Olá, sou o Roberto Pina. Boas-vindas ao curso de Governança de TI: Modelo de Gestão, Arquitetura e Inovação.
Autodescrição: Roberto Pina é um homem de pele clara, calvo, com olhos castanhos. Usa óculos e camiseta azul. Ao fundo, estúdio da Alura com plantas e objetos decorativos.
Segundo curso da formação Governança de TI.
Objetivo: introduzir os conceitos de modelo de gestão ou framework de gestão, sistema de inovação e arquitetura empresarial em um contexto de integração de TI ao negócio, sob controle da Governança.
Profissionais que atuam em Governança ou áreas de apoio, como PMOs.
Gerências e lideranças de TI.
Consultores(as).
Pessoas em geral, interessadas em desenvolver seus conhecimentos sobre aspectos mais estratégicos de TI.
Para um melhor aproveitamento, recomendamos que você realize o curso anterior da formação: Governança de TI: alinhamento estratégico.
Durante este segundo curso da série, estudaremos:
Frameworks de gestão.
Arquitetura empresarial e TI.
Modelo estratégico de valor.
Inovação organizacional.
Conformidade com regulações externas.
Os benefícios para sua formação, são:
Avanço no conhecimento sobre a temática de Governança de TI.
Evolução pessoal e profissional em função dos conhecimentos adquiridos.
Nosso primeiro passo será discutir os níveis organizacionais clássicos: estratégico; tático; e operacional. A partir deles, abordaremos todos os conceitos associados, rumo à arquitetura empresarial. Vamos lá?!
Em uma empresa/organização existem, basicamente, três níveis de planejamento ou funcionamento, que chamaremos de níveis organizacionais.
Estratégico.
Tático.
Operacional.
No nível estratégico, existe a participação da alta administração, isto é, o conselho de administração, presidência e diretorias. Neste nível, são tratadas as questões de longo prazo, as grandes diretrizes da empresa.
A pergunta básica é por quê? Ou seja, vamos pensar sobre: "por que a empresa é assim"; "por que estamos fazendo isso"; "por que temos essa visão"; "por que escolhemos este caminho". Essa é uma característica fundamental para quem atua no nível estratégico.
Neste nível, portanto, são definidos os grandes temas estratégicos, as grandes missões da empresa ou, ainda, as grandes ações que ela deve tomar para atingir suas estratégias.
Também definimos as cadeias de valor, os fluxos nos quais adicionamos valor ao produto ou serviço. Nesta etapa, não definimos os detalhes de cada fluxo, mas, sim, quais serão eles, em um nível bastante macro: quais serão as cadeias de valor? Quais linhas de trabalho a empresa deve seguir para entregar valor ao mercado?
A partir daí, alcançamos uma visão de portfólio. Para que as cadeias de valor funcionem, precisamos realizar alguns projetos, programas (que são projetos concatenados) e iniciativas, gerando produtos e instrumentos.
Quando desenvolvemos um software, por exemplo, para ajudar em algum aspecto do produto ou serviço, estamos executando um projeto dentro do portfólio que vai atuar na cadeia de valor, visando realizar entregas ao mercado.
O portfólio nasce da visão macro focada no fluxo de valor.
Considerando os recursos da empresa, vamos definir como eles serão usados e quais são as prioridades.
Os grandes indicadores, KPIs e OKRs, são os objetivos e metas quantificáveis e também deveriam ser definidos pelo nível estratégico. Tudo em visão macro.
A arquitetura empresarial é como o esqueleto da organização. Nosso objetivo é descrever os elementos que conduzem à concepção e funcionamento dessa arquitetura.
O nível tático é orquestrado pelas gerências, isto é, as lideranças intermediárias. Seu foco é o médio prazo e a pergunta essencial é o quê?: "O que vamos fazer para que a estratégia funcione?"
Neste nível realizamos:
Definição de processos.
Definição de projetos de produtos e serviços.
Planejamento, coordenação, gerenciamento ou liderança de projetos.
Planejamento de melhoria e inovação.
Administração de pessoas.
Perseguição dos objetivos.
Os objetivos definidos pela alta administração são perseguidos neste nível. As gerências normalmente traçam alguns objetivos e metas associadas, e eles são levados às equipes que trabalharão para atingi-los.
No nível operacional, atuam as equipes de execução. O foco é curto prazo e a pergunta é como: "Como vamos fazer o que foi definido?"
A ideia é que as pessoas da operação, que conhecem o produto, tenham algum nível de autonomia para decidir como o trabalho deve ser feito. Então, as lideranças dizem "o que", a equipe define "como" e o trabalho é realizado.
Neste nível, temos:
Execução dos processos.
Manutenção.
Linha de frente de entregas e atendimento.
Administração do dia a dia.
Vendas e compras.
Registros das operações.
Agora vamos discutir a relação entre os níveis organizacionais e Governança. Os arquétipos decisórios de Governança são definidos nos níveis estratégico e tático.
Os modelos decisórios que podem ser tipificados como monarquia de TI, monarquia de negócios ou duopólio são exercidas nos níveis estratégico e tático. Porém, a Governança é formulada para os três níveis. Ela deve estipular boas práticas, isto é, a maneira correta de agir e as responsabilidades e limites dos níveis estratégico, tático e operacional.
