Métricas de performance centradas no usuário

Métricas de performance centradas no usuário

Imagine uma pessoa usuária ansiosa para interagir com sua aplicação React.js, e, no fim, se depara apenas com uma tela de carregamento lenta.

A performance não é apenas um detalhe técnico, é o farol que guia a experiência da pessoa em seu aplicativo.

Em um mundo em que a agilidade é a chave para manter o engajamento, compreender e otimizar o desempenho da sua aplicação pode ser a diferença entre uma pessoa satisfeita e uma pessoa frustrada.

Para nos orientar nessa jornada, existem métricas de performance centradas na pessoa usuária, ferramentas verdadeiramente úteis que apontam onde e como podemos aprimorar.

Por isso, vamos mergulhar nessas métricas de desempenho e ferramentas de otimização, começando com o Lighthouse e avançando para o Modelo RAIL.

Tudo com o objetivo de tornar sua aplicação não apenas mais rápida, mas também mais receptiva e envolvente

Vamos juntos?

Como o Lighthouse pode ajudar

O Lighthouse é essencialmente uma ferramenta de diagnóstico que permite às pessoas desenvolvedoras identificar não apenas como uma página está se saindo — em termos de performance, acessibilidade, práticas recomendadas e SEO – , mas também como melhorá-la.

Veja algumas formas de como o Lighthouse pode ser útil:

A imagem mostra duas janelas de um navegador de internet abertas lado a lado. À esquerda, uma página de um website chamado "code connect" com um campo de busca e abaixo dois artigos sobre programação. O primeiro, destacado, fala sobre "Gerenciamento de Estado com Redux", e o segundo sobre "Sass: Simplificando o CSS". À direita, uma aba do Chrome DevTools está aberta na seção "Lighthouse", pronta para gerar um relatório com foco em performance, acessibilidade, melhores práticas e SEO para dispositivos desktop.

Identificar problemas de performance

Com métricas como First Contentful Paint (FCP), Time to Interactive (TTI) e Speed Index, pessoas desenvolvedoras podem entender onde a página pode estar atrasando e otimizá-la para carregar e tornar-se interativa mais rapidamente.

A imagem mostra um navegador de internet com duas abas abertas. À esquerda, o website "code connect" com um campo de busca e dois artigos, um sobre "Gerenciamento de Estado com Redux" e outro sobre "Sass: Simplificando o CSS". À direita, o resultado de uma análise de performance no Chrome DevTools na seção "Lighthouse" com a pontuação máxima de 100, destacando métricas como "First Contentful Paint", "Total Blocking Time", "Speed Index", "Largest Contentful Paint" e "Cumulative Layout Shift".

Vamos entender um pouco mais sobre cada um deles:

  • First Contentful Paint (FCP): marca o momento em que algo aparece na tela. No React, é vital carregar primeiro o que é crítico.
  • First Meaningful Paint (FMP): vai além, focando no conteúdo principal. Aqui, é sobre priorizar o carregamento do que realmente importa para o usuário.
  • Time to Interactive (TTI): reflete quando o usuário pode realmente interagir com a página. Estratégias como code splitting e carregamento lazy no React podem ajudar.
  • Latência de entrada: mede a resposta da aplicação às interações. No React, otimizar manipuladores de eventos e atualizações de estado é chave.

Melhorar a acessibilidade

O Lighthouse verifica se a página cumpre padrões de acessibilidade essenciais, identificando elementos que podem ser problemáticos para usuários com deficiências.

A imagem exibe um navegador com duas abas abertas. À esquerda, o site "code connect" apresenta um artigo sobre "Gerenciamento de Estado com Redux". À direita, na aba do Chrome DevTools, a seção "Lighthouse" mostra uma pontuação perfeita de 100 em acessibilidade para o site, junto com uma lista de verificações manuais adicionais a serem realizadas, como foco do teclado e a ordem lógica de navegação.

Melhores práticas

A seção de práticas recomendadas do Lighthouse oferece conselhos sobre segurança, modernização de APIs web e outras práticas que mantêm a página alinhada com os padrões atuais da web.

A imagem exibe um navegador com duas abas abertas. À esquerda, há a página inicial do site "code connect" com artigos de programação. À direita, o Chrome DevTools está aberto na seção "Lighthouse" indicando uma pontuação de 96 em Melhores Práticas. Há uma observação sobre imagens com proporção incorreta e uma nota para garantir que a Política de Segurança de Conteúdo (CSP) seja eficaz contra ataques de Cross-Site Scripting (XSS).

Otimizar para SEO

Ao destacar aspectos que podem afetar a visibilidade da página nos motores de busca, o Lighthouse ajuda a garantir que o conteúdo seja facilmente encontrado por pessoas usuárias.

A imagem mostra um navegador com duas abas abertas. À esquerda, o site "code connect" apresenta conteúdo sobre programação. À direita, a aba do Chrome DevTools mostra uma avaliação de SEO da seção "Lighthouse", com pontuação máxima de 100, e a indicação para verificar se os dados estruturados são válidos.

E agora, após explorarmos as métricas de desempenho oferecidas pelo Lighthouse, podemos mergulharmos em um framework que complementa essas métricas e nos guia na jornada da otimização de desempenho: o Modelo RAIL.

Vale ressaltar que, enquanto o Lighthouse nos oferece insights valiosos sobre o desempenho atual de nossa aplicação, o Modelo RAIL vai além, fornecendo um conjunto estruturado de diretrizes para garantir que cada interação do usuário seja rápida, fluida e satisfatória.

