Quando escrevemos o HTML, marcamos o conteúdo da página com tags que melhor representam o significado daquele conteúdo. Quando abrimos a página no navegador é possível perceber que ele mostra as informações com estilos diferentes.
Um h1, por exemplo, por padrão é apresentado em negrito numa fonte maior. Parágrafos de texto são espaçados entre si, e assim por diante. Isso quer dizer que o navegador tem um estilo padrão para as tags que usamos. Porém para fazer sites bonitos, ou com o visual próximo de uma dada identidade visual (design), vamos precisar personalizar a apresentação padrão dos elementos da página.
Antigamente, isso era feito no próprio HTML. Caso houvesse a necessidade de um título ser vermelho, era só fazer:
<h1><font color="red">MusicDot anos 90</font></h1>
Além da tag <font>
, várias outras tags de estilo existiam. Mas isso é passado.
Hoje em dia tags HTML para estilo são má prática e jamais devem ser usadas, são interpretadas apenas para o modo de compatibilidade.
Em seu lugar, surgiu o CSS (Cascading Style Sheet ou folha de estilos em cascata), que é uma outra linguagem, separada do HTML, com objetivo único de cuidar da estilização da página. A vantagem é que o CSS é bem mais robusto que o HTML para estilização, como veremos. Mas, principalmente, escrever formatação visual misturado com conteúdo de texto no HTML se mostrou algo impraticável. O CSS resolve isso separando as coisas; regras de estilo não aparecem mais no HTML, apenas no CSS.
Sintaxe e inclusão de CSS
A sintaxe do CSS tem estrutura simples: é uma declaração de propriedades e valores separados por um sinal de dois pontos ":", e cada propriedade é separada por um sinal de ponto e vírgula ";" da seguinte maneira:
color: blue;
background-color: yellow;
O elemento que receber essas propriedades será exibido com o texto na cor azul e com o fundo amarelo. Essas propriedades podem ser declaradas de três maneiras diferentes.
Atributo style
A primeira delas é com o atributo style
no próprio elemento:
<p style="color: blue; background-color: yellow;">
O conteúdo desta tag será exibido em azul com fundo amarelo no navegador!
</p>
Mas tínhamos acabado de discutir que uma das grandes vantagens do CSS era manter as
regras de estilo fora do HTML. Usando esse atributo style
não parece que fizemos
isso. Justamente por isso não se recomenda esse tipo de uso na prática, mas sim os
que veremos a seguir.
A tag style
A outra maneira de se utilizar o CSS é declarando suas propriedades dentro de uma tag <style>
.
Como estamos declarando as propriedades visuais de um elemento em outro lugar do nosso documento, precisamos indicar de alguma maneira a qual elemento nos referimos. Fazemos isso utilizando um seletor CSS. É basicamente uma forma de buscar certos elementos dentro da página que receberão as regras visuais que queremos.
No exemplo a seguir, usaremos o seletor que pega todas as tags p
e altera sua cor e background:
<!DOCTYPE html>
<html>
<head>
<meta charset="utf-8">
<title>Sobre a MusicDot</title>
<style>
p {
color: blue;
background-color: yellow;
}
</style>
</head>
<body>
<p>
O conteúdo desta tag será exibido em azul com fundo amarelo!
</p>
<p>
<strong>Também</strong> será exibido em azul com fundo amarelo!
</p>
</body>
</html>
O código dentro da tag <style>
indica que estamos alterando a cor e o fundo de todos
os elementos com tag p
. Dizemos que selecionamos esses elementos pelo nome de sua tag,
e aplicamos certas propriedades CSS apenas neles.
Revisando então a estrutura de uso do CSS:
seletor {
propriedade: valor;
}
Algumas propriedades contém "subpropriedades" que modificam uma parte específica daquela propriedade que vamos trabalhar, sendo sua sintaxe:
seletor {
propriedade-subpropriedade: valor;
}
No exemplo abaixo, em ambos os casos, trabalhamos com a propriedade text
, que estiliza a aparência do texto do seletor informado. Podemos especificar quais propriedades específicas do texto queremos modificar, no caso text-align
o alinhamento do texto, e com text-decoration
colocamos o efeito de sublinhado.
p {
text-align: center;
text-decoration: underline;
}
Arquivo externo
A terceira maneira de declararmos os estilos do nosso documento é com um arquivo externo com a extensão .css
. Para que seja possível declarar nosso CSS em um arquivo à parte, precisamos indicar em nosso documento HTML uma ligação entre ele e a folha de estilo (arquivo com a extensão .css
).
