Ferramentas de pesquisa e inspiração essenciais para todo designer

Ferramentas de pesquisa e inspiração essenciais para todo designer
Maria Isabelle Silveira
Maria Isabelle Silveira

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Criar soluções digitais centradas no usuário exige um conjunto de ferramentas que vão além do design visual.

Para Product Designers, aliar pesquisa, inspiração e eficiência no processo criativo é essencial.

Neste artigo, exploramos ferramentas que auxiliam em cada etapa do trabalho, desde a definição do problema até a entrega de interfaces bem projetadas.

Ferramentas de pesquisa e inspiração

A pesquisa é a base de um bom design de produto. Antes de partir para a ideia final, é essencial entender o mercado, os usuários e as melhores práticas.

Para isso, sugerimos algumas plataformas:

1. Behance e Dribbble

Behance e Dribble são plataformas que servem como fontes de inspiração. Mas, para Product Designers, elas servem também para identificar padrões visuais e conceituais adotados em soluções digitais.

O Behance se destaca por trazer estudos de caso mais detalhados.

Nele, Product Designers podem explorar o processo completo de desenvolvimento de produtos digitais, desde a pesquisa inicial até a implementação final.

A plataforma permite filtrar projetos por setores específicos e acompanhar designers especialistas em UX/UI, o que facilita a identificação de padrões emergentes em nichos específicos.

Os projetos frequentemente incluem descrições detalhadas de problemas enfrentados e soluções aplicadas, oferecendo insights valiosos para situações similares.

A imagem mostra o Behance, que possui uma interface de navegação com barras de menu, opções de login e uma grade de projetos criativos em destaque. Cada projeto apresenta contadores de visualizações e curtidas, com trabalhos de diversos artistas e designers.

Enquanto isso, o Dribbble se mostra útil para visualizar tendências rápidas em UI.

É possível usar a plataforma para validar rapidamente conceitos visuais e identificar padrões de interface que estão ganhando adoção.

A comunidade ativa também é bem interessante, fornecendo feedbacks sobre trabalhos compartilhados, criando oportunidades de aprendizado através da discussão de escolhas de design.

A imagem mostra o Dribble, que possui uma interface de navegação com barras de menu, opções de login e uma grade de projetos criativos em destaque. Cada projeto apresenta contadores de visualizações e curtidas, com trabalhos de diversos artistas e designers.

2. Nielsen Norman Group e UX Collective 🇧🇷

Se a intenção é se aprofundar em boas práticas e heurísticas de UX, o Nielsen Norman Group (NN/g) oferece artigos e pesquisas que ajudam na tomada de decisão, assim como o UX Collective 🇧🇷.

O NN/g é uma plataforma rica para Product Designers que buscam embasar decisões em pesquisas sólidas.

A plataforma conduz estudos extensivos sobre comportamento do usuário em diversos contextos digitais e publica artigos baseados em evidências.

Seus relatórios sobre eye-tracking, padrões de leitura digital e comportamento de usuários em dispositivos móveis oferecem insights fundamentados em dados que podem justificar escolhas de design perante stakeholders. Os artigos frequentemente também incluem diretrizes práticas e checklist para avaliação de interfaces.

A imagem mostra o site do Nielsen Norman Group (NN/g), com fundo vermelho escuro, apresentando seu slogan "Research-based, practitioner-focused" e seções de cursos e artigos recentes.

Já o UX Collective 🇧🇷 oferece conteúdo contextualizado à realidade local. Os artigos abordam desde aspectos técnicos de UX até questões culturais que afetam o design de produtos no mercado brasileiro.

A comunidade discute regulamentações locais (como LGPD), peculiaridades do comportamento digital do brasileiro e adaptações necessárias para produtos globais funcionarem melhor no contexto nacional.

É um recurso valioso para entender nuances culturais que impactam a experiência do usuário brasileiro.

A imagem mostra a página do "UX Collective BR" em português, com três artigos sobre UX Writing, arquitetura de informação e design social.

3. Maze e Hotjar

Para testar hipóteses rapidamente, sugerimos o Maze, plataforma que permite validar protótipos e coletar insights dos usuários com testes de usabilidade remotos, tornando o processo ágil e data-driven.

