Migração para Nuvem: o que é? Por que fazer? Como fazer?

Migração para Nuvem: o que é? Por que fazer? Como fazer?
Gabrielle Ribeiro Gomes
Gabrielle Ribeiro Gomes

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Muitas empresas enfrentam problemas com suas infraestruturas de TI antigas. Elas armazenam dados importantes e rodam programas em seus próprios servidores, mas conforme a demanda aumenta, esses servidores ficam sobrecarregados, lentos e custam muito para manter.

Além disso, qualquer falha no servidor pode paralisar toda a operação.

É aí que entra a migração para a nuvem como solução!

Gif do Michael Scott da série The Office: um homem branco de terno. Ele está sorrindo e fazendo um gesto positivo com ambas as mãos.

A computação em nuvem está transformando a forma de gerenciar e operar infraestruturas de tecnologia da informação (TI).

As plataformas de provisionamento de serviços em nuvem oferecem uma série de benefícios, como maior escalabilidade, flexibilidade e redução de custos.

Vamos explorar em detalhes o processo de migração para a nuvem, seus aspectos positivos, os tipos e etapas envolvidas, além de estratégias de migração e desafios enfrentados.

Também vamos discutir casos de sucesso de empresas que realizaram a migração com êxito e refletir sobre as tendências futuras em relação ao uso de computação em nuvem.

Bora lá?

O que é a migração para a nuvem?

A computação em nuvem se baseia na oferta de recursos computacionais como serviços acessíveis pela internet.

A variedade de recursos disponíveis é ampla, abrangendo desde instâncias operando como servidores para hospedagem de aplicações web até softwares, soluções de armazenamento, plataformas e infraestrutura completa.

Assim, a migração para a nuvem é o processo de colocar aplicações, infraestrutura, dados e segurança de servidores locais para um ambiente de computação em nuvem.

Mas o processo de migrar para a nuvem também pode se referir à troca de um provedor de nuvem para outro. Que nada mais é que uma empresa que oferta serviços de computação em nuvem, como por exemplo:

Mas por que migrar para a nuvem?

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Benefícios de migrar para a nuvem

A migração de um ambiente local para a nuvem pode trazer uma série de benefícios, tais como:

  • Escalabilidade: a migração possibilita o aumento ou diminuição dos recursos conforme a demanda, removendo a necessidade de investimentos em infraestrutura física adicional.
  • Redução de custos: custos com hardware, manutenção e energia são reduzidos, pois a nuvem oferece uma maneira mais fácil de gerir custos de forma contínua. Assim, paga-se somente pelos recursos utilizados (modelo conhecido como pay as you go).
  • Segurança: os provedores de nuvem geralmente oferecem recursos avançados de segurança e conformidade, além de atualizações regulares.
  • Flexibilidade e Agilidade: os recursos dos ambientes em nuvem podem ser acessados a partir de qualquer localidade e a qualquer momento, o que facilita a colaboração e o trabalho remoto.
  • Desempenho: como a infraestrutura da nuvem possui manutenção frequente para otimização da sua operação, podem ser obtidas melhorias no desempenho das aplicações.
  • Melhoria nas análises de dados: pode-se extrair mais valor de ferramentas já utilizadas, como DRM, SAP, banco de dados, marketing, etc. A modernização para sistemas em nuvem permite o desbloqueio de novos dados, uso integrado de ferramentas de processamento e a descoberta de novas oportunidades de negócio.

Tipos de migração para a nuvem

Existem diferentes tipos de migração para a nuvem. A escolha do tipo vai depender das metas, objetivos e necessidades da sua organização.

Vamos explorar os principais tipos a seguir.

Migração completa do servidor local

Imagem que representa o processo de migração de dados e aplicativos de um servidor local para um ambiente em nuvem. Há um objeto retangular com um rótulo “Servidor local” no lado esquerdo da imagem e um círculo com uma nuvem branca acima com o rótulo “Nuvem” do lado direito. Uma seta vermelha unidirecional para a direita conecta o servidor  local à nuvem, representando a migração.

Esse processo envolve a transferência de todos os componentes de um servidor físico, como aplicativos, dados, sistemas operacionais e configurações, para um ambiente de nuvem.

Esse é um processo abrangente e complexo, que requer um planejamento cuidadoso para garantir uma transição eficaz e bem-sucedida.

