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FinOps e a gestão financeira de cloud

FinOps e a gestão financeira de cloud
Mônica Matos Bock
Mônica Matos Bock

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Com a migração para a nuvem das empresas que estão buscando mais agilidade na sua operação e gestão de seus dados, se populariza o uso de provedores de nuvem, como AWS, Google Cloud, Azure etc. Junto a isso, é cada vez maior a necessidade de pensar também na eficiência econômica da nuvem.

E um dos assuntos que mais vem à tona quando falamos de gestão em nuvem é a busca constante de otimização do investimento das empresas que usam esse tipo de tecnologia.

E se você faz parte do mundo de B2B (business-to-business), ou seja, no mundo de empresas que estabelecem relações com outras empresas, você já deve ter ouvido falar do termo FinOps, certo?

Esse termo tem tudo a ver com gestão de cloud (nuvem). Porém, é um assunto complexo.

A leitura desse artigo vai trazer bons insights e um melhor entendimento.

Então bora se animar! Vamos nessa?

O FinOPs: do que se trata?

É uma prática comum no mercado que a gestão do custo da nuvem seja centralizada em uma área (prática a qual é realizada com certo nível de mistério aos olhos do restante da empresa). E, muitas vezes, temos cálculos para gerar previsibilidade mensal e trimestral e otimização desse custo.

Essas informações de custo são passadas ao setor financeiro, que tenta se manter atualizado sobre o custo dos próximos meses da nuvem.

Esse formato de gerenciamento, entretanto, pode impedir a otimização da nuvem e ações mais estratégicas são necessárias.

E talvez você, que está lendo esse texto, pergunte: tá bom, mas por que falar de custo de cloud?

E eu te respondo: a adoção a serviços de cloud computing foi expandida exponencialmente pela pandemia, e a conta global de cloud vai chegar a $482 bilhões em 2022, de acordo com a Gartner, Inc.

E também, de acordo com o Flexera 2022 State of the Cloud Report, a otimização do uso da nuvem está no topo das iniciativas quando se trata de gestão de cloud. Isso porque o desperdício de recursos em cloud gera uma conta alta para as empresas, que precisam repensar como essa gestão é feita.

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E o significado?

Agora que sabemos o motivo de falar do custo do uso da nuvem, vamos conhecer o significado de FinOps?

Sei que esse termo é até então muito estranho para muitos.

FinOps, a grosso modo, é uma expressão que une dois termos: financeiro e operações.

FinOps remete a uma gestão financeira do consumo em nuvem, e pode ser um caminho para nossa sonhada otimização desse gerenciamento. E usar bem o sistema de cloud (ou nuvem) significa usar da melhor maneira possível.

FinOps: alcance práticas mais colaborativas!

Tá bom, estamos convencidos então que não tem como deixar de pensar em FinOps ou outras práticas de otimização de custo e uso de nuvem quando falamos de gestão de empresas modernas. Certo?

Sim! E venho te dar uma ótima notícia em meio a isso: assim como práticas e movimentos culturais como DevOps, a abordagem de gestão de custo com cloud está passando por uma mudança cultural, com um novo conjunto de práticas.

Ou seja, práticas de FinOps têm como objetivo fazer com que os times de engenharia, de tecnologia da informação, financeiro e negócio/produto trabalhem juntos e compartilhem responsabilidades quanto aos trade-offs de cloud, como velocidade, custo e qualidade.

Esse time multifuncional une tecnologia, negócio, estratégia e financeiro com as melhores práticas para otimizar o custo, taxas e descontos de fornecedores de cloud.

É como reunir pessoas com diferentes especialidades que juntos resolvem um quebra-cabeça!

Imagem com três pessoas, dois homens e uma mulher, que carregam peças de um quebra cabeça a fim de encaixar as peças, o que retrata o trabalho colaborativo.

E se você e a sua empresa usam algum provedor de cloud (ex: AWS, Azure, GCP, ou mais de um) e sabem da complexidade na gestão dessas contas, talvez seja o momento de rever como isso é feito.

Então, como é a gestão do custo da nuvem na sua empresa?

Aprendendo mais sobre a importância de FinOps

Você sabia que tem até uma fundação dedicada a FinOPs? Pois é! FinOps é grande o suficiente para ter uma fundação, a FinOps Foundation.

De acordo com a FinOps Foundation, FinOps é uma prática cultural e também disciplina de gerenciamento financeiro da nuvem em evolução que permite que as organizações obtenham o máximo valor comercial, ajudando as equipes de engenharia, finanças, tecnologia e negócios a colaborar em decisões de gastos orientadas por dados.

Ou seja, FinOps aborda práticas e traz a pauta de mudança cultural anteriormente vista com um conjunto de processos para a gestão financeira de cloud.

FinOps é muito mais que poupar dinheiro!

E vale reforçar que repensar o custo de cloud não é algo restrito ao objetivo de poupar dinheiro, apenas.

