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Estratégias de ESG e diversidade para empresas

Athena Bastos

Athena Bastos


Nos últimos tempos, o termo ESG se difundiu pelos quatro cantos do mundo. Desde então, é difícil encontrar alguém (pelo menos em ambientes corporativos), que não tenha falado, perguntado ou pesquisado sobre o assunto.

E não é por menos. De fato, as práticas de ESG sugerem mudanças significativas nos paradigmas tradicionais das empresas — que, inclusive, servem para acompanhar as mudanças que estamos experienciando na sociedade.

Ainda que você saiba o que significa ESG (o que é provável), talvez você ainda não tenha dimensão de como esse tema é relevante na transformação de negócios e na tomada de decisões de investidores por todo o mundo.

Pensando nisso, este artigo tem como objetivo apresentar a importância da estratégia ESG para as empresas, especialmente em relação à diversidade e inclusão nas equipes.

O que é ESG (Environmental, Social and Governance)

A sigla ESG vem de Environmental, Social and Governance — que, em português, significa Ambiental, Social e Governança.

Trata-se, de forma geral, de um conjunto de boas práticas corporativas com base em sustentabilidade, impacto social e gestão.

Dois homens e uma mulher sentados em uma mesa corporativa olhando para um computador escrito ESG na tela.

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A primeira vez que esse termo foi usado foi no relatório “Who Care Wins”, em 2004, pela IFC - International Finance Corporation.

Na prática, o conceito de ESG é uma via de mão dupla: por um lado, tem uma aplicabilidade interna (para a própria empresa) e, por outro, tem um impacto externo (para o mundo de investimento).

Do ponto de vista interno, a empresa usa esses critérios socioambientais para pautar suas condutas e sua estratégia de negócio. Ou seja, é uma forma de se posicionar no mundo, pautando-se por ações que impactam positivamente a sociedade.

Em uma perspectiva externa, o ESG é uma métrica para avaliar o desempenho das empresas, que serve especialmente para os investidores que estão olhando para a organização de forma holística.

Em resumo, o ESG é o equilíbrio dos aspectos ambiental, social e governança na gestão dos negócios. É uma forma de articular os aspectos de economia, de transparência e de ética.

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Quais são os 3 pilares do ESG?

Como já dito, a sigla ESG representa três pilares principais: meio ambiente, social e governança — que são os critérios a partir dos quais a empresa quer gerar um impacto positivo.

Ambiental

A letra E da sigla ESG (environmental) refere-se a todas as ações da empresa que se relacionam à preservação e à redução de impacto negativo ao meio ambiente.

Sendo assim, é um critério ambiental que compreende refletir (e agir) sobre as seguintes áreas:

  • Gestão de resíduos;
  • Uso de fontes de energias renováveis;
  • Posicionamento em relação às mudanças climáticas;
  • Aquecimento global e pegada de carbono;
  • Poluição do ar e da água;
  • Gestão hídrica;
  • Desmatamento;
  • Eficiência energética;
  • Biodiversidade.

Social

A letra S (de social) compreende todas as condutas da empresa em relação às pessoas que participam de seus processos.

Ou seja, refere-se a todos os relacionamentos da organização com pessoas em todos os níveis: tanto com pessoas colaboradoras quanto com investidoras, com fornecedoras e daí por diante.

Em outras palavras, é um critério que leva em consideração à forma que a empresa lida com fatores sociais como:

  • Inclusão e diversidade na empresa;
  • Relação de trabalho com as pessoas colaboradoras — como taxa de turnover e engajamento;
  • Relação com pessoas consumidoras;
  • Posicionamento em causas sociais;
  • Direitos humanos e leis trabalhistas.

Então, para investidores, por exemplo, é fundamental entender se a organização preza pelo bem-estar de suas pessoas colaboradoras e se é uma empresa inclusiva.

Governança

Por fim, o aspecto de governança se refere às práticas e políticas de gestão da organização. Ou seja, como as lideranças fazem a gestão da organização.

Sendo assim, em governança analisa-se questões de:

  • Ética e compliance;
  • Transparência financeira, fiscal e contábil;
  • Prestação de contas e responsabilidade corporativa;
  • Políticas de remuneração;
  • Posicionamento em relação às políticas anticorrupção;
  • Diversidade no conselho administrativo e direção da empresa;
  • Equidade e transparência;
  • Proteção de dados e privacidade de informações.

Por que o ESG está crescendo entre as empresas

Pode parecer clichê falar que a sociedade está mudando. Só que esse movimento é inegável. As estratégias que as organizações precisam adotar hoje não são as mesmas de 10 anos atrás, muito embora o conhecimento seja um processo evolutivo.