De acordo com o tamanho da organização, essa migração pode demandar bastante tempo, como mais de um ano.

Migração de uma nuvem para outra

Imagem de um diagrama que ilustra a migração de um provedor de nuvem para outro. Há dois círculos, um na esquerda e outro na direita, que representam os provedores com os rótulos “Provedor A” e “Provedor B”. Duas nuvens brancas são desenhadas acima de cada provedor. Um seta vermelha conecta as duas nuvens, indicando a migração entre os provedores.

Esse processo também é conhecido como migração de nuvem a nuvem, e se refere a transferência de dados, aplicativos e cargas de trabalho de um provedor de serviços para outro, por exemplo da Microsoft Azure para a Google Cloud Platform.

A migração de uma nuvem para outra pode ocorrer por diversos motivos, tais como a busca por melhores custos, desempenho, recursos ou conformidades regulatórias.

Migração de aplicações ou conjuntos de dados específicos

Imagem que representa o processo de migração de aplicações individuais e conjuntos de dados. Do lado esquerdo há um computador com um rótulo de “Aplicações” e abaixo dele há uma pasta com o rótulo “Dados”. Do lado direito há um círculo com uma nuvem branca acima com o rótulo “Nuvem”. Uma seta vermelha apontando para a direita conecta os elementos de aplicações e dados com a nuvem.

Nesse processo, são migrados apenas algumas aplicações individuais ou conjuntos de dados, tendo em vista uma maior eficiência e facilidade de gestão.

Análise de dados, Business Intelligence, aplicações de machine learning e inteligência artificial, e gerenciamento de recursos do cliente (CRM) são, em geral, os principais tipos de aplicações migradas nesse processo.

Migração de cargas de trabalho específicas

Imagem que representa a migração de cargas de trabalho para a nuvem. Do lado esquerdo há um título “Recursos”. Abaixo há um símbolo de aba de página de computador com o texto “Computação”, um símbolo de um disco rígido com o texto “Armazenamento” e um globo com um cursor de mouse com o texto “Rede”. Na direita há um globo com uma nuvem acima e o texto “Nuvem”. Uma seta vermelha para a direita entre os recursos e a nuvem indica a migração.

Nesse processo, a migração é mais segmentada. Ela envolve apenas algum tipo específico de carga de trabalho, que consumirá da nuvem algum tipo de recurso, como capacidade de armazenamento ou capacidade de computação.

Alguns exemplos desse tipo de carga de trabalho são bancos de dados distribuídos, modelagem 3D, codificação de vídeo e criação e gerenciamento de documentos.

A migração para a nuvem pode ser benéfica em diversos casos, mas esse processo requer um planejamento detalhado e uma execução cuidadosa para garantir uma transição eficaz e atingir os objetivos esperados.

Assim, como funciona o processo de migração para a nuvem?

Etapas de migração para a nuvem

O processo de migração para a nuvem é complexo e envolve uma série de etapas críticas, desde o planejamento inicial até a execução e otimização contínua.

Esse processo requer um entendimento claro das necessidades de negócios, uma avaliação detalhada da infraestrutura existente e uma estratégia bem definida para a migração para o ambiente de nuvem.

Vamos explorar em detalhes como funciona cada uma das etapas de migração para a nuvem.

1. Avaliação e planejamento

  • Análise das necessidades de negócio: é necessário identificar os objetivos da migração. É a redução de custos? Aumento da agilidade? Escalabilidade e melhoria do desempenho?

Além disso, deve haver uma definição de quais aplicações e dados serão migrados, quem os usa e com que frequência, e avaliação do impacto esperado dessa operação.

Também é importante ter uma visão clara de quem são as principais partes interessadas nesse processo, como gestão de TI, time de desenvolvimento, usuários finais, e provedores de serviço.

  • Avaliação da infraestrutura atual: um inventário completo dos ativos de TI existentes deve ser feito, como aplicativos, bancos de dados, servidores e dependências.

O desempenho atual deve ser avaliado, sendo levantados os custos operacionais e os requisitos de segurança e conformidade.

  • Escolha da estratégia de migração: as estratégias de migrações mais comuns vão desde a migração direta com pouca ou nenhuma mudança nas aplicações até a reformulação completa de toda a infraestrutura digital.

Assim, é necessário avaliar as diferentes estratégias para selecionar a opção mais adequada para o seu contexto. No decorrer desse artigo veremos essas estratégias com mais detalhes.

