Afinal, quando posso usar o flat design?
Essa combinação resultou em plataformas mais amigáveis, simplificando a identificação dos elementos necessários, a interatividade e a navegação, sem falar na versatilidade para adaptação aos diversos tamanhos e formatos das telas que usamos hoje.
A usabilidade foi o principal combustível para tanta mudança, considerando que a experiência do usuário é mais importante do que shows pirotécnicos aquelas interfaces pesadas e cheias de recursos.
Minimalismo
Em um passado recente, quando a internet começou a integrar o cotidiano das pessoas, os profissionais de web design desenvolviam projetos com o visual mais realista possível.
Os elementos tinham uma sobrecarga de sombreamentos, chanfros, relevos, formas elaboradas, fundos poluídos e fontes rebuscadas. Era uma linguagem que tentava transferir as sensações do mundo real para o digital a fim de criar uma atmosfera familiar ao usuário.
Surgiu, então, o flat design como contraponto a todo esse movimento de ilustrações chamativas e animações pesadas, que dificultavam o carregamento e a navegação dos sites.
Além disso, os excessos de ornamentos em projetos digitais não possuem funcionalidade, servindo apenas como distração ao usuário. Assim, sua experiência é prejudicada, impedindo o alcance dos objetivos procurados.
É por essa razão que o caráter minimalista do flat design é tão importante. Ele tem a finalidade de reduzir todo o excesso e contribuir para uma funcionalidade efetiva.
Mas nem por isso o flat deve ser visto como um estilo monótono — ao contrário, para compensar a ausência de adornos, os elementos recebem atenção especial, principalmente nas cores.
Cores
Ao minimizar os efeitos realistas dos layouts, as cores podem ser usadas sem cerimônia — porém com bom senso, sempre. Os tons vibrantes e sólidos (sem degradê) são predominantes e, normalmente, usados em combinações alegres, diversificadas e contrastantes.
Aliás, o simples uso de contrastes entre as cores cumpre o papel de fazer com que ilustrações e botões chamem a atenção e guiem o olhar do visitante pela tela.
Vale lembrar que as cores possuem a importante função de transmitir sensações e emoções, influenciando na forma como o usuário interage.
Elementos geométricos
Botões, abas e campos com textos sofreram mudanças significativas nessa nova tendência. Adquiriram formas geométricas simples como triângulos, quadrados, círculos e retângulos combinadas com cores sólidas.
Com essas alterações, a ideia é comunicar mais com menos. Por isso, projetar esse tipo de design não é tão fácil quanto parece. O resultado deve ser prático, mas também atrativo, vibrante e agradável.
Em razão disso, os designers especialistas nessa área precisam cultivar um conhecimento profundo sobre a dinâmica dos elementos empregados — cores e formas — para dar um significado impactante e facilitar a compreensão das interfaces.
Tipografia
Para compor uma interface perfeitamente alinhada com o flat design, as fontes devem seguir a mesma linha dos demais elementos. As mais simples, limpas e sem serifas são perfeitas para esses projetos.
Já as fontes mais elaboradas, como as serifadas, display e script (escritas à mão) podem ser usadas, mas com cautela: apenas em projetos que estejam perfeitamente ajustados a esses estilos.
A filosofia do flat design é simplificar e facilitar. Nesse sentido, os textos devem ser compreendidos rapidamente — inclusive nas telas menores, como smartphones.
Compreensão rápida
A mudança na forma dos ícones é bastante expressiva. Eles passaram a ser representados com imagens simples e limpas, para ajudar a transmitir as mensagens de forma mais clara.
Levando em conta que esses elementos são projetados para indicar ações ou propósitos universais de compreensão instantânea, a solução encontrada foi a simplificação, embora a percepção da mensagem esteja sujeita à bagagem cultural de cada pessoa. Dessa forma, desenhos simples com blocos de cores adequados ao significado do ícone tendem a ser rapidamente percebidos.
Reflexões sobre o uso
Conforme já dito antes, o flat design conquistou uma legião de adeptos pela sua praticidade e usabilidade. Porém, será essa sempre a melhor forma de comunicar uma ideia ao usuário? Façamos algumas pontuações sobre o assunto:
Flat design é apenas uma tendência
É importante saber distinguir tendência de regra. As tendências chegam para dar uma nova roupagem, um jeito diferente de fazer as coisas, com o intuito de despertar o público para o consumo de algo inédito e sair da mesmice.
É nesse contexto que o design plano se encaixa. Por isso, é fundamental pensar bem antes de aplicar tal conceito em tudo o que se quer realizar no mundo do design. Um logotipo, por exemplo, pode estar defasado daqui a algum tempo, já que foi concebido com apoio em uma tendência.
A experiência sensorial pode ser afetada
A sensação visual de uma textura pode ficar consideravelmente prejudicada se substituída por uma cor sólida. Imagine que uma paisagem cheia de natureza verdejante seja representada por um desenho chapado e minimalista. Isso, sem dúvida, muda completamente a percepção do usuário com o conceito e a atmosfera que se pretende passar.
Nesses momentos críticos, é sempre bom ponderar sobre o uso do flat e aderir a uma boa foto para ilustrar seu trabalho.
A perspectiva espacial desaparece
Esse é um fator agregado à experiência sensorial. Novamente, a cor chapada empobrece a experiência de sentir os diferentes planos e dimensões de profundidade.
É claro que o design plano trouxe uma revolução em termos de usabilidade, e seria muito útil se o conceito continuasse a fazer parte dos projetos de design. No entanto, é preciso estar atento ao equilíbrio e dar uma chance às alternativas que podem enriquecer seu trabalho. A fotografia, aliada aos layouts limpos, é um exemplo disso.
O uso excessivo do flat design deve ser ponderado, uma vez que o principal objetivo dos designers despertar emoções e sensações no público-alvo precisa ser priorizado. A experiência sensorial com imagens e fotografias causa uma impressão bastante particular e muito positiva se bem aplicada.
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