia de educação corporativa.
A partir da análise dos gaps da organização, é possível estruturar um programa de desenvolvimento de competências que considere o Upskill e o Reskill de pessoas.
Outro ponto importante é avaliar como esse desenvolvimento estará atrelado aos planos de carreira e de mobilidade interna.
Veja, por exemplo, como a Suzano mapeia competências e desenvolve um plano de Skills Management:
Como vimos, os programas de upskilling e reskilling são muito importantes para o sucesso de empresas e profissionais em um ambiente que está em constante evolução.
Essa estratégia não apenas promove o crescimento e o sucesso individual das pessoas colaboradoras, mas também fortalece a resiliência e a competitividade das organizações no mercado global.
A seguir, elencamos algumas das principais vantagens associadas ao investimento nos programas de reskilling e upskilling:
Identificar as habilidades que precisam ser aprimoradas por meio de upskilling ou reskilling requer uma abordagem estratégica e bem fundamentada. Confira a seguir alguns passos a serem considerados:
Ao combinar essas abordagens, você estará em uma posição melhor para identificar as habilidades específicas que precisam ser aprimoradas.
É importante abordar essa identificação como um processo contínuo e adaptável, para garantir que as equipes permaneçam relevantes e atualizadas.
Leia também: Gestão de competências: uma ferramenta para impulsionar o desenvolvimento de pessoas nas empresas
Como vimos, ações de Reskilling e Upskilling são estratégias que as empresas podem adotar para se diferenciar no mercado, preencher vagas de maior senioridade ou com poucos profissionais com qualificação, além de engajar colaboradores e colaboradoras.
A seguir, reunimos algumas formas de colocar em prática os planos de capacitação e desenvolvimento de profissionais.
A primeira sugestão é implementar treinamentos corporativos, os quais podem ser pensados a partir dos seguintes critérios:
O primeiro passo, portanto, é entender o objetivo do treinamento que se oferecerá.
Algumas empresas, por exemplo, criam programas para o desenvolvimento de lideranças no formato coletivo e para diversas áreas. Outras, buscam treinamentos para capacitar uma pessoa em uma nova linguagem de programação.
A partir da compreensão do que se deseja desenvolver e de quem se deseja desenvolver, é o momento de buscar alternativas.
A capacitação em Reskilling e Upskilling será feita internamente ou contratada junto a uma empresa? Será realizada no ambiente virtual ou presencialmente? Qual será o tempo de duração?
Quando pensamos em treinamentos corporativos isoladamente, porém, a depender da magnitude da proposta (sobretudo quantas pessoas serão alcançadas), manter o controle sobre quem está recebendo esse apoio e até mesmo o engajamento das pessoas se torna mais difícil.
Por isso, trazemos outras duas alternativas: universidades corporativas e soluções de educação corporativa.
As universidades corporativas conquistaram times de Recursos Humanos e T&D. Afinal, universidades corporativas são espaços internos em que as empresas disponibilizam treinamentos, cursos, capacitações para colaboradores e colaboradoras.
Por serem estruturas internas, há maior liberdade sobre o que disponibilizar, o direcionamento do conteúdo, a carga horária, se haverá testes e até mesmo a possibilidade de acompanhar o engajamento.
O problema é que essa estrutura nem sempre é fácil de implementar. E mesmo quando se cria a estrutura desejada, é preciso investir tempo em planejamento de cursos, gravações, acompanhamento.
Especificamente no mercado de tecnologia, é preciso contar com pessoas que tenham conhecimento especializado e disponibilidade para ministrar esses conteúdos.
O que muitas empresas optam por fazer, nesses casos, é manter uma universidade corporativa em paralelo a ações com soluções de educação corporativa externas. Assim, conseguem oferecer diferentes treinamentos, garantindo a qualidade da capacitação.
Existem diversas soluções de educação corporativa no mercado. A melhor para a sua empresa, porém, dependerá de dois elementos básicos:
Acerca dos cursos, é preciso pensar em quais as áreas que mais precisam de apoio na sua empresa. Por exemplo, se a área de tecnologia está com alta demanda de profissionais e há oportunidade de Reskilling e Upskilling, a organização poderá se beneficiar bastante de soluções de educação corporativa na área tech.
Se mais de uma área pode se beneficiar da capacitação, então o ideal é procurar uma solução abrangente. Cursos como Ciência de Dados e Soft Skills, por exemplo, são temas que abrangem toda a empresa.
Quanto aos benefícios, a solução de educação corporativa deve ser parte da sua estratégia. Portanto, a melhor para você será aquela que consiga se inserir no dia-a-dia dos times que vão realizar os cursos e dos times que vão acompanhar o engajamento.
Se a sua organização não disponibiliza de pessoas para a gestão do desempenho em treinamentos e capacitações, há soluções que oferecem esse serviço de acompanhamento. Assim, a empresa recebe relatórios e pode tomar decisões a partir da análise encaminhada.
Acima de tudo, a solução precisa trazer eficiência e contribuir com os resultados que você deseja.
Medir o retorno do investimento (ROI) em iniciativas de upskilling e reskilling pode ser desafiador, mas é fundamental para avaliar a eficácia desses programas. A seguir, listamos alguns passos que podem ajudar:
Vale lembrar que medir o ROI em upskilling e reskilling pode ser complexo, pois nem todos os resultados são facilmente quantificáveis. Por isso, apostar em uma abordagem que combine dados quantitativos e qualitativos, pode ser mais eficaz para obter uma compreensão completa do valor gerado por essas iniciativas.
*Quer saber o resultado de suas ações em Reskilling e Upskilling? Veja [como calcular o ROI de treinamentos corporativos](https://www.alura.com.br/empresas/artigos/como-medir-o-roi-dos-treinamentos-online-na-sua-empresa
Ainda que os programas de upskilling e reskilling sejam benéficos para profissionais e empresas, também existem alguns obstáculos na sua implementação. Confira a seguir, alguns dos principais desafios enfrentados ao implementar esses programas:
Apesar desses desafios, muitas organizações estão implementando programas de upskilling e reskilling com sucesso, abordando essas questões de maneira estratégica e colaborativa.
Reconhecer esses desafios e planejar soluções antecipadamente é fundamental para garantir que os programas sejam eficazes e benéficos para todos os envolvidos.
Abordar Reskilling e Upskilling nos conduz, enfim, a refletir também sobre quais Soft Skills e Hard Skills são tendências ou necessidades nos processos de capacitação.
Por isso, trazemos as Skills mais proeminentes, conforme a pesquisa Future of Jobs 2020.
A pesquisa aponta que, até 2025, terão destaque skills relacionadas a pensamento crítico, análise e resolução de problemas complexos, além de habilidades de autogestão, como aprendizado ativo, resiliência, tolerância ao estresse e flexibilidade.
As top 11 Soft Skills levantadas foram:
Veja mais sobre essas habilidades em um artigo sobre soft skills.
No que se refere às Hard Skills, as habilidades mais desenvolvidas em transições e Reskilling, foram:
Já as 10 Hard Skills para o futuro são:
Pelos resultados obtidos na pesquisa do Work Economics Forum, estima-se que cerca de 40% das pessoas precisarão de Reskilling. Em contrapartida, 94% dos líderes esperam que liderados e lideradas desenvolvam novas habilidades.
Reskilling e Upskilling, portanto, são uma tendência inegável.
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