Então, vamos descobrir como esses dois recursos se integram harmoniosamente, capacitando os desenvolvedores a alcançar novos patamares de excelência em termos de experiência do usuário.

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Modelo RAIL

O Modelo RAIL representa um framework para a otimização de performance focado na experiência do usuário.

Este modelo é estruturado em quatro pilares que guiam devs na melhoria contínua de sites e aplicativos.

O principal objetivo é assegurar que cada interação do usuário seja rápida, fluida e satisfatória. Sendo:

  • Response (Resposta): este pilar enfatiza a importância de uma resposta rápida às ações do usuário. O modelo sugere que as interações devem ser processadas em até 100 milissegundos. Isso é importante para manter o usuário engajado e evitar a sensação de lentidão.

  • Animation (Animação): aqui a fluidez visual é o foco, visando alcançar 60 quadros por segundo em animações e rolagens. Essa taxa assegura uma experiência visual suave, sem travamentos ou atrasos percebidos, essencial para manter a atenção do usuário e oferecer uma navegação confortável.

  • Idle (Ociosidade): aproveitar os momentos de inatividade do usuário para realizar tarefas em segundo plano é a chave deste pilar. Isso inclui pré-carregar dados ou conteúdo que o usuário possa necessitar em seguida, reduzindo tempos de espera em interações futuras.

  • Load (Carregamento): o carregamento rápido do conteúdo principal, idealmente em até 5 segundos no primeiro acesso, é importante para capturar e reter a atenção do usuário.

Nota-se que o Modelo RAIL oferece um guia prático para priorizar a otimização de performance com foco na experiência do usuário.

Implementar esse modelo significa colocar o usuário no centro do desenvolvimento, garantindo que a interface seja não apenas funcional, mas também agradável e responsiva.

Ao seguir os princípios do RAIL, as pessoas desenvolvedoras podem construir aplicações que não só atendem às expectativas dos usuários, mas também contribuem para uma web mais rápida e acessível.

Dicas e técnicas de otimização

Aqui estão algumas dicas e técnicas de otimização:

Uso de Hooks como useCallback e useMemo

Esses hooks permitem evitar re-computações desnecessárias e redefinições de funções, melhorando a performance ao memorizar valores e funções entre renderizações​​.

Otimização de imagens

Comprimir imagens sem comprometer a qualidade pode reduzir significativamente o tempo de carregamento.

Ferramentas como “tinyPng” ajudam a comprimir imagens, e frameworks como Next.js oferecem otimização de imagens integrada​​.

Code Splitting e Lazy Loading

Técnicas que permitem carregar conteúdo apenas quando necessário, reduzindo o tempo de carregamento inicial ao dividir o código em chunks menores que são baixados sob demanda​​​​.

Otimização do DOM e prevenção de re-renderizações desnecessárias

Reduzir o número de elementos no DOM e evitar re-renderizações desnecessárias de componentes são práticas cruciais.

React oferece maneiras de otimizar isso, por exemplo, utilizando React.PureComponent ou implementando a função shouldComponentUpdate para controlar o processo de re-renderização​​​​.

Virtualização de listas

Para aplicações que renderizam listas longas de dados, a técnica de "windowing", ou virtualização de lista, ajuda a renderizar apenas uma pequena parte dos dados de cada vez, melhorando drasticamente a performance ao reduzir o número de nós no DOM criados e o tempo de re-renderização​​.

Evitar definições de funções inline e uso de Fragments

Definições de funções inline podem causar re-renderizações desnecessárias, enquanto o uso de React.Fragments evita a adição de nós extras ao DOM​​.

Throttling e debouncing de eventos

Técnicas úteis para controlar a taxa de disparo de eventos, evitando que a aplicação execute operações caras com muita frequência​​.

Otimização de dependências

Analisar e otimizar as dependências pode reduzir significativamente o tamanho do bundle final, removendo arquivos não utilizados ou substituindo bibliotecas pesadas por alternativas mais leves​​.

Conclusão

Portanto, podemos afirmar que a performance é crucial em aplicações React.js, moldando a experiência do usuário.

O Lighthouse oferece insights valiosos sobre métricas essenciais, enquanto o Modelo RAIL fornece um guia claro para otimização contínua.

Combinando essas ferramentas com técnicas avançadas de otimização, como o uso de Hooks e code splitting, os desenvolvedores podem criar aplicativos mais rápidos e envolventes, priorizando a satisfação do usuário e contribuindo para uma web mais eficiente

Pensando em tudo que aprendemos aqui, o instrutor Pedro de Mello preparou a formação React: maximizando a performance de Aplicações, focada em aplicações React), dedicada ao aprimoramento de desempenho em aplicações React.

Além disso, a aplicação Code Connect, utilizada como exemplo na análise do Lighthouse, foi desenvolvida em Next como projeto da formação Next.js 14: desenvolvendo aplicações robustas com alta produtividade.

Referências

Vinicios Neves
Vinicios Neves

Vinicios Neves, Tech Lead e Educador, mistura código e didática há mais de uma década. Especialista em TypeScript, lidera equipes full-stack em Lisboa e inspira futuros desenvolvedores na FIAP e Alura. Com um pé no código e outro no ensino, ele prova que a verdadeira engenharia de software vai além das linhas de código. Além de, claro, ser senior em falar que depende.

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