Além da melhor organização do projeto, a folha de estilo externa traz ainda as vantagens de manter nosso HTML mais limpo e do reaproveitamento de uma mesma folha de estilos para diversos documentos.
A indicação de uso de uma folha de estilos externa deve ser feita dentro da tag <head>
de um documento HTML:
<!DOCTYPE html>
<html>
<head>
<meta charset="utf-8">
<title>MusicDot | Sobre a empresa</title>
<!-- Inclusão do arquivo CSS -->
<link rel="stylesheet" href="estilos.css">
</head>
<body>
<p>
O conteúdo desta tag será exibido em azul com fundo amarelo!
</p>
<p>
<strong>Também</strong> será exibido em azul com fundo amarelo!
</p>
</body>
</html>
E dentro do arquivo estilos.css
colocamos apenas o conteúdo do CSS:
p {
color: blue;
background-color: yellow;
}
Propriedades tipográficas e fontes
Da mesma maneira que alteramos cores, podemos alterar o texto. Podemos definir fontes
com o uso da propriedade font-family
.
A propriedade font-family
pode receber seu valor com ou sem aspas dependendo da sua composição, por exemplo, quando uma fonte tem o nome separado por espaço.
Por padrão, os navegadores mais conhecidos exibem texto em um tipo que conhecemos como "serif". As fontes mais conhecidas (e comumente utilizadas como padrão) são "Times" e "Times New Roman", dependendo do sistema operacional. Elas são chamadas de fontes serifadas pelos pequenos ornamentos em suas terminações.
Podemos alterar a família de fontes que queremos utilizar em nosso documento para a família "sans-serif" (sem serifas), que contém, por exemplo, as fontes "Arial" e "Helvetica". Podemos também declarar que queremos utilizar uma família de fontes "monospace" como, por exemplo, a fonte "Courier".
Obs: Fontes monospace podem ser tanto com serifa ou sem serifa. Monospace quer dizer apenas que todas as letras possuem o mesmo tamanho
h1 {
font-family: serif;
}
h2 {
font-family: sans-serif;
}
p {
font-family: monospace;
}
É possível, e muito comum, declararmos o nome de algumas fontes que gostaríamos de verificar se existem no computador, permitindo que tenhamos um controle melhor da forma como nosso texto será exibido.
Em nosso projeto, as fontes não têm ornamentos, vamos declarar essa propriedade
para todo o documento por meio do seu elemento body
:
body {
font-family: "Helvetica", "Lucida Grande", sans-serif;
}
Nesse caso, o navegador verificará se a fonte "Helvetica" está disponível e a utilizará
para exibir os textos de todos os elementos do nosso documento que, por cascata,
herdarão essa propriedade do elemento body
.
Caso a fonte "Helvetica" não esteja disponível, o navegador verificará a disponibilidade da próxima fonte declarada, no nosso exemplo a "Lucida Grande". Caso o navegador não encontre também essa fonte, ele solicita qualquer fonte que pertença à família "sans-serif", declarada logo a seguir, e a utiliza para exibir o texto, não importa qual seja ela.
Temos outras propriedades para manipular a fonte, como a propriedade font-style
, que
define o estilo da fonte que pode ser: normal
(normal na vertical), italic
(inclinada) e oblique
(oblíqua).
Alinhamento e decoração de texto
Já vimos uma série de propriedades e subpropriedades que determinam o tipo e estilo da fonte. Vamos conhecer algumas maneiras de alterarmos as disposições dos textos.
No exemplo a seguir vamos mudar o alinhamento do texto com a propriedade text-align
.
p {
text-align: right;
}
O exemplo determina que todos os parágrafos da nossa página tenham o texto
alinhado para a direita. Também é possível determinar que um elemento tenha seu
conteúdo alinhado ao centro ao definirmos o valor center
para a propriedade
text-align
, ou então definir que o texto deve ocupar toda a largura do
elemento aumentando o espaçamento entre as palavras com o valor justify
. Por
padrão o texto é alinhado à esquerda, com o valor left
, porém é
importante lembrar que essa propriedade propaga-se em cascata.