Essa estratégia volta-se para o objetivo de “fazer dinheiro”, já que o investimento em cloud pode gerar mais receita, propiciar o crescimento da base de clientes, dar agilidade ao lançamento de funcionalidades e produtos e até mesmo ajudar a fechar um data center.

E ainda: o FinOps trata de remover silos e bloqueadores, capacitar os times de engenharia para fornecer melhores recursos, aplicativos e migrações com mais eficiência; também traz uma conversa multifuncional sobre onde e quando investir, deixando claro para todos por que estão tomando essas decisões.

Conforme as empresas migram os custos fixos com data center para um modelo de custo variável e baseado em consumo com a nuvem, é necessário que busquem um equilíbrio entre controle operacional e financeiro e se adaptem a esse modelo que depende de tomada de decisão em alta velocidade.

Para conseguir isso, FinOps é o caminho. É a forma de garantir que não ocorram ineficiências na nuvem que retardam os negócios e surpresa na conta mensal.

Seis princípios de FinOps que você não pode deixar de conhecer

FinOps tem seis princípios que são norteadores dessa prática, todos eles foram desenvolvidos pelos fundadores de FinOps. São eles:

  • Os times precisam fazer o trabalho ser colaborativo: Para existir FinOps, as equipes precisam colaborar. Times de finanças e tecnologia trabalham juntos quase em tempo real, para melhorar continuamente a eficiência e a inovação, pois a nuvem opera por recurso, por segundo. Piscou, mudou hehe.

  • Todos se apropriam do uso da nuvem, então a tomada de decisões deve ser descentralizada: Todos devem se apropriar do sobre o uso e otimização de recursos da nuvem. A responsabilidade de uso e custo é levada ao limite. As equipes de produtos têm o poder de gerenciar seu próprio uso da nuvem em relação ao seu orçamento. As equipes técnicas devem começar a considerar o custo como uma nova métrica de eficiência dos times.

  • Um time centralizado conduz FinOps: deve ser definido quem acompanha a otimização de tarifas e descontos do provedor. Essa equipe também deve centralizar a gestão e de descontos por uso contínuo, instâncias reservadas e descontos por volume ou personalizados com os provedores da nuvem.

  • Apele para transparência e uso de dados em tempo real: Os relatórios FinOps devem ser acessíveis e oportunos. Os dados de custo devem ser processados assim que estiverem disponíveis. A visibilidade impulsiona uma melhor utilização da nuvem. Aplique ciclos de feedback rápidos, pois eles tendem a gerar um comportamento mais eficiente. A visibilidade consistente dos gastos na nuvem deve ser fornecida a todos os níveis da organização. Crie, monitore e melhore a previsão financeira em tempo real.

  • O foco deve estar mais no valor que a nuvem geral comercialmente para sua empresa do que nos gastos agregados, e baseie as decisões nisso. A nuvem pode ser um forte motor de inovação para a sua empresa. Para isso, tome decisões conscientes de compensação entre custo, qualidade e velocidade. Use o benchmarking interno da equipe para impulsionar as melhores práticas e celebrar as vitórias. O benchmarking de nível de indústria avalia o desempenho da sua empresa.

  • Aproveite o modelo de custo variável da nuvem: o modelo de custo variável da nuvem deve ser visto como uma oportunidade, não como um risco.

Fiz até uma colinha abaixo dos seis princípios para você não esquecer mais:

Imagem com os seis princípios do FinOps em círculos ao redor da palavra FinOps. Os textos dentro dos círculos são: “Apropriação coletiva da nuvem”, “Time centralizado conduz FinOps”, ”Valorizar o valor que a nuvem gera”, “Aproveitar o custo variável gerado”, “Relatórios acessíveis e oportunos”, “Trabalho colaborativo”.

Lembra sempre desses seis princípios quando for adotar FinOps, tá legal?

Conclusão

Bem, agora você sabe que FinOps é sobre colaboração entre todos dentro de uma empresa. Todos têm uma parte de responsabilidade e devem se conscientizar dos custos da nuvem.

Para aplicar FinOps, use as práticas como os relatórios em tempo real para avaliar seus gastos e otimização atuais e tenha em mente que os os processos orientados por dados são fundamentais para que uma organização se torne eficiente em termos de custos.

Este texto foi baseado no que aprendi com o livro "Cloud FinOps” de J.R. Storment e Mike Fuller. Se você tem interesse em se aprofundar ainda mais em FinOps, eu indico a leitura completa dele. Vale ainda entender o processo de benchmarking junto a empresas que já adotaram FinOps (aqui no Brasil sei que existem times na ThoughtWorks que aderiram) e com pessoas que façam parte de times de FinOps.

Bons estudos!

Mônica Matos Bock
Mônica Matos Bock

Product Manager nas Escolas de Programação e DevOps, apaixonada por café, graphic novels e tecnologia.

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