A ferramenta possibilita configurar tarefas específicas e medir quantitativamente o sucesso dos usuários ao completá-las.

O Maze ainda registra tempo de conclusão, taxa de sucesso e mapa de calor das interações, permitindo identificar pontos de fricção antes mesmo da implementação.

Outro ponto positivo são os relatórios gerados automaticamente e que facilitam a comunicação de resultados com stakeholders e times de desenvolvimento, acelerando iterações baseadas em dados reais.

A imagem apresenta o Maze, com interface em inglês, destaca seu slogan "Don't choose between building fast and building right" e se apresenta como plataforma de pesquisa que disponibiliza insights no ritmo do desenvolvimento de produtos. A interface mostra exemplos de análises e mapas de calor.

Já o Hotjar é útil para mapear a interação real dos usuários em interfaces já implementadas, com heatmaps e gravações de sessão.

Ela atende bem Product Designers interessados em comportamentos reais pós-implementação.

A ferramenta permite identificar padrões de navegação, hesitações, abandono e tentativas repetidas em determinadas interações.

Os funis de conversão ajudam a visualizar onde usuários desistem durante fluxos críticos, enquanto os formulários de feedback contextual coletam impressões qualitativas em momentos específicos da jornada.

A combinação desses dados permite iterações mais precisas em produtos já lançados.

Na parte superior, o Hotjar, promete revelar "Tudo que você sempre quis saber sobre o seu site... mas suas ferramentas de análise nunca lhe contaram". Inclui uma ilustração de pessoas analisando dados e destaca que não é necessário cartão de crédito para começar. Banner da Alura apresentando a Imersão Mobile, uma oportunidade para aprender Flutter criando um app de delivery na prática. Participe de 3 aulas gratuitas, desenvolva um projeto para portfólio e conquiste seu certificado!

Paleta de cores e acessibilidade

A identidade visual de um produto deve ser pensada para ser esteticamente harmoniosa e acessível.

Refletindo sobre o equilíbrio entre expressão criativa e responsabilidade inclusiva, sugerimos as seguintes ferramentas:

4. Adobe Color e Coolors

Para criar paletas de cores equilibradas, o Adobe Color permite gerar combinações baseadas em regras cromáticas.

A ferramenta possibilita a extração de esquemas cromáticos de imagens (útil para manter consistência com materiais de branding), verificar harmonia entre cores complementares e criar variações para estados diferentes de componentes.

Um ponto interessante e útil é a integração com outros produtos Adobe, o que facilita a implementação consistente em vários materiais de design e marketing.

A imagem mostra o Adobe Color com uma roda cromática interativa e opções de harmonia analógica em português.

Por sua vez, o Coolors é uma alternativa rápida para gerar esquemas de cores automáticos.

É possível gerar esquemas de cores completos em segundos, ajustando apenas uma cor base e deixando o algoritmo sugerir combinações harmônicas.

A funcionalidade de exportação para diferentes formatos (HEX, RGB, CMYK) e a capacidade de visualizar a paleta aplicada em templates de interfaces ajudam a testar o impacto visual antes da implementação.

Outro destaque é a extensão para navegadores, que permite capturar cores de qualquer site, facilitando análises competitivas.

Imagem do Coolors  com uma paleta de cinco cores (cinza, verde, dois tons de azul e rosa) e seus códigos hexadecimais em inglês. A ferramenta permite criar, visualizar e exportar esquemas de cores para projetos de design.

5. Color Contrast Checker e Stark

Garantir acessibilidade é essencial. Para isso, sugerimos duas ferramentas:

O Color Contrast Checker avalia o contraste entre elementos de texto e fundo, garantindo legibilidade.

A ferramenta mostra exatamente qual nível de conformidade WCAG (AA ou AAA) suas combinações de cores atingem em diferentes tamanhos de texto.

É possível testar rapidamente variações sutis de tonalidade até encontrar o equilíbrio perfeito entre estética e acessibilidade.

Outro aspecto positivo são os ajustes automáticos para cores que não atingem os níveis recomendados.

