O que é e como usar Trigger em SQL

O que é e como usar Trigger em SQL
Beatriz Magalhães
Beatriz Magalhães

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Quando trabalhamos com a linguagem SQL em sistemas de gerenciamento de banco de dados (SGBDs), existem várias funcionalidades que podem nos auxiliar a tornar os processos cada vez mais simples e seguros, por exemplo a utilização dos triggers.

O que é Trigger?

Um "trigger" ou gatilho, em sistemas de gerenciamento de banco de dados (SGBDs), é um procedimento automático que é executado ("disparado") em resposta a determinados eventos em uma tabela ou view.

Os eventos que podem ativar um trigger incluem operações de inserção, utilizando o comando INSERT e atualização ou exclusão de dados, utilizando os comandos UPDATE e DELETE.

Triggers são usados para garantir a integridade dos dados, automatizar tarefas como atualizações em cascata e manter registros de auditoria, entre outras funções.

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Características principais dos Triggers

Vamos entender algumas das principais características dos triggers e em quais situações podemos utilizá-los:

  • Automatização: Os triggers operam automaticamente ao serem acionados pelo evento definido, sem a necessidade de intervenção manual.

  • Eventos de disparo: Podem ser configurados para executar antes ou depois de um evento de banco de dados específico (por exemplo, antes de uma inserção, depois de uma atualização).

  • Integridade dos dados: Podem ser usados para aplicar regras de negócio complexas que não podem ser definidas com restrições padrão, ajudando a manter a integridade dos dados.

  • Auditoria: Facilitam a criação de registros de auditoria, registrando alterações em tabelas específicas automaticamente.

  • Cascata de operações: Permite a execução automática de mudanças em tabelas relacionadas para manter a consistência dos dados (por exemplo, atualizar os dados de uma tabela quando outra tabela é modificada).

Tipos de Triggers

Os triggers podem ser classificados de acordo com o tipo de operação de banco de dados que eles respondem.

As duas classificações principais são:

Triggers DDL (Data Definition Language):

Os Triggers DDL são acionados em resposta a operações de definição de dados no banco de dados, como CREATE, ALTER e DROP.

Essas operações geralmente envolvem a criação, modificação ou exclusão de objetos de banco de dados, como tabelas, índices, visões, procedimentos armazenados etc.

Exemplos de operações que podem acionar triggers DDL incluem a criação de uma nova tabela, a alteração da estrutura de uma tabela existente (por exemplo, adição de uma coluna) ou a exclusão de um índice.

Os triggers DDL são menos comuns do que os triggers DML (Data Manipulation Language) e geralmente são usados para realizar tarefas específicas relacionadas à administração do banco de dados, como auditoria de esquema ou aplicação de políticas de segurança.

Triggers DML (Data Manipulation Language):

Acionados em resposta a operações de manipulação de dados no banco de dados, como INSERT, UPDATE e DELETE. Essas operações envolvem a inserção, atualização ou exclusão de dados em tabelas existentes.

Exemplos de operações que podem acionar triggers DML incluem a inserção de uma nova linha em uma tabela, a atualização dos valores de uma ou mais colunas em uma linha existente ou a exclusão de uma linha de uma tabela.

Os triggers DML são mais comuns e amplamente utilizados em sistemas de banco de dados para implementar lógica de negócios, garantir a integridade dos dados, manter registros de auditoria, entre outras tarefas relacionadas à manipulação de dados.

A principal diferença entre triggers DDL e DML está nos tipos de operações de banco de dados que eles respondem: DDL para operações de definição de dados e DML para operações de manipulação de dados.

Diferenciação em sistemas de gerenciamento de banco de dados

Também podemos diferenciar triggers em sistemas de gerenciamento de banco de dados (SGBDs), pela forma como são acionados e executados:

  1. Triggers de Linha (Row-level Triggers):
  • Acionados para cada linha afetada pela operação que dispara o trigger.
  • São executados uma vez para cada linha que atende aos critérios do trigger.
  • São úteis para aplicar regras de negócio específicas a nível de linha ou para auditoria de dados em nível de linha.
  • Podem ser implementados tanto antes quanto depois de uma operação (inserção, atualização ou exclusão) em uma linha.
  1. Triggers de Nível de Declaração (Statement-level Triggers):
  • Acionados uma vez para cada operação que dispara o trigger, independentemente do número de linhas afetadas.
  • São executados uma vez para cada instrução que aciona o trigger, independentemente do número de linhas que a instrução afeta.
  • São úteis para tarefas que envolvem processamento de conjunto de resultados ou operações que afetam várias linhas.
  • Normalmente, são mais eficientes em termos de desempenho quando comparados aos triggers de linha.

Diferenças principais entre esses os dois tipos de triggers:

  • Contexto de Execução: os triggers de linha são executados em relação a cada linha afetada, enquanto os triggers de nível de declaração são executados em relação a cada operação de instrução.

