Como escolher a melhor câmera de celular
Vivemos em um mundo digital globalizado, onde as imagens ganham cada dia mais importância. Seja para postarmos nas redes sociais, documentar a nossa história e até mesmo como fonte de trabalho. Entretanto, ao nos depararmos com uma infinidade de possibilidades e nomes complexos, como fazer a melhor escolha?
Muitas vezes achamos que número de lentes, maior quantidade de megapixels e alguns outros fatores são importantes, mas existem alguns detalhes que precisamos ficar atentos que farão diferença.
Sensor da câmera e megapixels
A primeira coisa que precisamos olhar com atenção é qual o tipo e tamanho do sensor da nossa câmera do celular. Se pararmos para pensar que a fotografia é a escrita com a luz, o sensor é o responsável por capturar essa luz e transformá-la em imagens. Então quanto maior for esse sensor, mais qualidade, nitidez e fidelidade vamos ter na imagem gerada, pois ele será capaz de captar mais luz.
A segunda coisa é entender o que são os megapixels. O pixel é o menor ponto da foto que forma uma imagem digital e o megapixel equivale a 1 milhão de pixels. Em tese, quanto maior quantidade de pixels você tiver em uma imagem, maior qualidade ela terá.
O sensor então capta essa luz e transforma ela em pixels para gerar a imagem. Sensores maiores possuem então pixels maiores com mais capacidade de captar luz e gerar qualidade. Mas vamos observar um ponto muito importante: pixels maiores geram imagens com mais qualidade e não maior número de pixels.
Então, na hora de escolher a câmera é necessário ficar atento ao tamanho do sensor e a quantidade de megapixels. Algumas marcas aumentam o número de megapixels, mas mantém o sensor pequeno, gerando assim, imagens com menos qualidade por ter um aglomerado de pixels pequenos em uma área menor. Por outro lado, outras possuem um número menor de megapixels em um sensor maior, gerando imagens com mais qualidade por conta do tamanho do pixel e sensor. Por conta disso, encontramos muitas vezes celulares com maior número de megapixels, mas com imagens inferiores e também marcas diferentes com o mesmo número de megapixels, mas com qualidades diferentes na imagem.
Lentes
Encontramos no mercado celulares com um número variado de lentes e temos a tendência de achar que quanto mais melhor! Isso pode ser uma verdade quando olhamos para os smartphones que possuem tecnologia de ponta. Suas lentes possuem material de qualidade, não arranham fácil, tem componentes que ajudam na transparência permitindo maior passagem da luz e tecnologia para diminuir as aberrações cromáticas. Pensando dessa forma, muitas vezes é melhor ter um celular com menor número de lentes (muitas vezes a lente principal é a que possui melhor qualidade, pois é a que mais usamos) do que um celular com muitas lentes mas que não entregam qualidade.
Outro ponto importante é verificarmos se o que está sendo oferecido é através do zoom digital ou óptico. Normalmente quando temos maior número de lentes, cada uma tem uma função: grande angulares, angulares e zoom. O que isso quer dizer? Que elas possuem milimetragens diferentes e se aproximam ou se afastam do objeto através da sua construção óptica. Quando escolhemos a zoom, por exemplo, queremos tirar uma foto de algum objeto que está mais distante e então não precisamos recorrer ao zoom digital ( se aproximar do objeto aumentando a imagem com os dedos na tela). Algumas marcas utilizam o zoom digital como recurso, porém a qualidade da foto será inferior. Ele pega uma foto já existente e aproxima a imagem. Celulares que tem zoom óptico (lentes específicas para isso) entregam uma imagem com maior qualidade, nitidez e fidelidade.
Vejamos a diferença:
E por último, sempre vale pensarmos para qual finalidade vamos usar o nosso celular. Será que precisamos de todas essas lentes? Se você é uma pessoa que viaja bastante e adora tirar fotos de natureza uma grande angular será importante. Se você trabalha com produtos, por exemplo, ter uma lente macro será fundamental. E assim, quando colocamos no papel qual é a função mais importante que queremos dar para a nossa câmera, conseguimos ver com mais precisão se precisamos mesmo de todas as lentes ou não.