A imagem mostra o "Color Contrast Checker" avaliando a razão de contraste entre texto (#112A46) e fundo (#ACCBE5), mostrando uma pontuação de 8.42 ("Very good") com prévia da aparência do texto.

Já o Stark, mais do que um verificador de contraste, integra acessibilidade diretamente no fluxo de trabalho do designer.

Dentro do Figma ou Sketch, a ferramenta simula oito tipos diferentes de daltonismo, permitindo avaliar como a interface seria percebida por pessoas com essas condições.

O recurso de "Accessibility Suggestions" propõe alternativas que mantêm a harmonia visual enquanto corrigem problemas de acessibilidade.

A ferramenta também oferece auditorias automáticas que identificam questões como tamanho de toque inadequado para interfaces móveis.

Imagem do "Stark for Figma", um plugin que auxilia designers a criar projetos acessíveis, oferecendo verificações de contraste e outras funcionalidades para garantir acessibilidade desde o início do processo de design.

Tipografia e consistência visual

Escolher a fonte certa impacta na legibilidade e percepção do produto. Pensando nisso, reunimos algumas ferramentas que ajudam a criar sistemas visuais coesos, mantendo a legibilidade em diferentes contextos e proporcionando uma experiência de usuário mais fluida.

6. Google Fonts e Font Pair

O Google Fonts oferece um grande acervo de tipografias gratuitas otimizadas para web.

A plataforma fornece métricas de carregamento para cada fonte, permitindo escolhas que equilibram estética e velocidade.

O recurso de visualização responsiva mostra como a tipografia se comporta em diferentes tamanhos de tela, o que é essencial para designs adaptativos.

A API do Google Fonts também facilita a implementação consistente em diferentes plataformas e a variação de pesos conforme necessidade específica de cada contexto.

A imagem mostra o Google Fonts com interface escura exibindo prévias das fontes Roboto e Iansui, além de opções de filtro por idioma, sistema de escrita e tamanho, juntamente com cards sobre legibilidade e diretrizes de design.

Por sua vez, o Font Pair auxilia na combinação de fontes que funcionam bem juntas, agilizando a decisão tipográfica.

Além das combinações, ele também as categoriza por contexto de uso (corporativo, criativo, minimalista). Cada sugestão vem com exemplos de aplicação em cabeçalhos, corpo de texto e elementos de UI, facilitando a visualização prática da combinação.

A plataforma também oferece dicas sobre como equilibrar fontes com personalidades distintas sem comprometer a consistência visual.

Imagem do site Fontpair, com fundo branco, apresenta combinações gratuitas de fontes como Varela Round e Work Sans, além de um convite para inscrição em uma newsletter sobre fontes.

7. Typescale e Modular Scale

O Typescale ajuda a definir hierarquias tipográficas consistentes, gerando automaticamente uma escala de tamanhos para headings, subtítulos e textos.

O preview em tempo real mostra como a hierarquia tipográfica funciona em contexto, e o código CSS gerado pode ser facilmente implementado ou adaptado para design tokens em sistemas de design.

A imagem apresenta uma ferramenta para definir escalas tipográficas. O Typescale exibe uma interface com opções para configurar tamanhos de fonte, peso, espaçamento e hierarquia tipográfica, além de uma pré-visualização responsiva aplicada a um layout de página.

Para projetos mais estruturados, o Modular Scale é uma boa opção, pois permite criar sistemas escaláveis de tipografia baseados em proporções matemáticas.

É possível usar a ferramenta para estabelecer relações proporcionais entre não apenas tamanhos de fonte, mas também espaçamentos, grids e outros elementos de layout. Este tipo de abordagem sistemática facilita a escalabilidade do design e mantém harmonia visual mesmo quando o sistema cresce em complexidade.

A ferramenta também permite visualizar como diferentes razões afetam a percepção do ritmo visual na interface.

Imagem do Modular Scale que mostra uma calculadora que utiliza proporções matemáticas para definir tamanhos de texto harmoniosos, exibindo diferentes variações do trecho "The quick brown fox jumps over the lazy dog" em uma escala modular ajustável.

