Tipos de modelos de LLMs: generalistas, especialistas, compactos e multimodais

Tipos de modelos de LLMs: generalistas, especialistas, compactos e multimodais
Vinicios Neves
Vinicios Neves

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Você já se perguntou como funcionam os diferentes tipos de modelos de linguagem que estão moldando o futuro da inteligência artificial?

Neste artigo, vamos explorar os bastidores dessas máquinas incríveis que não apenas entendem texto, mas também processam imagens, sons e até vídeos.

Prepare-se para mergulhar no universo dos LLMs (Large Language Models), onde cada tipo tem suas habilidades únicas e desafios próprios.

Começamos com os modelos generalistas, os canivetes suíços da IA, que fazem de tudo um pouco, mas exigem cuidado com suas famosas alucinações.

Em seguida, passamos pelos modelos especializados, os nerds focados, que dominam áreas específicas como saúde e finanças.

Para quem busca eficiência em dispositivos menores, temos os modelos compactos, as versões fitness que garantem privacidade e performance local.

E, claro, não podemos esquecer dos modelos multimodais, os poliglotas que conectam texto, imagem, áudio e vídeo de forma integrada.

Vamos discutir o que eles fazem de melhor, os cuidados necessários e como cada tipo pode transformar o jeito que interagimos com tecnologia.

Então, se você quer entender mais sobre esse universo fascinante, pega um cafezinho (ou a sua bebida favorita, sem ressentimentos) e vem comigo porque este artigo é para você!

Diagrama de Venn representando as intersecções entre diversas áreas da tecnologia. À esquerda, "Inteligência Artificial (IA)" engloba "Aprendizado de Máquina (ML)", que por sua vez inclui "Aprendizado Profundo (DL)". Na base, “Processamento de Linguagem Natural (PNL)” se sobrepõe a “Aprendizagem Profunda (DL)” e “Aprendizado de Máquina (ML)”. No centro do diagrama, em destaque, está "LLM" (Large Language Model), localizado na interseção de todas essas áreas. À direita, há um círculo independente, "Data Science & Analytics", que não se conecta diretamente a outros elementos.

Modelos generalistas

Os modelos generalistas são, como o próprio nome sugere, aqueles treinados para lidar com uma vasta gama de tarefas e contextos.

Eles funcionam como canivetes suíços da Inteligência Artificial, sendo capazes de responder perguntas, gerar texto, traduzir, resumir conteúdos e até escrever código.

Tudo isso é possível graças ao treinamento massivo em datasets generalistas, como textos da internet, livros, artigos e até repositórios de código.

A grande proposta desses modelos é a flexibilidade. Eles não foram criados para resolver um problema específico, mas sim para atuar em múltiplos cenários, se adaptando a diferentes necessidades sem precisar de ajustes adicionais.

Imagine algo que consiga tanto ajudar a redigir um contrato quanto explicar o básico de uma linguagem de programação. Essa versatilidade é o que torna os generalistas tão populares, como por exemplo:

  • GPT (OpenAI): amplamente utilizado para tarefas de escrita, como responder perguntas ou auxiliar no aprendizado.
  • Claude (Anthropic): focado em interações mais éticas e explicativas.
  • Google Gemini: integração de IA ao ecossistema de pesquisa e produtividade.

Cuidados importantes

Por mais impressionantes que sejam, os modelos generalistas têm uma limitação importante: eles não “sabem” as coisas, mas reproduzem padrões de linguagem baseados no treinamento.

Isso significa que, mesmo quando não têm informações concretas sobre um assunto, podem “alucinar” — ou seja, gerar respostas plausíveis, mas completamente erradas.

Se você é curioso como eu, deve estar se perguntando: por que isso acontece?

  • Ausência de conhecimento real: os modelos não acessam bancos de dados ao vivo nem têm consciência das informações. Eles geram respostas baseadas nas estatísticas do que parece correto.
  • Excessiva confiança no contexto: quando os dados de entrada são vagos ou imprecisos, os modelos tendem a “preencher as lacunas” de forma criativa, mas imprecisa.

Outro ponto crítico é o impacto que respostas erradas podem ter em contextos sensíveis, como saúde, finanças ou questões legais.

As alucinações podem gerar consequências graves, especialmente quando o modelo é utilizado sem supervisão humana.

Modelos generalistas são incríveis pela versatilidade e potencial de aplicação, mas devem ser usados com cuidado.

Entender suas limitações e saber como minimizar os riscos de alucinações é essencial para aproveitar o melhor dessas ferramentas de maneira responsável.

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Modelos especializados

Se os modelos generalistas são os faz-tudo, os especializados são os mestres em um único assunto.

Eles são ajustados (fine-tuned) a partir de um modelo base, como o GPT, usando datasets cuidadosamente selecionados e relacionados a uma área ou tarefa específica.

O resultado? Respostas mais precisas e alinhadas ao contexto.

A ideia dos modelos especializados é simples: maximizar a precisão em tarefas específicas. Por exemplo, enquanto um modelo generalista pode até responder a uma dúvida médica, um modelo especializado em saúde, treinado com textos científicos e protocolos médicos, vai oferecer respostas mais detalhadas e confiáveis.