  • Eficiência de Desempenho: Triggers de nível de declaração tendem a ser mais eficientes em termos de desempenho, especialmente quando a operação afeta várias linhas, já que são executados apenas uma vez por operação, independentemente do número de linhas afetadas.

Triggers de linha podem ter um impacto maior no desempenho quando muitas linhas são afetadas, pois são executados uma vez para cada linha.

  • Escopo de Aplicação: Triggers de linha são mais adequados para regras de negócio que devem ser aplicadas a nível de linha ou para auditoria em nível de linha.

Triggers de nível de declaração são mais úteis para operações que envolvem processamento de conjunto de resultados ou que afetam várias linhas simultaneamente.

A escolha entre triggers de linha e triggers de nível de declaração depende das necessidades específicas do aplicativo e das operações que precisam ser executadas em resposta a determinados eventos no banco de dados.

Como usar Triggers no MySQL?

Vamos entender na prática alguns exemplos de como poderíamos criar códigos para usar Triggers:

Criando um Trigger de Atualização de Data de Modificação:

CREATE TRIGGER atualizar_data_modificacao
BEFORE INSERT ON tabela_exemplo
FOR EACH ROW
SET NEW.data_modificacao = NOW()

Neste exemplo, o trigger atualizar_data_modificacao é criado para a tabela tabela_exemplo.

Ele é acionado antes de uma inserção em cada linha da tabela.

O trigger atualiza a coluna data_modificacao com a data atual sempre que uma nova linha é inserida na tabela.

Auditoria de Dados com Trigger

Suponha que você tenha uma tabela chamada pedidos que armazena informações sobre os pedidos dos clientes.

Você deseja manter um registro de auditoria sempre que um pedido for atualizado, inserido ou excluído na tabela.

Você pode fazer isso criando um trigger que insere registros na tabela auditoria_pedidos sempre que ocorrerem essas operações.

-- Criação da tabela de auditoria de pedidos
CREATE TABLE IF NOT EXISTS auditoria_pedidos (
    id INT AUTO_INCREMENT PRIMARY KEY,
    tipo_operacao VARCHAR(10),
    id_pedido INT,
    data_registro DATETIME
);

-- Criação do trigger de auditoria para inserções
DELIMITER //
CREATE TRIGGER auditoria_pedidos_insert AFTER INSERT ON pedidos
FOR EACH ROW
BEGIN
    INSERT INTO auditoria_pedidos (tipo_operacao, id_pedido, data_registro)
    VALUES ('Inserção', NEW.id_pedido, NOW());
END;
//

-- Criação do trigger de auditoria para atualizações
CREATE TRIGGER auditoria_pedidos_update AFTER UPDATE ON pedidos
FOR EACH ROW
BEGIN
    INSERT INTO auditoria_pedidos (tipo_operacao, id_pedido, data_registro)
    VALUES ('Atualização', NEW.id_pedido, NOW());
END;
//

-- Criação do trigger de auditoria para exclusões
CREATE TRIGGER auditoria_pedidos_delete AFTER DELETE ON pedidos
FOR EACH ROW
BEGIN
    INSERT INTO auditoria_pedidos (tipo_operacao, id_pedido, data_registro)
    VALUES ('Exclusão', OLD.id_pedido, NOW());
END;
//
DELIMITER ;

Neste exemplo, três triggers são criados para responder às operações de inserção, atualização e exclusão na tabela pedidos. Cada trigger dispara após a operação correspondente em pedidos e insere um registro na tabela auditoria_pedidos, registrando o tipo de operação (inserção, atualização ou exclusão), o ID do pedido afetado e a data e hora em que a operação ocorreu.

Removendo um Trigger

DROP TRIGGER IF EXISTS atualizar_data_modificacao;

Este código remove o trigger atualizar_data_modificacao, se ele existir. Isso é útil quando você precisa modificar ou excluir triggers existentes.

Esses são apenas exemplos de como você pode usar triggers no MySQL. Eles podem ser estendidos para realizar uma ampla variedade de tarefas, como auditoria de dados, aplicação de regras de negócios complexas e manutenção da integridade dos dados do banco de dados.

Certifique-se de entender completamente como os triggers funcionam antes de implementá-los em um ambiente de produção.

Conclusão

Os triggers oferecem flexibilidade e são úteis para garantir a integridade dos dados, implementar lógica de negócios e manter registros de alterações, mas devem ser usados com cautela devido ao potencial impacto no desempenho e na manutenção do código.

Com um entendimento sólido, os triggers podem ser uma ferramenta valiosa para melhorar a eficiência e a confiabilidade dos sistemas de banco de dados, como o MySQL.

Beatriz Magalhães
Beatriz Magalhães

Beatriz é formada em Análise e Desenvolvimento de Sistemas. Faz parte do time de instrutores na escola de Data Science, tem focado seus estudos na área de banco de dados, SQL e Business Intelligence e ama explorar diferentes softwares de visualização de dados. É muito curiosa e adora aprender coisas novas e compartilhar com outras pessoas.

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