2. Preparação

  • Backup e segurança de dados: para evitar perda durante a migração, é necessário realizar backups completos de todos os dados e aplicativos.

Também é importante garantir que todos os dados sensíveis estarão protegidos e que a conformidade com as regulamentações será mantida.

  • Mapeamento de dependências: para certificar que a migração não interrompa as operações da organização, é preciso identificar todas as dependências entre aplicativos, bancos de dados e serviços.

  • Configuração do ambiente de nuvem: nesse ponto deve ser escolhido um provedor de nuvem, como AWS, Azure ou Google Cloud. Além da realização da configuração na infraestrutura necessária.

Além disso, devem ser estabelecidas políticas de segurança e conformidade no novo ambiente. Em geral, os provedores adotam um modelo de responsabilidade compartilhada para a segurança do ambiente. Assim, a segurança da infraestrutura é responsabilidade do provedor, enquanto o gerenciamento de identidade e acesso no ambiente é responsabilidade da organização.

3. Execução da migração

  • Transferência de dados: é interessante usar ferramentas de migração para mover os dados de forma eficiente e segura para a nuvem. Isso pode incluir serviços como a AWS Snowball, Azure Data Box, ou outras soluções de transferência de dados.

  • Migração de aplicações: deve ser feita a reconfiguração de todos os aplicativos, para que funcionem no ambiente de nuvem. Esse processo pode envolver a instalação de software, configuração de sistemas operacionais e ajuste de configurações.

  • Configuração de redes e segurança: é necessário estabelecer conexões de rede seguras entre o ambiente local e a nuvem. Isso envolve implementar políticas de segurança, como criptografia de dados em trânsito e em repouso, firewalls, e controles de acesso.

4. Testes pós-migração

  • Verificação de funcionalidade: todos os aplicativos e serviços migrados devem ser testados para assegurar seu pleno funcionamento..

Sendo assim, testes de funcionalidade devem ser executados para validar que todos os processos estão operando conforme o esperado.

  • Testes de desempenho: o desempenho das aplicações e serviços no novo ambiente de nuvem devem ser avaliados.

Assim, será possível identificar e resolver quaisquer problemas de desempenho, ajustando os recursos conforme necessário.

  • Revisão de segurança: é necessário confirmar que todas as medidas de segurança estão implementadas de forma eficaz. Isso pode envolver a realização de testes de penetração e auditorias de segurança, garantindo a proteção dos dados.

5. Otimização e monitoramento

  • Monitoramento contínuo: após a migração, devem ser utilizadas ferramentas de monitoramento para acompanhar o desempenho e a segurança das aplicações e dados na nuvem. Os próprios provedores fornecem recursos como Amazon CloudWatch, Azure Monitor, ou Google Cloud Operations com essa finalidade, facilitando o monitoramento contínuo dos serviços utilizados.

Além disso, algumas métricas principais também devem ser monitoradas, como uso de recursos, tempo de resposta (latência), e taxas de erro.

  • Otimização de recursos: para maximizar a eficiência e minimizar os custos, a alocação de recursos deve ser ajustada. Isso envolve a utilização de serviços de escalabilidade automática, otimização de instâncias e ajustes de configurações de armazenamento.

Outro aspecto relevante, é a implementação de práticas de gerenciamento de custos para monitorar e controlar despesas na nuvem.

  • Manutenção e suporte: o suporte contínuo deve ser fornecido para resolver problemas e implementar melhorias no ambiente de nuvem.

A documentação deve estar sempre atualizada e o treinamento da equipe é crucial para garantir que as pessoas colaboradoras estejam preparadas para gerenciar e operar a infraestrutura de nuvem de modo eficiente.

A migração para a nuvem é um processo trabalhoso, mas bem gerenciado pode trazer inúmeros benefícios para a organização. Um planejamento detalhado e uma execução cuidadosa são essenciais para o sucesso da transição.

Estratégias de migração para a nuvem

Para traçar estratégias para realizar esse processo é necessário ter bem definido e claro os objetivos, estado atual da infraestrutura e das necessidades específicas da organização.

Cada abordagem tem seus próprios benefícios, desafios e casos de uso ideais. Assim, vamos mergulhar nas principais estratégias de migração para a nuvem.

