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Não é novidade que as empresas, especialmente da área da tecnologia, prezam por agilidade e alta produtividade. No entanto, nem sempre o conceito de produtividade é interpretado de uma forma saudável.
Em muitos casos, a organização e os processos dão lugar a uma operação sob estresse e à exigência por alta performance a todo custo.
As consequências disso podem ser contrárias às metas que a própria organização traçou. Afinal de contas, o resultado de focar muito em produtividade e esquecer do bem-estar pode ser causar o esgotamento das pessoas colaboradoras e prejuízos ao próprio funcionamento da organização.
Quando olhamos para o atual cenário, percebemos que as empresas precisam cuidar dessas questões com atenção especial por duas principais razões: em primeiro lugar, em 2020, a Organização Mundial de Saúde reconheceu a Síndrome de Burnout como uma doença do trabalho.
Além do mais, em segundo lugar, ter pessoas com Burnout reflete também a cultura organizacional. Isso pode prejudicar o Employer Branding e a atração de talentos.
Nesse artigo, então, exploramos o que há por trás da Síndrome de Burnout: pilares, sintomas, impactos para as empresas e como prevenir, principalmente na área de tecnologia.
Criado no início dos anos 1970, pelo psicanalista nova-iorquino Herbert J. Freudenberger (após constatá-lo em si próprio), o conceito da Síndrome de Burnout - ou Síndrome do Esgotamento Mental - compreende um distúrbio psíquico que se relaciona, de forma direta, ao esgotamento em atividades profissionais.
De acordo com as pesquisas da International Stress Management Association (ISMA), o Burnout já afeta 30% das pessoas brasileiras. Ou seja, cerca de 28 milhões de pessoas.
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Se você fizer o exercício de pensar em uma pessoa que está mentalmente esgotada, o que vem à sua cabeça?
É provável que você pense em alguém se afogando em tantas demandas, tentando equilibrar diversas prioridades diferentes em um prazo apertado. Acertei?
De fato, durante muito tempo, acreditou-se que todas as pessoas reagem ao estresse crônico de uma única forma. Essa é a forma mais clássica de se pensar no Burnout.
No entanto, não existe uma única forma de manifestar esse esgotamento. Tudo depende do contexto do ambiente de trabalho e dos recursos internos de cada pessoa.
Nesse contexto, divide-se em três tipos de Síndrome de Burnout diferentes:
A exaustão por sobrecarga é o “tipo clássico de Burnout”. É o tipo mais comum e também mais fácil de se identificar.
O esgotamento por sobrecarga acontece quando as pessoas trabalham em um ritmo frenético para alcançar sucesso, mesmo em detrimento da sua saúde e da sua vida pessoal.
Como resultado, as pessoas chegam a um ponto de exaustão física e mental.
O Burnout subdesafiado é o oposto da sobrecarga. Acontece quando as pessoas se sentem entediadas e desmotivadas pelo seu trabalho.
De maneira geral, esse tipo é o resultado de trabalhos que têm tarefas bastante monótonas e chatas de se realizar.
Assim, pessoas com esse tipo de Burnout podem se sentir desvalorizadas e frustradas porque não têm oportunidade de crescer, de aprender ou de fazer conexões significativas com colegas de trabalho e liderança.
O último tipo de Burnout acontece quando as pessoas não recebem estrutura, direção ou orientação suficientes no local de trabalho.
Por isso, sentem que é difícil acompanhar as demandas ou se sentem incapazes de atender às expectativas das lideranças.
Com o tempo, essas pessoas se sentem incompetentes, frustradas e incapazes de fazer qualquer diferença positiva em seu ambiente de trabalho.
Nessa perspectiva, três elementos centrais compõem a Síndrome de Esgotamento Profissional:
A Síndrome de Burnout é uma doença ampla e atinge todos os diferentes setores do mercado. No entanto, na área de tecnologia, o impacto é ainda maior.
O levantamento da Digital Ocean, de 2019, constatou que 82% das pessoas desenvolvedoras dos Estados Unidos registraram algum tipo de desgaste profissional que se relaciona à Síndrome de Burnout.
Na pandemia do Covid-19, o cenário de saúde mental das pessoas colaboradoras de TI piorou. Isso porque muitas empresas precisaram criar soluções tecnológicas que possibilitassem a continuidade do negócio durante o isolamento social, como os canais digitais para trabalhos remotos.
Nesse contexto, as pessoas tiveram que lidar com a pressão por prazos de entregas urgentes e exigências de novas criações.
