Técnicas de estudo: estratégias para melhorar sua aprendizagem

Técnicas de estudo: estratégias para melhorar sua aprendizagem
Cinthia Bregola
Cinthia Bregola

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Já pensou em aprender mais em menos tempo? Com algumas técnicas organizadas, você pode transformar sua maneira de estudar, aumentar a retenção e reduzir frustrações.

Você vai conhecer estratégias comprovadas, baseadas em neurociência, para absorver mais conteúdo em seus estudos e reduzir sua curva de aprendizagem.

Neste artigo, exploraremos técnicas como Pomodoro, revisão espaçada, mapas mentais e outras. Confira!

Modo focado e difuso

Antes de falar das técnicas em si, é preciso entender brevemente como nossa mente funciona no processo de aprendizagem.

Você fica horas diante de um problema que parece sem solução, está estressado e nada de ideias, de repente escolhe deixar ele de lado e vai tomar um café, ou tomar um banho e seguir com outra tarefa, e durante esse momento ‘aleatório’ de descanso você pensa numa ideia incrível, ou numa solução não pensada antes para o problema de horas atrás. Isso já aconteceu com você?

Imagem de um homem.

Pois bem, isso acontece pelo que estudiosos do tema chamam de modo difuso e modo focado, que consiste em alternar entre dois tipos de funcionamento mental.

No modo focado, sua mente está altamente concentrada, direcionando a atenção para resolver um problema específico ou entender um conteúdo de maneira aprofundada.

Já o modo difuso acontece quando você relaxa e deixa a mente “solta”, sem se concentrar diretamente no problema.

Esse estado abre espaço para que o cérebro forme novas conexões e faça associações diferentes entre as ideias, sem o mesmo nível de pressão.

É por isso que, ao dar uma pausa e ocupar-se com outra atividade, você pode ter uma “sacada” ou encontrar a resposta que parecia impossível antes.

Entender essa dinâmica entre o foco e o descanso é essencial para aplicar as técnicas de estudo, pois alternar entre esses modos te ajudará a assimilar melhor o conteúdo.

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Técnicas de organização de estudos

Para colocar seus estudos em dia e garantir tempo hábil para tudo, você deve ter um planejamento.

De início pode parecer ‘perda de tempo’ parar para definir o quê e quando você estudará, mas na verdade esse planejamento te ajudará a focar no que precisa e estudar mais e melhor, sendo assim, logo você ganhará tempo!

Pomodoro

A técnica Pomodoro consiste em alternar períodos de 25 minutos de foco total com 5 minutos de descanso, demonstrando bem o modo difuso e alternado.

Como usar: Durante 25 minutos, concentre-se totalmente em uma tarefa. Depois, tire 5 minutos para relaxar. Esse processo ajuda a descansar o cérebro e manter o foco ao longo do dia.

Diagrama intitulado pomodoro. No centro possui a palavra processo e nas 3 ramificações temos as palavras: focado, difuso e intervalos de 15min a cada 4 pomodoros. Na palavra focado temos uma conexão com a descrição 25min e na palavra difuso a descrição 5min.

Experimente extensões como Focus To-Do ou o Pomodoro para aplicar a técnica hoje mesmo!

Revisão seriada ou repetição espaçada

Consiste em revisar o conteúdo em intervalos programados, cada vez mais distantes. Com isso, driblamos a “curva de esquecimento”, estudada por Ebbinghaus, que nos traz que a partir de 9 horas após um determinado estudo, temos uma queda brusca dos conhecimentos.

Sendo assim, precisamos relembrá-lo antes que o esqueçamos completamente.

Gráfico da curva do esquecimento, onde a retenção de informação diminui com o tempo. Cada revisão, marcada como "Primeira", "Segunda" e "Terceira Revisão", aumenta temporariamente a retenção, reduzindo a taxa de esquecimento. Isso ilustra como revisões periódicas ajudam a manter a informação por mais tempo.

Legenda: Gráfico da curva de esquecimento versus a revisão espaçada. Extraída do livro Neurociência Aplicada a Técnicas de Estudos.

Como usar: Programe revisões do conteúdo após 09hrs, 24h, 3 dias e assim por diante. Ao revisar, experimente diferentes formatos como flashcards, resumos e mapas mentais para manter a revisão ativa.

Apenas ler não surte tanto efeito como desejamos. Essa prática intencional faz com que você se envolva mais e retenha melhor o que estudou.