Rehosting (Re-hospedagem)

Também chamada de migração lift-and-shift (elevar e deslocar), o Rehosting move as aplicações e dados para a nuvem sem realizar alterações significativas na arquitetura ou código.

Seus pontos positivos incluem a implementação rápida e relativamente simples, já que o mesmo software que estava sendo executado em servidores locais agora serão reimplantados no ambiente de nuvem com o menor número possível de alterações.

Além disso, essa estratégia possui um custo inicial mais baixo comparado às outras.

O seu principal desafio é a falta de aproveitamento total dos benefícios da nuvem, como escalabilidade automática ou otimização de recursos.

Um caso de uso comum é em empresas que desejam migrar rapidamente para a nuvem sem grandes investimentos iniciais.

Pode até mesmo ser um primeiro passo para um grande avanço na transformação digital da organização, como em casos envolvendo ambientes legados, que necessitam de um processo de modernização gradual para evitar perdas de dados e aplicações.

Também é uma estratégia comumente usada em organizações com padrões previsíveis de demanda, principalmente com períodos de maior uso (pico) bem conhecidos, como o setor de entrega de alimentos ou setor fiscal.

Replatforming (Reformulação)

Essa estratégia também é conhecida como lift-and-optimize (levantar e otimizar). Ela envolve realizar pequenas otimizações nas aplicações durante a migração, sem alterar sua arquitetura fundamental.

Seus benefícios englobam a melhoria da eficiência e desempenho na nuvem. Além de ser menos oneroso e menos arriscado do que uma refatoração completa.

O replatforming exige mais esforço que o rehosting, pois há uma necessidade de adaptação e diversas fases testes das aplicações, para garantir o funcionamento ideal do código base alterado.

O seu uso mais adequado é para organizações que desejam otimizar o desempenho e custos sem uma reescrita completa das aplicações, aproveitando os principais recursos da nuvem, como segurança, desempenho aprimorado, computação elástica e redundância.

Suponha que um e-commerce queira migrar sua plataforma de vendas para a nuvem. Em vez de reescrever todo o sistema, a empresa pode optar por replatforming, ajustando a aplicação para utilizar os serviços de banco de dados gerenciados da nuvem, que oferecem melhor desempenho e escalabilidade.

O principal resultado dessa decisão será uma aplicação mais eficiente e com menor custo operacional, dispensando a necessidade de reescrita do código.

Refactoring (Refatoração)

Nessa estratégia, as aplicações são reescritas e otimizadas para que sejam nativos da nuvem. Isso geralmente envolve a alteração do código sem modificar seu comportamento ou a experiência de front-end.

No refactoring, há uma melhoria significativa no desempenho e agilidade, pois os benefícios da nuvem, como escalabilidade, resiliência e otimização de custos são aproveitados ao máximo.

Seu principal desafio é o tempo e custo de desenvolvimento elevados. Além de possuir maior complexidade e risco durante a migração.

Os casos de uso mais comuns são aplicações críticas que necessitam escalabilidade, desempenho aprimorados, oferta de novos recursos, ou até mesmo a adição de ferramentas de machine learning ou de inteligência artificial e a análise de dados mais claras e aceleradas.

Também é uma estratégia usada para projetos de longo prazo, onde os benefícios justificam o investimento inicial.

Imagine que uma empresa de análise de dados queira migrar seu sistema de processamento de grandes volumes de dados para a nuvem.

Ao refatorar a aplicação, o time de desenvolvimento reescreve e otimiza os algoritmos de processamento para tirar o melhor proveito possível dos recursos de computação elástica da nuvem.

Assim, o sistema terá uma operação mais eficiente, sendo capaz de lidar com picos de demanda de modo escalável e econômico.

Repurchasing (Recompra)

Essa estratégia substitui os aplicativos existentes por soluções de software como serviço (SaaS).

No repurchasing há uma redução nos custos de manutenção e gestão de infraestrutura. Outro benefício é o acesso imediato a funcionalidades modernas e frequentemente atualizadas.

Os seus desafios incluem a eventual necessidade de customizações adicionais e o treinamento e adaptação dos usuários ao novo sistema.

Uma desvantagem que deve ser levada em consideração é a falta de controle dos recursos granulares dos ambientes em nuvem.

O repurchasing geralmente é usado para migrar aplicativos como CRM, ERP ou software de colaboração para suas versões SaaS, como o Salesforce ou Office 365.