Uma pesquisa recente da AppDynamics com pessoas que trabalham com tecnologia da informação chegou às seguintes conclusões:
Em 2022, a Organização Mundial da Saúde - OMS reconheceu a Síndrome de Burnout como uma doença relacionada ao trabalho, visto que todos os sintomas se relacionam ao estresse em razão das atividades profissionais.
De maneira geral, os sintomas de Burnout se manifestam em razão de jornadas de trabalho muito longas e cansativas, acúmulo de funções e necessidade de fazer horas extras.
Nesse sentido, de acordo com o Ministério da Saúde, os principais sintomas de Burnout são:
Ao tornar a Síndrome de Burnout uma doença expressamente relacionada ao trabalho, a OMS deixou clara a relação direta entre o clima organizacional e os sintomas da doença.
Sendo assim, as empresas que ignoram a existência da doença e as alternativas de prevenção podem dar um tiro no próprio pé: o Burnout pode não só prejudicar a saúde mental das pessoas colaboradoras, mas também acarretar diversos prejuízos à organização.
E os prejuízos não se resumem exclusivamente ao tempo de afastamento das pessoas colaboradoras para fazerem o tratamento da doença.
Muito além disso, a incidência de pessoas colaboradoras com este diagnóstico prejudica a imagem da empresa, o que reflete na atratividade para outros profissionais, sobretudo quando o bem-estar é um dos principais motivos para aceitar um emprego.
Esse impacto é maior ainda na área de tecnologia, cujo mercado é extremamente aquecido, com mais vagas abertas do que pessoas disponíveis.
E não é só isso. Muitos estudos revelam a linha tênue que existe entre o bem-estar e a saúde mental e os índices de engajamento, criatividade, alta performance, inovação e retenção de talentos.
Um estudo do Google, por exemplo, mostrou que a segurança psicológica está diretamente ligada aos resultados financeiros. Os dados mostram que as equipes psicologicamente inseguras não atingiram suas metas de vendas em -19%, enquanto as psicologicamente seguras atingiram em +17%.
Ou seja, a saúde mental das pessoas colaboradoras está diretamente ligada à inovação e à produtividade da empresa.
Portanto, é importante compreender que a saúde mental das pessoas colaboradoras é uma responsabilidade da empresa. A falta de saúde mental no ambiente de trabalho é um problema estruturalizado: tanto as lideranças quanto as pessoas colaboradoras são submetidas a essa lógica de produção a qualquer custo.
É por isso que qualquer alternativa deve passar, em primeiro lugar, por estruturar um cenário de promoção de bem-estar na empresa, a partir de três pontos principais:
Antes de mais nada, a promoção de bem-estar deve fazer parte da própria cultura organizacional. Isso significa que a cultura da empresa deve priorizar a segurança psicológica em todos os níveis de hierarquia.
Não são só as pessoas colaboradoras que se submetem à lógica desenfreada de produção, as lideranças também.
Esse contexto é perigoso de duas formas: ao mesmo tempo que ele é resultado da estrutura da empresa, também é responsável por estruturar todas as relações a partir disso.
Então, não adianta que as lideranças estejam esgotadas emocionalmente e queiram cuidar de seus times. Isso não vai funcionar.
Por fim, deve-se criar um plano de ações que promova o bem-estar em todos os níveis hierárquicos da empresa.
Não só para evitar a Síndrome de Burnout (que seria a situação extrema), mas para garantir que as pessoas colaboradoras se sintam satisfeitas.
Nem preciso dizer o quanto isso é uma relação em que todas as partes ganham, certo? Afinal de contas, pessoas colaboradoras satisfeitas produzem mais e melhor e desejam permanecer mais tempo na empresa.
Mesmo considerando que a promoção de saúde mental é responsabilidade da empresa, as lideranças também têm responsabilidade nisso.
Líderes exercem um papel essencial para promover a segurança psicológica das pessoas colaboradoras, através de diversas estratégias diferentes, como construção da cultura de feedback e planos de desenvolvimento profissional.
O bem-estar no ambiente do trabalho se relaciona especialmente aos seguintes pontos que também são de responsabilidade de lideranças:
De todo modo, é necessário compreender que, apesar de as empresas (em especial, da área de tecnologia) se pautarem principalmente pela agilidade, nada deve se sobrepor aos limites individuais e ao bem-estar de todas as pessoas da empresa.
E como a sua empresa lida com esse tema?
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