É possível configurar também uma série de espaçamentos de texto com o CSS:
p {
line-height: 3px; /* tamanho da altura de cada linha */
letter-spacing: 3px; /* tamanho do espaço entre cada letra */
word-spacing: 5px; /* tamanho do espaço entre cada palavra */
text-indent: 30px; /* tamanho da margem da primeira linha do texto */
}
Imagem de fundo
A propriedade background-image
permite indicar um arquivo de imagem para ser
exibido ao fundo do elemento. Por exemplo:
h1 {
background-image: url(sobre-background.jpg);
}
Com essa declaração, o navegador vai requisitar um arquivo sobre-background.jpg
, que deve estar
na mesma pasta do arquivo CSS onde consta essa declaração. Mas podemos também passar um endereço da web para pegar imagens remotamente:
body {
background-image: url(https://i.imgur.com/uAhjMNd.jpg);
}
Bordas
As propriedades do CSS para definirmos as bordas de um elemento nos apresentam uma série de opções. Podemos, para cada borda de um elemento, determinar sua cor, seu estilo de exibição e sua largura. Por exemplo:
body {
border-color: red;
border-style: solid;
border-width: 1px;
}
A propriedade border
tem uma forma resumida para escrever os mesmos estilos que
adicionamos acima, mas de uma maneira mais simples:
body {
border: 1px solid red;
}
Para que o efeito da cor sobre a borda surta efeito, é necessário que a propriedade
border-style
tenha qualquer valor diferente do padrão none
.
Podemos também falar em qual dos lados do nosso elemento queremos a borda usando a subpropriedade que indica lado:
h1 {
border-top: 1px solid red; /* borda vermelha em cima */
border-right: 1px solid red; /* borda vermelha à direita */
border-bottom: 1px solid red; /* borda vermelha embaixo */
border-left: 1px solid red; /* borda vermelha à esquerda */
}
Conseguimos fazer também comentários no CSS usando a seguinte sintaxe:
/* deixando o fundo amarelo ouro */ body { background-color: gold; }
Cores na Web
Propriedades como background-color
, color
, border-color
, entre outras aceitam uma
cor como valor. Existem várias maneiras de definir cores quando utilizamos o CSS.
A primeira, mais simples, é usando o nome da cor:
h1 {
color: red;
}
h2 {
background-color: yellow;
}
O difícil é acertar a exata variação de cor que queremos no design e também cada navegador tem o seu padrão de cor para os nomes de cores. A W3C obriga que todos os navegadores tenham pelo menos 140 nomes de cores padronizados, mas existem mais de 16 milhões de cores na web e seria extremamente complicado nomear cada uma delas. Por isso, é bem incomum usarmos cores com seus nomes. O mais comum é definir a cor com base em sua composição RGB.
RGB é o sistema de cor usado nos monitores, já que cada pixel nos monitores possuem 3 leds (um vermelho, um verde e um azul) e a combinação dessas 3 cores formam todas as outras 16 milhões de cores que vemos nos monitores. Podemos escolher a intensidade de cada um desses três leds básicos, numa escala de 0 a 255.
Um amarelo forte, por exemplo, tem 255 de Red, 255 de Green e 0 de Blue (255, 255, 0). Se quiser um laranja, basta diminuir um pouco o verde (255, 200, 0). E assim por diante.
No CSS, podemos escrever as cores tendo como base sua composição RGB. Aliás, no CSS3 - que veremos melhor depois - há até uma sintaxe bem simples pra isso:
h3 {
color: rgb(255, 200, 0);
}
Essa sintaxe funciona nos browsers mais modernos e até alguns browsers super antigos mas não é a mais comum na prática, por questões de compatibilidade. O mais comum é a notação hexadecimal. Essa sintaxe tem suporte universal nos navegadores e é mais curta de escrever, apesar de ser mais enigmática.
h3 {
background-color: #f2eded;
}
No fundo, porém, as duas formas são baseadas no sistema RGB. Na notação hexadecimal (que começa com #), temos 6 caracteres, os primeiros 2 indicam o canal Red, os dois seguintes, o Green, e os dois últimos, Blue; ou seja, RGB. E usamos a matemática pra escrever menos, trocando a base numérica de decimal para hexadecimal.
Na base hexadecimal, os algarismos vão de zero a quinze (ao invés do zero a nove da base decimal comum). Para representar os algarismos de dez a quinze, usamos letras de A a F. Nessa sintaxe, portanto, podemos utilizar números de 0-9 e letras de A-F.
Há uma conta por trás dessas conversões, mas seu editor de imagens deve ser capaz de fornecer ambos os valores para você sem problemas. Um valor 255 vira FF na notação hexadecimal. A cor #f2eded, por exemplo, é equivalente a rgb(242, 237, 237), um cinza claro.
Vale aqui uma dica quanto ao uso de cores hexadecimais, toda vez que os caracteres presentes na composição da base se repetirem, estes podem ser simplificados. Então um número em hexadecimal 3366ff, pode ser simplificado para 36f.
Obs: os 3 pares de números devem ser iguais entre si, ou seja, se tivermos um hexadecimal #33aabc não podemos simplificar nada do código.