As gerações estão mudando, assim como o mercado. Vivemos em uma sociedade que, cada vez mais, questiona o futuro e a subsistência. Por essa razão, surge a necessidade de pensar além dos resultados financeiros do negócio. É preciso questionar quais os impactos que as estratégias de negócio trazem para a sociedade.

Desde 2019, as buscas pelo termo ESG (environmental, social and governance que, em português, significa governança ambiental social e corporativa) aumentaram cinco vezes, segundo constatou uma pesquisa da McKinsey.

Para além disso, mais de 90% do S&P 500 (que reúne as 500 maiores empresas do mundo listadas nas principais Bolsas de Valores dos Estados Unidos) publicam relatórios sobre sua responsabilidade ambiental, social e corporativa, assim como 70% das empresas do Russell 1000.

Em conjunto a outras ações realizadas pelas empresas, isto evidencia que temas como inclusão, diversidade e sustentabilidade se tornaram pautas corporativas.

Esse movimento de evolução — e ao mesmo tempo, a intenção de mudar ainda mais, é o que justifica a adoção de práticas ESG.

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Qual o objetivo do sistema ESG

O objetivo do sistema ESG é que as empresas possam, então, alinhar estratégias de negócio, com foco em resultados, sem que isto cause (ou que, pelo menos, que consigam mitigar) impactos negativos a diferentes ecossistemas ambientais e sociais.

No entanto, apesar de aumentar significativamente o interesse das empresas e dos investidores sobre esses temas, ainda existe um caminho longo pela frente. É o que apontam Mark Kramer e Marc Pfitzer em um artigo para a Harvard Business Review:

“No entanto, surpreendentemente poucas empresas estão fazendo progressos significativos no cumprimento de seus compromissos ESG. Das 2.000 empresas globais monitoradas pela World Benchmarking Alliance, a maioria não tem metas de sustentabilidade explícitas e, entre aquelas que têm, poucas estão no caminho certo para alcançá-las. Mesmo as empresas que estão progredindo estão, na maioria dos casos, apenas instituindo mudanças lentas e incrementais sem as mudanças estratégicas e operacionais fundamentais necessárias para cumprir o Acordo de Paris ou os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.”

Quais são as práticas de ESG?

As práticas de ESG dizem respeito principalmente à cultura organizacional e às estratégias de gestão da empresa.

Um ponto importante é que não basta que a empresa simplesmente atender a critérios legais. Muito além disso, precisa desenvolver formas de se posicionar na vanguarda de temas relevantes para sociedade e implementar mudanças significativas.

Aqui estão 3 exemplos de práticas de ESG que além de promover impacto positivo para a sociedade, também impactam o Employer Branding:

1. Cuidados com o ambiente de trabalho

As práticas de ESG também se referem ao ambiente interno da organização e às práticas de trabalho. Por isso, um ambiente de trabalho saudável também é uma das metas de ESG.

Isto significa observar como a sua empresa tem se relacionado com as pessoas colaboradoras. Como anda seu Employee Experience?

A sua empresa oferece benefícios a quem trabalha nela? Como são as condições de trabalho? As pessoas possuem acesso a todos os recursos necessários para realizar suas funções com segurança?

Essas são questões fundamentais para contribuir com as taxas de retenção de talentos. O cuidado com o ambiente de trabalho é um posicionamento para o mercado.

Inclusive, empresas que se envolvem em problemas relativos a esse aspecto podem enfrentar dificuldades com stakeholders e pessoas consumidoras.

Mas atenção: isto significa também observar as parcerias traçadas. As relações desenvolvidas no mercado também influenciam a imagem que a sua empresa desperta nas pessoas.

2. Treinamentos e preparação das equipes para práticas de ESG

As práticas de ESG devem compreender tanto as altas lideranças quanto as pessoas colaboradoras. E para isso, é essencial desenvolver uma comunicação assertiva entre as pessoas e as empresas.

Será que as pessoas entendem qual é a expectativa que a empresa tem em relação às suas ações com base nos princípios de ESG?

É bastante comum, por exemplo, que as empresas apliquem treinamentos de ética e de compliance. No entanto, esses treinamentos também podem incluir conteúdos relacionados aos pilares ambientais e sociais.

A Alura Para Empresas oferece um curso de compliance para desenvolver estratégias de governança corporativa na sua empresa.

3. Diversidade e inclusão nas empresas

Outra prática que as empresas podem (e devem!) adotar estratégias para promover a diversidade e a inclusão.

Apoiar a diversidade não é apenas positivo para toda a sociedade, mas também é uma forma de investir no desenvolvimento da empresa, através de novas perspectivas de inovação e de capacidade de adequação ao mercado.

Para isso, a empresa pode começar com vagas afirmativas e até mesmo abrir espaços de desenvolvimento a pessoas diversas.

