5 dicas práticas para fazer pesquisas com usuários
Você já teve que entrevistar pessoas para obter dados para um determinado projeto? Ou já montou pesquisas por meio de formulários?
É comum que essas ferramentas sejam usadas na hora de tentarmos compreender quem são os verdadeiros usuários de um determinado produto ou serviço, mas, primeiro é preciso que nossa pesquisa tenha um objetivo mesmo antes de buscarmos a melhor forma para entrarmos em contato com as pessoas.
Neste artigo, vamos entender como montar uma boa pesquisa e também vamos refletir sobre a importância de falar com as pessoas usuárias. Veremos também:
- A diferença entre pesquisas qualitativas e quantitativas;
- Como coletar informações dos usuários;
- 5 dicas práticas para estruturar uma boa pesquisa.
Vamos lá?
Por que é importante conversar com os usuários?
Ao iniciarmos um projeto de UX, devemos ter em mente que ele serve para solucionar as dores de uma ou mais pessoas. E, para que essas dores sejam resolvidas de forma eficiente, é importante entendermos quais são elas.
Por isso, entrar em contato com quem realmente sente essas dores é uma etapa essencial em UX Design. Com esse diálogo, conseguimos entender o que as pessoas necessitam de verdade e, sabendo disso, fica mais fácil desenvolver uma experiência que atenda aos seus objetivos.
De que formas podemos entender o usuário?
Antes de tudo, é necessário compreender que uma pesquisa começa com um objetivo, ou seja, primeiro devemos definir o que queremos saber do usuário para depois buscarmos a melhor forma de contato.
O seu objetivo, por exemplo, pode ser entender melhor quem é a pessoa que utiliza seu produto, quantas vezes ela o utiliza ou qualquer outra informação que você precise. O importante é definir os objetivos com calma para que o resultado da pesquisa seja eficiente.
Com o objetivo definido, podemos escolher a forma de realizar a pesquisa. Para isso, dividimos as pesquisas em dois tipos: Pesquisas Quantitativas e Pesquisas Qualitativas.
A pesquisa quantitativa é feita para descobrir a quantidade de algo. No geral, ela utiliza questões de alternativas e com respostas pré-definidas, o que contribui para entendermos quantas pessoas atendem ao mesmo requisito, por exemplo. Para fazer esse tipo de pesquisa, podemos utilizar formulários online e analisar os dados por meio de gráficos e análise estatística, como exemplificado na imagem abaixo:
Resumindo, a pesquisa quantitativa é mais objetiva e direta, a fim de identificar padrões.
Já a pesquisa qualitativa é aquela que permite entendermos a fundo alguma questão. Ela utiliza questionamentos mais abertos, em que o entrevistado pode dar sua própria resposta e com ela podemos descobrir o real motivo da sua dor, por exemplo. Para aplicar esse tipo de pesquisa, podemos fazer questionários, entrevistas com usuários, grupos focais e avaliação textual de produtos.
No geral, a pesquisa qualitativa é mais subjetiva e ótima para coletar dados profundos. Para entender melhor, veja o exemplo de pergunta qualitativa na imagem a seguir:
Agora, é hora de entender como montar boas pesquisas e entrevistas. Vamos lá?
5 passos para estruturar a sua pesquisa de UX Design
1) Comece com um roteiro
Depois de definir o objetivo da sua pesquisa, é importante decidir quais serão as perguntas e os questionamentos que você vai usar para atingi-lo.
O roteiro serve para te guiar na hora de montar o questionário ou de realizar a entrevista. Por isso, separe um tempo para pensar com calma sobre quais são as informações que você precisa coletar do seu usuário.
Depois de pensar bem em quais dados você tem que coletar, comece a definir e a selecionar as perguntas que trarão informações relevantes:
- Para pesquisas quantitativas, procure objetividade nos questionamentos e dê a possibilidade de o usuário marcar a opção que achar mais compatível com seu perfil e contexto.
