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Como justificar um bom design ou identificar erros em uma composição visual

Como justificar um bom design ou identificar erros em uma composição visual
bruno.harnik
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Como justificar um bom design ou identificar erros em uma composição visual #cover

Muita gente tem um bom senso estético e produz boas composições naturalmente. Outras pessoas talvez não tenham tanta familiaridade com trabalhos criativos e não entendam completamente como um designer realiza suas composições com tanta naturalidade. É claro que a experiência conta: conhecimento em softwares de criação, prática de desenho, fotografia, vídeo, atuação profissional, etc. Mas o assunto que tratarei neste post é a Teoria de Percepção da Forma – a Gestalt.

Essa teoria da psicologia explica como definimos a forma, apresenta princípios (ou leis) de composições visuais e também descreve as propriedades da nossa percepção. Portanto, a Gestalt é um dos principais recursos para justificar as composições visuais e também para identificar questões que podem ser corrigidas ou melhoradas em uma criação.

O que é “forma”? É o estado físico em que se apresenta um corpo, um objeto. Mas como se define “forma”? Christian von Ehrenfels propôs pela primeira vez em 1890, na Universidade de Graz (Áustria), os conceitos de Supersoma e Transponibilidade, a fim de defini-la.

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Supersoma é o conceito de que não se pode ter ideia do “todo” somente pelas partes que o constituem. Já Transponibilidade é o conceito de que identificamos as formas independentemente das suas características e peculiaridades: uma mesa é uma mesa, não importa se é de vidro, madeira, metal, retangular, redonda – é uma mesa. Então, temos os meios para definir o que é forma.

transponibilidade

A partir dessa definição de forma, Max Wertheimer, Wolfgang Köhler e Kurt Koffka desenvolveram a Teoria Gestaltista com uma série de princípios, também chamados de leis, que serviriam para justificar, corrigir, melhorar e gerar composições visuais. As leis definem questões que muitas vezes parecem óbvias, mas na verdade não são tão simples assim. A explicação de espaçarmos, aproximarmos, diferenciarmos ou atribuirmos características semelhantes e distribuirmos os elementos uniformemente em uma composição está em cada uma das Leis da Gestalt. Ao respeitá-las, temos certeza da realização de uma boa composição.

A Gestalt também define as propriedades da nossa percepção, que são as diferentes características da nossa interpretação das formas. De acordo com a propriedade da Invariância, identificamos a forma independentemente da sua posição, rotação, disposição e distorção – conseguimos identificá-la sob diferentes condições. Existem mais propriedades que servem para explicar outras situações: por que só identificamos as formas sob determinada distância, por que uma forma pode transmitir diferentes informações e ideias, ou por que identificamos a forma em espaços de uma composição que não estão preenchidos.

Este é um assunto fundamental para arquitetos, artistas plásticos, estilistas, publicitários, designers e qualquer outro profissional que trabalhe com a criação de composições. A Gestalt define o que é forma; suas leis orientam a criação e possibilitam que o profissional justifique seu trabalho com argumentação e embasamento; e a noção das propriedades da percepção permite desenvolver trabalhos que possuam informações não tão óbvias, múltiplas informações ou significados implícitos.

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