Portanto, a Governança tem uma concepção mais ligada ao topo, considerando que os grandes valores que a norteiam vem de lá, mas seu projeto, a visibilidade, os limites e responsabilidades são projetadas para os três níveis, pois todos devem estar permeados por seus princípios.
Nós passamos pelos três níveis organizacionais. A partir disso, chegamos à pergunta: como fazer para que funcionem de forma harmônica e integrada? O objetivo é que essa comunicação permita que o que é definido como estratégia chegue ao nível operacional e seja implementado.
Para isso, podemos estabelecer um framework de gestão. Esse é o tema do nosso próximo vídeo. Vamos lá?!
Agora vamos entender o que é um Framework de Gestão.
Questão: como fazer os níveis estratégico, tático e operacional funcionarem de maneira integrada?
Resposta: é necessário um framewrok (modelo de integração) para os três níveis, ou eles ficarão isolados e nada acontecerá.
Um bom exemplo de framework de gestão é o SAFe(Scaled Agile Framework for Entreprises). Ele não é o único instrumento capaz de integrar níveis, mas, partir dele, podemos ter uma noção de como um conjunto de elementos consegue promover a conexão entre níveis.
O SAFe é conhecido como um framework de agilidade em larga escala, ou seja, de funcionamento ágil para grandes projetos ou desenvolvimento de grandes produtos, em que é necessário o envolvimento de várias equipes ágeis trabalhando em paralelo e de um modelo que integre esse trabalho.
Além disso, ele conta com uma série de papéis, produtos, artefatos e processos agindo em camadas estratégicas, táticas e operacionais, e interligando seu funcionamento.
O objetivo do SAFe é adotar a agilidade em larga escala, integrando os diferentes níveis através de um modelo de papéis, artefatos e processos.
Inicialmente, o SAFe foi concebido como um modelo para desenvolvimento de software. Depois, seu espectro foi ampliado para um modelo de organização Lean-Ágil.
Para compreender melhor o funcionamento do SAFe, vamos acompanhar um exemplo relacionado aos papéis exercidos por pessoas.
Lembrando que há uma escalação de papéis, artefatos e processos, do nível mais alto até o mais baixo, e eles devem funcionar harmoniosamente.
O SAFe é organizado em camadas, bastante semelhantes aos níveis estratégico, tático e operacional. No SAFe, elas recebem outros nomes: Porfolio; Large Solution (Grande Solução); e Essential (camada mais básica).
Sobre os papéis exercidos por pessoas, o SAFe define, no nível de portfólio:
Epic Owners, que formulam os grandes "épicos" associados aos temas estratégicos.
Enterprise Architects, que cuidam da definição da arquitetura empresarial.
No nível intermediário do desenvolvimento de grandes soluções, Large Solution, temos:
STE, Solution Train Engineer.
Solution Mgmt, Solution Management (Gerenciamento de Soluções) e não Solution Manager (Gerente de Soluções), porque essa tarefa pode ser exercida por mais de uma pessoa.
Solutiion Arch/Eng, Solution Architect Engineer.
Não vamos discutir em detalhes sobre cada um dos papéis. O objetivo é citar que existem papéis de nível tático.
Indo para a base, em um nível "essencial", temos:
RTE, Release Train Engineer.
Product Mgmt, Product Management.
Sytem Arch/Eng, System Architect or Engineer.
Finalmente, temos as equipes ágeis trabalhando, com sua composição clássica de:
Scrum Master.
Product Owners.
Times ágeis.
Esses papéis são de nível operacional na base. Os Scrum Masters, por exemplo, escalam para o RTE, que, por sua vez, escala para o STE. Não é uma hierarquia como a que conhecemos, típica, mas, sim, de escalação de de papéis.
Poderíamos dizer, portanto, que o RTE é o Scrum Master dos Scrum Masters, exercendo um papel de liderança facilitadora, característica do modelo Lean-Ágil, não de chefia necessariamente.
Esse é um exemplo de desdobramento ou escalação de papéis que visam integrar o funcionamento de diferentes níveis organizacionais.
Definidos esses papéis (com artefatos e outros elementos), os modelos, como o SAFe, executarão o objetivo do framework de gestão: promover a integração entre diferentes níveis para que a máquina toda funicone.
Os frameworks de gestão são altamente prescritivos, ou seja, delineiam claramente responsabilidades por papéis no modelo. Para a governança, é importante identificar o alcance de cada papel/responsabilidade.
Além disso, os frameworks tem caráter altamente metodológico. São muitos conceitos, métodos envolvidos, que auxiliam no funcionamento e visibilidade da governança.
A governança, além de definir papéis e responsabilidades, também procura usar da melhor forma possível os recursos da empresa e dar ampla visibilidade a isso.
No caso do SAFe, a TI é inserida em um contexto estratégico, de tal forma que a Governança de TI se mescla à Governança Corporativa.
Na sequência, vamos discutir o conceito de competência organizacional. Um conjunto de competências organizacionais funciona como um bom alicerce para o funcionamento de um framework de gestão.
O curso Governança de TI: modelo de gestão, arquitetura e inovação possui 101 minutos de vídeos, em um total de 43 atividades. Gostou? Conheça nossos outros cursos de Administração e Gestão em Inovação & Gestão, ou leia nossos artigos de Inovação & Gestão.
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