Fenômeno Phi e a percepção de movimento
Max Wertheimer foi um dos principais representantes da Gestalt e definiu o Fenômeno Phi em 1912 que, junto da Teoria da Persistência da Visão, daria forma à Teoria do Cinema de Hugo Münsterberg. A persistência da visão, ou persistência retiniana, nos diz que uma imagem dura um certo tempo em nossa retina, uma fração de segundo, e que, se dispormos imagens estáticas em uma sequência, teremos a sensação de movimento.
Dizer que exibir imagens em sequência pode produzir a sensação de movimento parece até senso comum, pois já temos noção de como os desenhos animados e filmes são produzidos, mas não era tão simples assim quando não havia referência. Wertheimer conseguiu provar o Fenômeno Phi por meio do seguinte experimento: ele direcionou um feixe de luz para uma tela, onde formou-se um ponto, então apagou essa luz e acendeu outra ao lado, formando outro ponto, que depois também se apagara, e repetiu o procedimento cada vez com intervalos menores entre um feixe de luz e outro. Ao diminuir o intervalo de tempo, Wertheimer percebeu que havia uma característica de movimento na percepção, a qual o cérebro produzia uma ponte entre uma imagem e outra – o Fenômeno Phi.
Wertheimer sugeriu que o Fenômeno Phi fosse considerado um fenômeno sensorial primário, pois não dependia de outros fatores para ser percebido. Assim como temos a sensação de tato ao tocar em algo, de olfato ao sentir um cheiro, o Fenômeno Phi, segundo Wertheimer, nos dá a sensação de movimento mesmo que as imagens estejam paradas e, portanto, poderia ser considerado um sentido primário, que não depende de outros sentidos.
O Fenômeno Phi possibilitou o desenvolvimento do cinema, dos desenhos animados, de técnicas de stop motion e muitas criações que passam a sensação de movimento a partir de imagens estáticas.
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