Estudo Intercalado

Alternar diferentes temas em uma mesma sessão de estudo ao invés de focar longos períodos no mesmo assunto ou conteúdo.

Como usar: Supondo que você está estudando uma nova linguagem de programação e também precisa melhorar suas habilidades de comunicação.

Ao invés de focar 5hrs na segunda-feira para um, e 5hrs na terça-feira para o outro, separe 3hrs na segunda para programação e 2hrs na segunda para comunicação, e assim por diante.

Tabela de cronograma de estudos semanal, com 1 coluna de horário e 5 colunas de dias que vão de segunda a sexta-feira. Na segunda-feira temos revisão de curso de comunicação às 8h, revisão curso de powerpoint às 09 e revisão curso de inteligência artificial às 10. Na terça, respectivamente, temos estudos de comunicação, estudos de powerpoint e estudos de inteligência artificial. Nos demais dias as agendas se repetem.

Dessa forma você estimula o cérebro a reorganizar e fixar o que aprendeu, além de evitar uma fadiga com relação ao tema estudado.

Princípio de Pareto - 80/20

Focar nos 20% de conteúdo mais importantes do conteúdo, ou seja, priorizá-los. Os demais 80% também devem ser estudados, mas com menor prioridade.

Tabela com 2 colunas, intitulada estudos de marketing. Na primeira coluna o título é pontos fortes, com 4 itens logo abaixo: análise de dados e métricas, estratégias de segmentação, conteúdo e integração com vendas. Na segunda coluna intitulada pontos fracos, temos 3 itens abaixo: automação de marketing, pesquisa de mercado e storytelling.

Como usar: Primeiramente liste os assuntos mais difíceis e importantes (caso se trate de uma prova), e os menos importantes ou mais simples.

Por exemplo, para uma certificação da PMBok você lista os temas que têm mais questões ou demandam mais tempo de raciocínio, e foca mais tempo do seu estudo neles e menos nos demais, que você sabe que serão mais fáceis de se recordar.

Técnicas de Aprendizagem Ativa

Após organizado o quê e em quê prioridade você estudará, chega o momento de definir como você vai absorver mais conhecimento e compreensão, com uso de técnicas de aprendizagem.

Método Cornell

O método Cornell consiste em organizar melhor suas anotações, para posteriormente usá-las para um revisão eficiente.

Basicamente você só precisa de uma folha, onde o conteúdo é organizado em 3 partes, uma com as anotações em si, outra com perguntas sobre o assunto e a última parte com um resumo. Veja como fazer a seguir.

Como usar: Numa folha, escreva no topo o título e a data do estudo. Trace uma linha na vertical, um pouco mais para a esquerda da folha (campo A), deixando um espaço maior no campo direito para escrever as notas (campo B).

Na parte inferior, trace uma linha horizontal, uns 3 dedos em média de rodapé (campo C).

Esquema do Método Cornell.

Na coluna B, anote os conceitos principais, tudo que considera importante para o tema que estudou.

Na coluna A, crie perguntas com base na coluna B. Ao final, escreva um resumo do assunto no rodapé, que seria nosso campo C.

Depois, a cada revisão busque responder às perguntas do campo A sem olhar as respostas. Ou ainda usar o verso da folha para escrever as respostas imaginadas na revisão.

Esse método aumenta a retenção por ser mais ativo, não apenas uma leitura, mas um teste e reflexão resumida do que você observou e anotou.

Prática Dirigida

Essa técnica é interessante quando se tem um conteúdo bem teórico, como livros ou revisão de uma prova, que são conteúdos densos em texto.

Ela sugere que ao iniciar o estudo desse tipo de material, ao invés de focar em ler tudo por horas, você quebre em etapas, analisando de forma geral, para depois ler com profundidade e direcionado.

Como usar: Comece com uma visão geral do conteúdo (leia o resumo, a conclusão, veja imagens, tópicos). Depois, foque no estudo com anotações e revisões rápidas.

Essa técnica é ideal para evitar a sobrecarga e garantir foco nos principais pontos do conteúdo.

Você pode associá-la a outros métodos, como o Cornell por exemplo, para anotações.

Mapas Mentais

Os mapas mentais são estruturas visuais que conectam ideias principais e secundárias. É uma ferramenta poderosa para síntese e memorização de conteúdos.

Como usar: Coloque o tema central no centro de uma folha ou quadro digital. A partir dele, puxe conexões com subtemas em ramificações, usando palavras-chave e por fim, pode associar com imagens ou ícones também para ser mais ilustrativo.