Re-architect (Re-arquiterura)

Essa estratégia é semelhante ao refactoring, mas ela altera o funcionamento do código visando a otimização da aplicação e o melhor aproveitamento das propriedades nativas da nuvem.

A re-arquitetura traz melhorias significativas de desempenho e escalabilidade. Além de reduzir os custos operacionais a longo prazo.

Seus desafios envolvem um tempo elevado para implementação, custo inicial elevado e risco de interrupções durante a migração.

Além do aumento de complexidade, que pode introduzir bugs e problemas de segurança nas aplicações.

Um exemplo de caso de uso dessa estratégia é a transformação de uma grande aplicação baseada em arquitetura monolítica em uma arquitetura de microsserviços distribuídos.

Rebuild (Recriação)

Nessa abordagem, a aplicação é totalmente redesenhada e reescrita para o ambiente de nuvem.

Assim, há um planejamento do zero, permitindo a escolha de quais ferramentas e recursos nativos da nuvem serão utilizados desde o começo.

As principais vantagens consistem em ter uma aplicação completamente otimizada para a nuvem e a possibilidade de inovação e modernização total, trazendo melhorias significativas de segurança, desempenho e flexibilidade.

No entanto, essa estratégia possui um alto custo e tempo elevado de desenvolvimento.

É necessário uma gestão de mudança eficiente, pois o risco é alto se o projeto não for bem gerenciado.

Além disso, pode haver introdução de bugs e outros problemas que não existiam na versão legada da aplicação.

Essa estratégia geralmente é utilizada em aplicações obsoletas, que não podem ser facilmente atualizadas ou otimizadas.

Também pode ser adotada quando os requisitos de negócio mudaram significativamente, sendo necessária uma nova arquitetura para atendimento dessas mudanças.

A recriação também é usada para o desenvolvimento de novos produtos ou serviços que precisam de uma abordagem moderna e ágil desde o início.

Desse modo, a decisão de qual abordagem utilizar deve ser baseada em uma avaliação criteriosa das necessidades de negócio, custos e benefícios esperados.

Deve ser levado em consideração fatores como o estado atual das aplicações, complexidade da migração, recursos disponíveis e objetivos da organização no longo prazo.

Cada estratégia traz oportunidades significativas de modernização e otimização para a nuvem.

A seleção da abordagem adequada pode ter um grande impacto na eficiência, desempenho e agilidade de uma organização.

Desafios da migração para a nuvem

Migrar para a nuvem oferece muitos benefícios, mas também apresenta uma série de desafios que devem ser enfrentados para garantir uma transição bem sucedida.

Vamos analisar alguns desafios que podem estar envolvidos nesse processo:

  • Custos de migração: embora a nuvem possa ser mais econômica a longo prazo, os custos iniciais de migração podem ser elevados. Assim, é importante realizar uma análise custo-benefício detalhada e considerar a implementação de estratégias de otimização de custos na nuvem.

  • Compatibilidade e interoperabilidade: durante o processo, é crucial garantir que as aplicações funcionem corretamente no novo ambiente e minimizar o tempo de inatividade. Desse modo, a migração deve ser executada em fases e planos de contingência devem ser elaborados antes de iniciar as operações de migração.

  • Treinamento e adaptação: a transição para a nuvem pode exigir novas habilidades e mudanças na cultura organizacional. É preciso investir em treinamento e desenvolvimento de habilidades, além de promover uma cultura de inovação e adaptação.

  • Segurança e conformidade: é importante garantir que os dados e aplicações sejam protegidos durante a migração, mantendo a conformidade com regulamentos e normas de segurança. Implementar uma política de segurança robusta, usar criptografia e aproveitar as ferramentas de segurança oferecidas pelos provedores de nuvem é essencial.

A superação desses desafios exige um planejamento meticuloso, investimento em treinamento e uma abordagem estratégica para a gestão de custos e segurança. Com a devida preparação, os riscos podem ser mitigados.

Analisando casos de empresas que realizaram a migração para a nuvem de forma bem sucedida, podemos constatar que esses desafios podem ser superados e que a migração pode ser vantajosa, criando oportunidades para inovação e crescimento.

Que tal explorarmos alguns casos de sucesso que demonstram isso!?

Casos de sucesso

Atualmente, diversas empresas têm migrado suas infraestruturas para a nuvem. Organizações como Netflix, Coca-Cola e General Electric (GE) demonstraram como a transição para a nuvem pode não apenas modernizar suas operações, mas também impulsionar a inovação e eficiência.