- Já nas pesquisas qualitativas, utilize perguntas que o usuário precise pensar antes de responder, para que você possa coletar dados únicos a fim de entender como o usuário pensa e o que ele sente.
Uma pergunta legal para se fazer durante a criação do roteiro é: “Eu já tenho um tempo curto com esse usuário, então será que fazer a pergunta ‘X’ é tão importante assim?”
Essa seleção vai ajudar você a obter informações necessárias e com mais qualidade
Lembre-se de que não existe uma fórmula para criar roteiros, mas você pode seguir a estrutura do exemplo a seguir:
2) Foque no problema
Provavelmente seu projeto precisará resolver algum impasse, certo? Por isso, faça perguntas que ajudem a validar hipóteses e a entender qual o real problema que o usuário tem.
Ao coletar informações sobre o usuário e o problema dele, você vai conseguir pensar em soluções que estejam de acordo com as necessidades reais do público-alvo.
Para isso, você pode fazer perguntas do tipo:
- "Da última vez que você passou pelo problema, o que fez para resolver essa situação?"
- "Como foi sua experiência ao utilizar essa solução?"
- “Já sentiu dificuldade ao utilizar o produto?”
- “Qual a parte do produto de que você não gosta?”
- “Por que o produto não está atendendo à sua necessidade?”
3) Tenha cautela com a comunicação
Sua pesquisa deve ser simples e direta para que o usuário consiga entender o que está sendo pedido e tenha maior facilidade em responder aos questionamentos.
Dessa forma, utilize uma linguagem clara e evite termos técnicos ou em outros idiomas e que não tenham sido explicados previamente. Também evite manifestações positivas ou negativas nos questionamentos . O ideal é não enviesar a pesquisa, ou seja, não influenciar a resposta do usuário.
Vejamos um exemplo de pergunta enviesada:
“Você usaria um aplicativo de estudos sobre tecnologia?”. Isso já entrega o seu objetivo com a pesquisa e o usuário pode responder que “sim” para agradar você.
Experimente trocar por perguntas como: “Como é a organização dos seus estudos sobre tecnologia? Qual a sua experiência com esse processo? O que acredita que poderia melhorar?”
Esses questionamentos vão ajudar você a entender o que o usuário realmente precisa, sem influenciar suas respostas!
4) Cuidado com as distrações
Você já precisou responder a pesquisas longas, ou participou de uma reunião em um local com barulho?
Essas situações costumam ser chatas e é importante evitá-las. Se houver muitas perguntas a serem respondidas, o usuário tem tendência a desistir no meio da pesquisa. E se o local da entrevista for incômodo, ele tende a responder qualquer coisa para terminar logo o encontro.
Por isso, pergunte apenas o necessário e marque entrevistas em locais calmos e em horários em que todas as pessoas se sintam bem para participar.
Uma dica bem legal na hora de organizar entrevistas é, depois de delimitar o público-alvo, oferecer algum tipo de recompensa para quem se dedicar à conversa. Isso pode ajudar a deixar seu usuário engajado e mais colaborativo na hora de responder às questões.
5) Seja honesto(a)
É importante ter sinceridade com o seu público. Os usuários têm que estar cientes e concordar com os termos da pesquisa,então deixe claro como eles ou o negócio serão beneficiados e quais as suas intenções com os dados coletados.
Importante: Lembre-se de seguir à risca a Lei Geral de Proteção de Dados e de tomar todas as precauções possíveis na hora de utilizar dados de terceiros.
Conclusão
Neste artigo tentamos esclarecer alguns pontos sobre pesquisas e entrevistas com usuários na área de UX Design. Vimos que:
- Falar com o usuário é importante pois nos ajuda a entender qual seu real problema e como podemos resolvê-lo;
- Pesquisas qualitativas e quantitativas são essenciais para coletar boas informações;
- Podemos seguir algumas dicas para estruturar pesquisas de forma mais fácil, como preparação da pesquisa, foco no problema, comunicação clara e sem viés, honestidade com as pessoas que serão entrevistadas.
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Créditos das ilustrações: Storyset