Mapa mental escrito no centro técnicas de estudo e com ramificações para aprendizagem, memorização, fundamentais e específicas.

Vários sites dispõem de modelos pré-prontos para você utilizar, como o MindMeister e o Canva. E podem ser construídos de maneiras simples, até as mais complexas, com muitos detalhes e conexões.

Lembrando que para ser mais efetivo na aprendizagem, é importante que você mesmo faça seus mapas, reutilizar modelos já prontos reduz significativamente sua efetividade na memorização.

Perguntas e Respostas

Em estudo por meio da leitura tradicional, é comum ocorrer o chamado ‘ilusão da aprendizagem’, onde é apenas uma leitura passiva, que não exatamente gera aprendizado.

Para sair desse ‘piloto-automático’ e tornar uma leitura ativa, que constroi conhecimento, podemos gerar perguntas durante a leitura.

Diagrama intitulado de perguntas e respostas. No centro possui a palavra processo e nas quatro ramificações temos as palavras: leitura, reflexão, formulação de pergunta e resposta mental.

Como usar: Ao estudar, faça perguntas sobre o conteúdo e desafie-se a responder essas perguntas. Por exemplo, ao estudar sobre psicologia das cores, você pode se perguntar mentalmente: Qual cor gera sensação de poder? Quais outras cores despertam sentimento semelhante?

E a partir de suas próprias perguntas, obter as respostas que te apoiarão em fixar o conteúdo.

Essa técnica colabora com outra que consiste em criar questões próprias, como se estivesse produzindo uma avaliação.

Nesse processo de estudo para criar a estrutura e alternativas das questões, você já obtém ou reforça o aprendizado acerca do tema, observando problemas e soluções que possivelmente não tinha reparado ainda.

Práticas que parecem simples, mas que impactam fortemente o processo de autoaprendizagem!

Estúdio de Gravação

É uma técnica de gravação de resumos para revisar conteúdos de forma auditiva.

Diagrama intitulado estúdio de gravações. No centro possui a palavra processo, interligada a 5 ramificações, sendo: seleção da matéria, resumo estruturado, roteiro de gravação, edição e audioteca organizada. No texto resumo estruturado possui mais 4 ramificações descritas como Cornell, Mapa mental, Resumo e outro tipo.

Como usar: Resuma o conteúdo estudado com suas próprias palavras, depois estruture em um roteiro, observando se contemplou todas informações importantes. Grave o áudio em um local silencioso, pelo celular mesmo ou gravador.

Dependendo da complexidade você pode precisar editar e revisar. Após isso, organize uma biblioteca dos seus áudios e ouça suas gravações nos momentos livres.

Além de aproveitar qualquer tempo vago para estudo facilmente, essa técnica permite revisões rápidas e de uma forma não visual, o que é bom para estimular outros campos do cérebro.

Um ponto importante: o uso de inteligência artificial é muito bem vindo em vários momentos da rotina de estudos, mas é importante que para esse tipo de resumo você utilize ao máximo sua própria escrita, faz parte do processo de reforço de conexões neurais, gerando uma melhor aprendizagem.

Conclusão

As técnicas certas ajudam você a transformar seu jeito de estudar. Combine essas estratégias de acordo com suas necessidades e objetivos, e veja como seu aprendizado se torna mais leve e eficiente.

Todas as técnicas citadas neste artigo são pautadas em estudos e com comprovação neurocientífica, ou seja, se você se esforçar e aplicar algumas delas com certeza terá resultados bons na sua aprendizagem.

Além do mais, essas práticas podem ir além dos estudos acadêmicos ou profissionais, trazendo benefícios para o seu dia a dia. Coloque em prática hoje mesmo as técnicas deste artigo e compartilhe com a hashtag #AprendizadoAlura.

Confira mais conteúdos voltados ao desenvolvimento pessoal e aprendizagem aqui na Alura! Temos uma formação completa sobre Aprendizagem.

Referências

Livro Neurociência Aplicada a Técnicas de Estudos, de Bruno Fleury e Renilda Gonçalves do Amaral.

Cinthia Bregola
Cinthia Bregola

Designer educacional atuante em criação de materiais didáticos para aulas online e presenciais. Apoio instrutoras e instrutores da Alura a extrair ao máximo seus conhecimentos em prol das pessoas alunas. Amo ler e estudar sobre assuntos diversos :D

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