Eles são ideais para situações onde não há margem para erros e o contexto exige um entendimento profundo, como na análise de relatórios médicos, interpretação de contratos legais ou identificação de tendências no mercado financeiro. Alguns modelos conhecidos:

  • MediSearch: um modelo especializado no setor médico. Ele é treinado com textos de alta qualidade, como artigos científicos e guias clínicos.
  • FinBER: focado no setor financeiro, ele analisa documentos técnicos, relatórios de mercado e notícias relevantes da área.

Cuidados importantes

Mesmo com tanta precisão, modelos especializados têm suas limitações. Se utilizados fora de contexto ou com dados de entrada confusos, podem gerar respostas incorretas — ou até perigosas.

Um MediSearch, por exemplo, não vai entender gírias ou descrições imprecisas de sintomas, enquanto um FinBERT pode ter dificuldade com notícias financeiras ambíguas.

Os modelos especializados não têm a flexibilidade dos generalistas, mas compensam isso com precisão e relevância no domínio escolhido.

São ferramentas poderosas quando usadas corretamente, mas precisam de supervisão e uso consciente.

Modelos compactos

Enquanto os modelos generalistas e especializados brilham em flexibilidade e precisão, os compactos são os mestres da eficiência.

Projetados para rodar em dispositivos com recursos limitados, como smartphones, smartwatches ou sistemas embarcados, eles equilibram a capacidade com performance.

A grande sacada dos modelos compactos é viabilizar o uso de IA em cenários onde não é possível contar com infraestrutura robusta ou conexões estáveis à nuvem.

Eles são reduzidos em tamanho e otimizados para consumir menos memória e processamento, mas ainda conseguem realizar tarefas relevantes, como reconhecimento de voz, processamento de linguagem natural e até classificação de imagens.

Um modelo desse tipo que é bem famoso é o LLaMA 2 (da Meta), uma versão otimizada para rodar localmente em dispositivos menores, sem depender de servidores remotos.

Naturalmente, esse fitness tem suas restrições. Modelos compactos perdem parte da capacidade dos generalistas e especializados. Isso significa que, para problemas mais complexos, eles podem não ser a melhor escolha.

Cuidados importantes

É importante limitar o escopo dos modelos compactos a tarefas específicas e bem definidas, garantindo que eles sejam usados onde realmente fazem sentido.

Além disso, é crucial equilibrar qualidade e performance, já que uma compactação excessiva pode comprometer o desempenho.

Por fim, o treinamento personalizado para o caso de uso específico é indispensável para maximizar a eficácia do modelo.

Modelos multimodais

Se os generalistas são os faz-tudo e os especializados os mestres de um nicho, os multimodais são os poliglotas da inteligência artificial.

Esses modelos têm a capacidade de entender e processar diferentes tipos de dados — texto, imagem, áudio e até vídeo — de forma integrada.

O grande diferencial dos modelos multimodais é a habilidade de conectar informações de várias fontes para oferecer respostas mais completas e contextualmente ricas.

Pense em algo que consiga interpretar uma imagem, explicar o que está nela com texto, e ainda sugerir ações com base nesse entendimento. É como ter um assistente que não apenas lê, mas também vê e ouve.

Alguns exemplos famosos de LLMs multimodais:

  • DALL-E (OpenAI): Gera imagens a partir de descrições textuais.
  • Flamingo (DeepMind): Capaz de entender e combinar texto e imagem para realizar tarefas como gerar legendas para fotos.
  • Whisper (OpenAI): Modelo de transcrição e tradução de áudio para texto, conectando fala e escrita de forma eficaz.

Cuidados importantes

Apesar de suas super habilidades, os modelos multimodais enfrentam desafios importantes.

Um deles é o desbalanceamento de dados, já que textos costumam ser mais abundantes e de melhor qualidade em comparação a imagens ou vídeos, o que pode introduzir vieses nos resultados.

Além disso, a interpretação de contextos multimodais pode ser ambígua, pois uma mesma imagem pode ter significados diferentes dependendo do texto que a acompanha, tornando essencial o alinhamento cuidadoso dos dados de entrada.

Os modelos multimodais são como o elo perdido da inteligência artificial, conectando texto, imagem, áudio e vídeo de maneira integrada e eficiente.

Eles abrem portas para novas formas de interação e automação, mas ainda dependem de supervisão cuidadosa, especialmente em contextos críticos.

Conclusão

E aí, deu para entender como os diferentes tipos de LLMs podem transformar a forma como usamos a inteligência artificial no dia a dia?

Desde os generalistas, que fazem de tudo, aos especializados, com foco cirúrgico em tarefas específicas, passando pelos compactos, que brilham em dispositivos com recursos limitados, até os multimodais, que conectam texto, imagem e áudio como verdadeiros poliglotas da IA, cada modelo tem seu papel e desafios únicos.

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A hora de explorar o potencial dos LLMs e da IA no desenvolvimento é agora. Vamos nessa?

Vinicios Neves
Vinicios Neves

Vinicios Neves, Tech Lead e Educador, mistura código e didática há mais de uma década. Especialista em TypeScript, lidera equipes full-stack em Lisboa e inspira futuros desenvolvedores na FIAP e Alura. Com um pé no código e outro no ensino, ele prova que a verdadeira engenharia de software vai além das linhas de código. Além de, claro, ser senior em falar que depende.

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