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Ensinando o que é o hashCode

Ensinando o que é o hashCode
peas
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Sem dúvida um dos pontos mais difíceis para quem está fazendo um curso inicial de java é entender hashCode, em especial para quem nunca viu estruturas de dados além de filas e pilhas, isso porque o desenvolvedor já está bem confuso em ter seu primeiro contato com a API das coleções, sintaxe do generics e uso extensivo de interfaces.

Aqui vou mostrar como costumo fazer essa explicação, e depois sugerir uma grande melhoria.

Costumo usar o exemplo de pesquisar por uma String dentro de uma lista de Strings. A busca seqüencial vai fazer até lista.size() comparações, o que pode ser muito grande. Então como diminuir esse número de comparações? Espalhando nossas Strings de acordo com algum critério, e colocando-as dentro de uma tabela de espalhamento (hashtable, hash\=espalhar).

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Mas como espalhá-las? Podemos classificar essas Strings de acordo com a sua primeira letra em uma array de listas (List<String>[]): strings[65] teria uma lista de Strings que começam com a letra A, e assim por diante. O problema é que, por exemplo, podemos ter todas nossas strings começando com A gerando a quantidade máxima de colisões em uma mesma lista! Daqui podemos elaborar a idéia para que as Strings sejam indexadas por um critério mais interessante. Por exemplo, multiplicar o valor inteiro de cada char: paulo valeria p*a*u*l*o, que é 112*97*117*108*111 = -1942066240 (explodiu Integer.MAX_VALUE). Esse número pode ser muito grande ou não nos servir por algum motivo, então nosso HashMap vai limitar o tamanho da array, e fazer algo como -1942066240 % array.length para saber em que bucket colocar esse ítem.

E continuo nessa linha de pensamento para explicar o [contrato do método hashCode](http://java.sun.com/javase/6/docs/api/java/lang/Object.html#hashCode()), realocação do tamanho da tabela de espalhamento e que isso tudo é utilizado na implementação de arrays associativas em algumas linguagens.

Os principais problemas desse exemplo:

  • Alguns desenvolvedores conhecem um pouco de árvores binárias, e querem usá-las. O problema é que tabelas de espalhamento são muito mais rápidas na pesquisa, além de que usar árvores binárias necessita de um critério de comparação entre os objetos, o que não é necessário em espalhamentos;
  • Gerar um int a partir de uma String atrapalha bastante. Repare a quantidade de passos que precisei passar: transformação de cada char em seu valor numérico da tabela unicode, multiplicar tudo, fazer mod, etc. Seria melhor se o objeto em questão já tivesse alguma relação numérica, e que não precisássemos fazer contas em cima de seus valores;
  • Pessoalmente sinto que poderia ser melhor.

Um amigo analista que trabalha no asset management de um grande banco brasileiro conversava comigo quando surgiu a necessidade dele encontrar dois arquivos de conteúdo idêntico que estavam no mesmo diretório. O problema é que esse diretório tem mais de 10 mil arquivos! Ele mesmo sugeriu fazer uma comparação primeiramente ordenando os arquivos por tamanho, e só vale comparar byte a byte os arquivos que possuírem o mesmo tamanho, os outros obviamente são diferentes entre si. Disse então para ele que esse era um excelente exemplo de tabelas de espalhamento, e que ele não precisaria nem mesmo ordenar os arquivos por tamanho, bastando separá-los!

Repare que esse meu amigo não é programador, mas todo engenheiro e administrador que trabalha em banco acaba sujando suas mãos com centenas (as vezes milhares) de linhas de VB dentro de funções excel. Isso mostra como a idéia de indexação e hash são muito simples e intuitivas, às vezes o que atrapalha é o professor :).

Vamos ver como ficaria ensinar com esse exemplo: o contrato do método hashCode diz que:

se a.equals(b) então a.hashCode() == b.hashCode()

Pensando no problema da comparação dos arquivos, podemos falar:

fileA é equivalente a fileB então tamanho de fileA == tamanho de fileB

Colocando em java: se fileA.equals(fileB) então fileA.length() == fileB.length()

Reescrevendo hashCode para espalhar de acordo com esse nosso critério, teríamos finalmente:

se fileA.equals(fileB) então fileA.hashCode() == fileB.hashCode()

Muito mais simples e direto que o exemplo da String! Aqui o debate poderia prosseguir em encontrar um hashCode que espalhasse melhor os arquivos, e o assunto cairia em checksums... mais perfeito impossível!

Vale lembrar que eu estou falando aqui de uma classe File imaginária, pois a java.io.File não leva em consideração o conteúdo do arquivo para o equals nem para o hashCode, ela usa apenas o abstract pathname em consideração.

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