Quais as vantagens competitivas para empresas que adotam uma estratégia de ESG

Existem muitos benefícios de incluir práticas de ESG na organização. Os principais benefícios se referem à reputação da empresa tanto em relação à fidelização de clientes, quanto aumento na taxa de atração e retenção de talentos e visibilidade perante os investidores.

A responsabilidade socioambiental das empresas já é um dos fatores que motivam pessoas consumidoras na escolha de um produto ou serviço, sobretudo da geração Z.

Contudo, este também é um fator que influencia a escolha da posição de trabalho. Pessoas colaboradoras querem se relacionar com empresas bem posicionadas quando o assunto é ESG.

Além do mais, é uma forma de melhorar a reputação de uma empresa frente ao universo dos investimentos, que estão, cada vez mais, apoiando empresas que causam impactos positivos.

O investimento do ESG é visto como uma forma mais segura de investimento. Afinal de contas, empresas com pontuações fortes no índice ESG tendem a ser melhor gerenciadas, com estruturas de governança mais resilientes e mais eficientes.

Qual a importância da diversidade e inclusão nas equipes

Para começar, promover a inclusão e a diversidade nas empresas é uma responsabilidade social. O atual cenário em que vivemos exige um posicionamento ativo das organizações em relação a esses temas.

No entanto, mais do que isso, também é uma forma de otimizar os resultados financeiros da empresa, promover a inovação e melhorar a cultura organizacional.

Segundo estudo Diversity Matters, conduzido pela McKinsey em 2020, pessoas colaboradoras “de empresas que adotam a diversidade relatam níveis muito mais altos de inovação e colaboração do que seus pares de outras empresas”.

A mesma pesquisa indica que as empresas inclusivas e diversas em termo de gênero, raça e etnia têm melhor performance financeira.

O levantamento Getting do Equal 2020 da Accenture constatou que a mentalidade de inovação das pessoas colaboradoras é seis vezes maior em empresas inclusivas: as pessoas não sentem medo de errar e não vêem barreiras para criar coisas novas.

O estudo da Accenture concluiu que as pessoas se preocupam cada vez mais com a cultura organizacional e que, portanto, empresas inclusivas têm um diferencial competitivo nos processos de recrutamento e seleção.

Na pesquisa, 79% das mulheres e 65% dos homens acreditam que inclusão e diversidade é um fator fundamental para que possam prosperar na empresa.

A inclusão e a diversidade são, portanto, pautas importantes nas estratégias de Employer Branding e impactam a atratividade das empresas.

Em resumo, a diversidade e inclusão nas empresas trazem retorno em números para o negócio, em inovação e performance, além de contribuir para a saúde organizacional e para a retenção de talentos.

Por fim, inclusão e diversidade são pautas importantes nas estratégias de Employer Branding e impactam a atratividade das empresas em processos de recrutamento e seleção.

Qual o papel do RH na promoção da diversidade e inclusão

Apesar dos aspectos positivos que a diversidade e inclusão podem propiciar para as empresas, ainda existe um longo caminho pela frente.

Nesse percurso, o RH pode desempenhar um papel fundamental, especialmente para promover:

  • Diagnóstico da diversidade: através de pesquisas e coleta de dados quantitativos e qualitativos;
  • Definição de metas: a partir dos dados, estabelecer metas de diversidade e inclusão;
  • Treinamento sobre diversidade e inclusão nas empresas: e criar um ambiente de aprendizagem sobre esses temas;
  • Políticas de diversidade: para criar um ambiente de segurança e garantir que as pessoas se sintam incluídas na organização;
  • Oportunidades nos processos de recrutamento e seleção: inclusive ao identificar falhas na garantia de equidade de pessoas candidatas e criar vagas afirmativas.

Como relacionar diversidade, inclusão e o desenvolvimento em tecnologia

Tendo em vista esse panorama, a Alura Para Empresas criou o Alura Include, um programa de inclusão de pessoas e capacitação profissional na área de tecnologia.

O principal objetivo do programa é criar oportunidades em um mercado de trabalho que necessita de profissionais qualificados e, dessa forma, contribuir para o desenvolvimento socioeconômico do país.

Cada empresa tem autonomia para definir o público que será beneficiado pelo programa e sua área de foco. Assim, é possível formar pessoas desenvolvedoras iniciantes, da introdução à computação ao direcionamento em Front-end ou Back-end.

Quer saber mais sobre o Alura Include? Entre em contato com nosso time e saiba como construir um programa personalizado que une capacitação em tecnologia, diversidade e inclusão.

Athena Bastos
Athena Bastos

Supervisora de Conteúdo da Alura Para Empresas. Bacharela e Mestra em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Pós-graduanda em Branding: gestão estratégica de marcas pela Universidade Castelo Branco - UCB. Escreve para blogs desde 2008 e atua com marketing digital desde 2018.

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