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O Front End vai acabar? Uma reflexão sobre a profissão

O Front End vai acabar? Uma reflexão sobre a profissão
Mario Souto
Mario Souto

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Há uns anos atrás, em um popular grupo no GitHub chamado Front End Brasil, surgiu uma discussão levantando sobre o fim da profissão Front End.

Fonte: [Front End Brasil](https://github.com/frontendbr/forum/issues/490)

Desde que entrei na área ouço rumores e discussões sobre o assunto. Com a chegada da IA GPT-3 e sua capacidade de a partir de textos com alguns requisitos básicos de layout, gerar código com estrutura semelhante ao JSX do React e estilos com uma ligeira fidelidade ao que foi pedido, a pauta voltou a ficar quente. Novos questionamentos surgiram e gostaria de pegar esse post para refletir um pouco sobre as funções atuais da profissão e os impactos de ferramentas como essa.

Confira o tweet de @sharifshameem sobre sua criação de um gerador de layout utilizando GPT-3!

Qual o papel do Front End?

Essa é uma pergunta bem complicada, pesquisando por uma definição mais geral, sem ter tanto as minhas palavras sobre o assunto e olhando vários sites e vagas de emprego achei essa bem interessante:

"A pessoa que trabalha como web front-end é responsável por implementar elementos visuais e interativos com os quais os usuários se envolvem por meio do navegador da web ao usar um aplicativo da web (como um browser). Eles geralmente são suportados por desenvolvedores da web de back-end, que são responsáveis pela lógica de aplicativos do lado do servidor e integração do trabalho que os desenvolvedores de front-end fazem."

Fonte: https://www.toptal.com/front-end/job-description

Essa definição é bacana pelo ponto de que ela associa o profissional a plataforma, sendo o Front End web a pessoa que "implementa elementos visuais e interativos" através da plataforma do navegador. Porém se formos analisar friamente somente esse aspecto, é facil dizer que poderiamos trocar o profissional Front End por uma ferramenta como webflow ou mesmo o wix, pois ambas oferecem como serviço o papel de entregar "elementos visuais e interativos" com links entre páginas e outros pontos.

O que diferencia uma pessoa Front End de uma ferramenta?

Indo mais além na definição, eu gosto de olhar que os conhecimentos da plataforma web é o que fazem a pessoa que trabalha com Front End ter o destaque sobre uma ferramenta. O papel do programador num geral é resolver problemas, e por mais que para muitos não pareça as próprias linguagens de programação também entram na lista de ferramentas que resolvem problemas.

A capacidade de conseguir escolher qual ferramenta usar é onde eu quero chegar. No passado todos os sites e email marketings eram feitos em tabelas e isso funcionava super bem, e durante um tempo o DreamWeaver (IDE para desenvolvimento web da adobe), foi a solução usada por quase todo mundo, pois possuia uma interface gráfica que ajudava a manipular a estrutura de tabelas e deixava o trabalho mais fácil, ganhando assim tempo para focar em outras demandas que exigiam maior dedicação/esforço.

Versão antiga do DreamWeaver

O tempo passou, os sites hoje já não são mais feitos com tabelas, os emails marketing precisam ser responsivos e o Dreamweaver já não resolve mais tanta coisa como antes, e quem seguiu fazendo essas tarefas foi encontrando novas ferramentas (MJML para email marketing, Bootstrap e frameworks CSS em geral para web) ou mesmo conceitos (A ideia por trás de Grids, pré processadores, etc), que resolvam os problemas.

Hoje temos diversas soluções de problemas, cabe a cada um pensar em tópicos como: isso vai precisar de muita manutenção/evolução?, escala (quantos email marketings/páginas precisam ser feitas e em quanto tempo?), qualidade, acessibilidade, performance entre outros fatores para dai entender se vale a pena fazer todo o código ou se é melhor usar alguma ferramenta pronta.

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E como a profissão veio evoluindo?

A web não nasceu do jeito que é hoje, enquanto as discussões atuais giram em torno de PWAs, gerenciamento de estad e sites que rodam offline, o primeiro site da web nem tinha CSS, e durante muito tempo não tinhamos nem uma propriedade do CSS para fazer bordas arredondadas.

Primeiro website

Fonte: http://info.cern.ch/hypertext/WWW/TheProject.html

É fácil ficar perdido com a quantidade de coisas que surgem, mas entender a história por trás da profissão, ter visibilidade que os processos vão evoluindo e gerando novas demandas, gera uma tranquilidade e maior poder de análise do potencial do que vem surgindo, deixando mais fácil saber qual ferramenta se encaixa ou não no seu cinto de ferramentas do Batman Front.

E se você quiser se aprofundar nessa história, confere o vídeo no meu canal do YouTube indo mais a fundo nessa discussão e na história da profissão:

Mario Souto
Mario Souto

Vivo no 220v, sempre atrás de um filme/rolê novo e codando desafios aleatórios em JavaScript. Adoro fazer sites e falar/dar aulas sobre isso no @nubank, meu canal no YouTube DevSoutinho e na @alura

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