Java 9 na prática: Inferência de tipos
Na semana passada anunciamos no blog da Caelum que estou começando uma série de posts sobre Java 9, pra que todos possam acompanhar as novidades da linguagem até o seu tão esperado lançamento oficial.
A JEP 286, Local-Variable Type Inference:
"We seek to improve the developer experience by reducing the ceremony associated with writing Java code, while maintaining Java's commitment to static type safety, by allowing developers to elide the often-unnecessary manifest declaration of local variable types.
Melhora contínua na inferência de tipos do Java
A idéia da JEP 286 é continuar o trabalho que já vem sendo feito nas versões anteriores da linguagem, que é diminuir verbosidade, reduzindo a quantidade de informações de tipagem que temos que declarar explicitamente em nosso código.
Quer um bom exemplo? O famoso diamond operator do Java 7:
Map<String, String> mapa = new HashMap<>();
Java 7 e o operador diamante
O operador diamante <> nada mais é do que um syntax sugar dos tipos que tinham que ser declarados explicitamente no momento de instanciar objetos genéricos. Até então, o código anterior teria que ser escrito assim:
Map<String, String> mapa = new HashMap<String, String>();
Foi um grande passo, mas a inferência de tipos ainda era bastante limitada.
Java 8 e muitas novas possibilidades
No Java 8, novas JEPs foram aprovadas e parte do compilador foi reescrito, melhorando drasticamente sua habilidade de inferir tipos. A introdução das expressões lambdas foram um grande motivador. Um exemplo seria esse comparator, que mostramos anteriormente em nosso post de Java 8:
palavras.sort(comparing(s -> s.lenght());
Apesar de ser possível, em nenhum momento precisamos declarar que a variável s da expressão lambda era do tipo String. Estamos ordenando uma lista que é do tipo String, portanto isso foi inferido automaticamente.
A possível inferência de variáveis locais do Java 9
A proposta do Java 9 foi além, sugerindo que a seguinte sintaxe seja aceita:
var palavras = new ArrayList<String>();
val stream = palavras.stream();
Repare no uso do var e do val. A diferença entre essas duas palavras chaves é que a primeira, usada na lista de palavras, representas uma variável local, mutável, do tipo ArrayList. A segunda representa uma variável local imutável, isto é, final.
Seria equivalente a escrever:
final Stream<String> stream = palavras.stream();
Mas isso só vai funcionar com listas?
Esse recurso não se limita apenas na declaração de listas e objetos genéricos...
var nome = "Rodrigo Turini";
var count = 10;
Legal, não é? Ele pode ser usado desde uma simples String, um inteiro, ou até mesmo _Path_s, _InputStream_s, mapas, sets e outros.
var path = Path.of(fileName);
var fileStream = new FileInputStream(path);
var bytes = Files.readAllBytes(fileStream);
E qual é a opinião da comunidade?
O Brian Goetz, um dos arquitetos do Java, publicou uma pesquisa para coletar a opinião da comunidade a respeito dessa proposta. O resultado foi impressionante:
2.453 pessoas participaram e o entusiamo para adoção da feature foi evidente, 74.1% votaram a favor! Tiveram outras perguntas na pesquisa também, você pode ver o resultado completo aqui. E você, o que achou dessa proposta? Vale lembrar que ela ainda pode ou não ser aprovada, tudo depende da Oracle. Mas se você quiser, já dá pra ir brincando com alguns builds não oficiais.
Se você ainda não domina Java 8 e os recursos atuais da linguagem, com certeza vai gostar do nosso curso da Alura e também do livro publicado pela Casa do Código. A Alura usa Java 8 desde o lançamento final desta versão da linguagem, e com Java 9 não será diferente.