Ferramentas para prototipação e design system

Transformar conceitos em protótipos interativos é fundamental para validar ideias e garantir a consistência do produto.

Para isso, selecionamos ferramentas que agilizam a prototipação e a organização de componentes, ajudando a manter a coesão visual em diferentes etapas do projeto.

8. Figma e Framer

O Figma é a escolha principal para criar interfaces colaborativamente, permitindo desde wireframes até protótipos interativos.

A capacidade de criar componentes com propriedades variáveis permite testar múltiplas variações de estado e tema sem duplicação de trabalho.

O recurso de auto-layout facilita a criação de interfaces responsivas que se adaptam automaticamente a diferentes conteúdos.

A integração com plugins de dados reais (como Unsplash, Google Sheets) permite criar protótipos com conteúdo autêntico, resultando em testes mais precisos.

A funcionalidade de comentários e edição simultânea aproxima designers, desenvolvedores e stakeholders, acelerando feedbacks e iterações.

A imagem exibe a página inicial do Figma, o site apresenta um fundo claro com o slogan "Pense grande. Crie mais rápido." e destaca sua proposta de colaboração para equipes de design e desenvolvimento.

Já o Framer, por outro lado, é ideal para criar protótipos com microinterações e animações avançadas.

A plataforma permite criar protótipos com lógica condicional, persistência de estados e integração com APIs reais, aproximando-se do comportamento de produtos finalizados.

Os protótipos responsivos adaptam-se automaticamente a diferentes dispositivos, facilitando testes em múltiplos contextos.

O recurso de componentização baseado em React facilita a transição do design para desenvolvimento, reduzindo a diferença entre protótipo e produto final.

Imagem do site do Framer, com um fundo escuro e o texto "Just publish it with Framer", promovendo sua ferramenta de criação e publicação de sites voltada para designers.

9. ZeroHeight e Supernova

Se a ideia é documentar um Design System, o ZeroHeight facilita a criação de uma biblioteca compartilhada.

A sincronização automática com o Figma mantém a documentação sempre atualizada, e o sistema de versionamento permite acompanhar a evolução do design system.

As métricas de uso ajudam a identificar quais componentes são mais utilizados pelas equipes, orientando prioridades de manutenção e desenvolvimento.

A imagem exibe a página inicial do Zeroheight. O site possui um fundo claro e destaca sua plataforma de gerenciamento de design systems com o slogan "Document. Deliver. Measure. Evolve."

Por sua vez, o Supernova permite transformar guias visuais em código pronto para desenvolvimento.

A plataforma gera automaticamente código em múltiplas tecnologias (React, Vue, Swift, Kotlin) a partir de designs no Figma ou Sketch, preservando exatamente as propriedades definidas no design.

O sistema de tokens permite manter consistência entre design e código, facilitando atualizações globais quando necessário.

Os relatórios de implementação ajudam a identificar discrepâncias entre o design e o produto final, garantindo fidelidade na implementação.

Imagem do site do Supernova, exibindo um fundo escuro e apresentando a proposta de conectar design e engenharia para acelerar o desenvolvimento de produtos, com o texto "Build better products, faster."

Agora é com você!

O uso estratégico dessas ferramentas torna o trabalho do Product Designer mais eficiente e embasado.

Da pesquisa até a entrega final, investir nas plataformas certas garante mais consistência, acessibilidade e inovação para os produtos digitais.

Mantenha-se atualizado sobre novos recursos destas plataformas e esteja aberto a incorporar novas ferramentas que surgirem para complementar seu arsenal.

Explore, teste e refine suas escolhas para criar experiências memoráveis!

Maria Isabelle Silveira
Maria Isabelle Silveira

Graduada em Design pela Universidade Federal do Maranhão, com certificação em Designing High Impact Solutions pelo MITdesignX. Desde 2020, atuo na criação de elementos gráficos e, a partir de 2022, iniciei minha trajetória na área de UX/UI Design. Com mais de 2 anos de experiência, dediquei-me na construção de produtos digitais nos segmentos de educação, saúde e beleza, além da construção de produtos SaaS, dashboards e soluções para os mercados B2B e B2C.

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