Assim, vamos analisar alguns desses casos de sucesso, destacando lições aprendidas e insights valiosos que podem servir de guia para quem planeja embarcar nessa jornada.

Netflix

A Netflix, um dos maiores serviços de streaming de vídeo, decidiu migrar para a nuvem em 2008 após um grande desastre de hardware em seu data center. O processo levou sete anos, com a reconstrução de toda a tecnologia Netflix para a plataforma de nuvem AWS utilizando uma arquitetura de microsserviços.

Foi realizada a automatização de processos, que foi crucial para o gerenciamento da infraestrutura de nuvem em larga escala.

Além disso, o processo de migração possibilitou o aumento da escalabilidade, permitindo atender à demanda de milhões de usuários em todo o mundo.

Coca-Cola

Em 2013, a Coca-Cola migrou várias de suas operações para a nuvem, após um aumento no tráfego do site de seu comercial, que sobrecarregou seus servidores. Atualmente, a empresa usa a plataforma Microsoft Azure para hospedar suas aplicações e dados.

Foram implementadas soluções de análise de dados em nuvem para obter insights em tempo real sobre operações e vendas.

Também foram adotadas soluções de colaboração e comunicação em nuvem para conectar equipes globais.

Esses casos de sucesso mostram o impacto positivo da migração para a nuvem, evidenciando ganhos significativos. À medida que a tecnologia avança, o futuro da computação em nuvem promete ainda mais transformações.

Quais serão as tendências futuras que vão expandir as possibilidades da nuvem?

Gif de um homem branco com uma blusa preta em um fundo preto cheio de estrelas. O homem faz um gesto com as mãos próximo a cabeça representando uma explosão.

Tendências futuras

A migração para a nuvem continua evoluindo rapidamente, impulsionada por desenvolvimentos tecnológicos emergentes e mudanças nas necessidades empresariais.

Provedores de nuvem têm integrado cada vez mais inteligência artificial e machine learning em seus serviços, permitindo facilidades no desenvolvimento e implementação de modelos de IA.

Além disso, o uso serviços em nuvem junto com IA e ML permitirão maior automatização de operações, desde a gestão de infraestrutura até a personalização de experiências de usuário.

Os serviços de nuvem estão lançando serviços que usam edge computing, paradigma de computação em que o processamento de dados é realizado mais próximo da fonte (dispositivos de borda) ao invés de enviar tudo para data centers para processamento de forma centralizada.

Os provedores de nuvem estão oferecendo serviços como AWS Greengrass, Azure IoT Edge e Google Distributed Cloud para suprir essa tendência.

O uso de edge computing reduz a latência, melhorando o desempenho em aplicações que exigem processamento em tempo real, como veículos autônomos e IoT industrial.

Além de aumentar o desempenho ao reduzir a quantidade de dados que precisam ser transmitidos para a nuvem e melhorar a privacidade e segurança ao processar dados localmente.

Outra tendência, é o investimento em energia renovável e tecnologias sustentáveis para reduzir a pegada de carbono. Iniciativas como AWS Sustainability Program e Google Carbon Neutral Cloud estão liderando esse movimento.

Conclusão

A migração para a nuvem é um processo estratégico que oferece uma oportunidade de modernização das infraestruturas de TI, melhorando a eficiência operacional e impulsionando a inovação.

Embora esse processo envolva desafios como a complexidade de migração e questões de segurança, os potenciais benefícios são enormes.

A adoção bem-sucedida de estratégias de migração em conjunto com um planejamento cuidadoso e escolha de ferramentas e plataformas adequadas, pode trazer vantagens em desempenho, agilidade e custo-benefício.

Os diversos casos de sucesso têm demonstrado o valor da nuvem e tendências futuras apontam para avanços contínuos em inteligência artificial, edge computing e sustentabilidade.

Assim, fica claro que a migração para a nuvem não é apenas uma tendência, mas um fator decisivo para organizações que buscam se manter competitivas e inovadoras no mercado atual.

Gabrielle Ribeiro Gomes
Gabrielle Ribeiro Gomes

Gabrielle é estudante de Engenharia de Software na Universidade de Brasília - UnB. Faz parte do Scuba Team da Alura atuando principalmente com Python. É apaixonada por programação, robótica, machine learning e gatos.

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