Tipo de arquivo e processamento da imagem
Agora que já vimos como funciona o processo de captação da imagem e o que temos que ficar atentos na hora de escolher, vamos falar sobre o resultado da imagem. Cada marca possui o seu software de processamento que vai trabalhar em cima do que é gerado pelo sensor. Ao aparecer na nossa tela, a imagem recebeu algumas edições como, contraste, cor, embelezamento automático etc. E neste momento, não estamos falando de qualidade e sim de gosto pessoal. Com certeza você já viu celulares que geram fotos mais saturadas, outros menos e uma infinidade de diferenças e cabe a você escolher o que te agrada mais. Porém, muitas marcas vem trazendo um recurso, muito utilizado por fotógrafos profissionais, que é a extensão em RAW. Esse arquivo gerado pelo sensor é um arquivo cru (RAW em inglês). Ele é um arquivo mais pesado, pois não foi processado e por conta disso possui todas as informações originais e permite maior possibilidade de edição. Para quem gosta de fotografar e trabalhar as imagens na pós-produção, ele é o ideal. Pode ser que ele dê mais trabalho pelo fato de ser necessário editar as fotos, mas com certeza será mais divertido criar e imprimir a sua identidade nas imagens. No entanto, se você não gosta de ter esse trabalho e quer suas fotos bem legais e já prontas, é só escolher a marca que entrega um processamento mais a ver com você!
Imagem sem pós processamento / Imagem com pós processamento
Acima podemos ver duas imagens. A primeira tirada em Raw através do app Lightroom e a segunda tirada com a câmera do celular e passando pelo pós processamento do telefone. Podemos ver que a segunda tem mais contraste, saturação, correção das luzes e etc. Na primeira vemos uma foto mais "lavada" porém com maior possibilidade de edição.
Recursos adicionais
Sempre têm aqueles recursos que não são fundamentais, mas vale conferir quando queremos tirar o melhor proveito do nosso aparelho. Vamos a eles:
HDR (Right Dynamic Range) - Queridinho por muitos, o HDR é uma função bem interessante quando queremos tirar uma foto em condições de luz complicada. Por exemplo, em um pôr do sol onde temos uma fonte de luz muito grande ao fundo e na frente tudo sai escuro. O HDR tem a função de juntar três imagens com exposições diferentes e entregar como resultado uma imagem mais equilibrada. Como consequência, as imagens ficam mais saturadas mas vai do gosto do freguês ;). Encontramos hoje no mercado algumas marcas que produzem o HDR com maior número de imagens.
Estabilizador de imagem - Câmeras com estabilizador de imagem são muito úteis para quem gosta de fazer filmagem ou fotografar em ambientes com pouca luz. Minimiza o risco de borrões, tremidas e desfoque.
Abertura do diafragma - Ao olharmos as configurações de uma câmera de celular vamos encontrar na descrição da lente a abertura do diafragma. Sua identificação é um F seguido de um número (f 1.4, f 2.8…). Quanto menor esse valor, mais aberta a lente é e, consequentemente, ela deixa passar mais luz. Como consequência, ela indica também o quanto conseguimos de foco e desfoque do fundo. Quanto maior a abertura mais desfocado o fundo é.
Conclusão
Quando pensamos em escolher um celular com o intuito de tirar fotos para lazer ou trabalho, é importante tirar um tempinho para entender as nossas necessidades e com isso escolher um equipamento que melhor se encaixe com o que queremos.
Sabemos que no mercado existe uma infinidade de smartphones com valores variados e que muitas vezes os de maior valor possuem uma qualidade maior. Porém, quando compreendemos o que estamos buscando, conseguimos fazer uma escolha mais consciente e perceber que o que nos atende não necessariamente será o de maior valor. Vale lembrar que muitos custos são embutidos por valor de marca e marketing.
Agora é fazer a sua escolha e colocar a sua criatividade para trabalhar ;)!
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Créditos
- Redação: Flávia Palazzo
- Revisão: Isabela Teodoro