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A atual competitividade no mercado de trabalho culminou no aumento excessivo das demandas nas empresas em busca de resultados. Mesmo com a automação de processos e uso de ferramentas de IA para otimizar tarefas, ainda é preciso conseguir equilibrar o volume de atividades de modo saudável.
Tantas exigências acabam conduzindo as pessoas a trabalhar por mais horas para se adaptar às necessidades diárias de seu cargo. Nesse contexto, surge uma pauta impossível de ser ignorada: o Workaholism, também conhecido como vício em trabalho — um fenômeno crescente na sociedade moderna. Ele é caracterizado não apenas pelo trabalho excessivo, mas também pela necessidade interna de trabalhar constantemente.
O Workaholism é quando o trabalho domina seus pensamentos e suas atividades, em detrimento de outros aspectos de sua vida, incluindo, mas não se limitando a seus relacionamentos e sua saúde.
Mas, afinal, trabalhar bastante não é uma coisa boa? Sim! No entanto, há uma diferença significativa entre trabalhar de forma dedicada e ser uma pessoa workaholic. Continue a leitura para entender o que significa workaholic, quais os sinais e como isso pode impactar as empresas como um todo.
Segundo o estudo “Evidências de validade da versão brasileira da escala de workaholism”, na patologia do workaholism a pessoa perde gradativamente o controle emocional sobre suas atitudes pela compulsão de realizar um elevado número de tarefas para se sentir bem-sucedida.
Dessa forma, as pessoas workaholics extrapolam suas atividades de trabalho para contextos fora de sua jornada, o que afeta sua vida como um todo de modo mais negativo do que prazeroso. O termo “workaholic”, foi utilizado pela primeira vez em 1971 pelo psicólogo americano Wayne Oates em seu livro _“Confessions of a Workaholic”_. Oates descreveu o(a) workaholic como uma pessoa que é “viciada em trabalho da mesma forma que uma pessoa alcoólatra é viciada em álcool.”
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Existem diversos fatores que contribuíram para o surgimento deste conceito. Entre eles, a ascensão do capitalismo e a cultura do trabalho excessivo, que consistem na valorização do trabalho árduo, e a busca incessante por produtividade e sucesso profissional, criaram um ambiente propício para o desenvolvimento do workaholismo.
A competitividade no mercado de trabalho, citada no início, aumentou a pressão por se destacar e alcançar resultados cada vez melhores, o que acabou levando muitos(as) profissionais a sacrificarem sua vida pessoal em detrimento de sua carreira.
O avanço da tecnologia e a conectividade constante também contribuíram para o aumento do número de workaholics, uma vez que as pessoas passaram a estar conectadas ao trabalho 24 horas por dia, 7 dias por semana, dificultando o desligamento e o equilíbrio entre vida profissional e pessoal.
Leia também: 7 formas práticas para manter a alta produtividade no seu time
O termo em inglês, “workaholic”, pode ser traduzido para o português como “viciado(a) em trabalho”, se referindo às pessoas. Já o termo “workaholism”, também muito utilizado, pode ser traduzido como “vício em trabalho” e refere-se ao conceito.
O workaholism não só afeta a saúde e o bem-estar, mas também pode ter consequências negativas para os relacionamentos pessoais e profissionais. Além disso, apesar das longas horas de trabalho, as pessoas workaholics frequentemente não são mais produtivas do que as demais, muito pelo contrário.
Reconhecer os sinais de workaholism é o primeiro passo para lidar com a situação e estabelecer um equilíbrio saudável entre trabalho e vida pessoal. Um dos indicativos mais evidentes é a incapacidade de desligar, caracterizada por pensar constantemente em tarefas pendentes, mesmo durante o tempo livre.
Outro exemplo concreto é a relutância em tirar folgas ou férias, pois o trabalho se tornou uma obsessão. Comportamentos típicos também incluem trabalhar além do horário regular e sacrificar hobbies e atividades de lazer para dedicar mais tempo ao trabalho. Isso pode levar ao isolamento social, uma vez que a pessoa coloca o trabalho acima de tudo, incluindo relacionamentos pessoais.
Identificar esses sinais é fundamental para evitar uma síndrome de burnout ou outros problemas relacionados à saúde mental e emocional.
O estudo citado no tópico anterior, “Evidências de validade da versão brasileira da escala de workaholism”, aponta que a alta demanda de tarefas e as exigências não são o resultado direto de demandas laborais, ou seja, não acontecem motivados pelas empresas, tampouco pelo prazer intrínseco em trabalhar.
Este processo está mais relacionado com a pressão interna da própria pessoa trabalhadora, que resulta no sentimento de culpa sempre que ela não está trabalhando ou realizando algo que considera produtivo.
Dessa forma, a definição de workaholic não se resume em apenas trabalhar muito e fazer horas-extras constantemente. Na verdade, trata-se de uma obsessão profunda pelo trabalho que ultrapassa os limites saudáveis.
O comportamento workaholic é frequentemente motivado por uma necessidade intensa de sucesso e aprovação. Alguns estudos sugerem que tais profissionais tendem a ser perfeccionistas, têm medo do fracasso e das críticas, e podem usar o trabalho como uma fuga de problemas pessoais ou sentimentos desconfortáveis.
O que diferencia uma pessoa viciada em trabalho de uma pessoa colaboradora engajada é o desejo obsessivo e fora de controle sobre o trabalho e as horas dedicadas a ele.
Enquanto a motivação de profissionais engajados(as) é o desejo de alcançar resultados e sentir satisfação no trabalho, os(as) workaholicks são impulsionados(as) pela obsessão, muitas vezes resultando em esgotamento físico e mental.
Embora possa parecer uma linha tênue, é importante entender a diferença entre dedicação saudável e workaholism. Uma pessoa colaboradora dedicada é focada e comprometida com suas tarefas, mas também sabe quando é hora de desligar. Ela pode, por exemplo, trabalhar além do horário normal em dias pontuais, quando necessário, mas também valoriza o equilíbrio entre vida profissional e pessoal.
Por outro lado, a pessoa workaholic sente uma necessidade compulsiva de trabalhar constantemente. Ela pode se encontrar verificando e-mails durante um jantar em família ou ficar acordada até tarde para terminar projetos que poderiam esperar até o outro dia.
O estudo “Confissões de 1.000 Workaholics”, da Harvard Business Review, ouviu mais de mil pessoas que responderam à seguinte pergunta:
“Você pode descrever o momento em que percebeu que era viciado(a) em trabalho?”
As respostas ajudam a compreender como as pessoas identificaram que haviam se tornado workaholics:
Segundo a pesquisa “Trabalhe enquanto eles dormem: os efeitos do workaholism na saúde mental de adultos”, que estudou o aumento de workaholics durante a pandemia, geralmente, a pessoa workaholic não se considera viciada em trabalho. Entretanto, costumam trabalhar a ponto de prejudicar a própria saúde, negligenciar atividades de lazer e apresentar estresse elevado.
Um estudo, intitulado: “A relação da Liderança Responsável com o Desempenho Individual: efeito mediador da Satisfação Global com o Trabalho e do Workaholism”, levantou a discussão de que, atualmente, ainda há uma controvérsia quanto à definição do conceito, uma vez que o workaholism carrega, por um lado, um envolvimento positivo com o trabalho.
Por outro lado, há o questionamento recente a respeito do “vício”, visto de forma negativa, uma vez que a pessoa mantém o foco no trabalho, mesmo quando não está mais em expediente, o que traz consequências negativas para a sua vida social, familiar, entre outros.
Outra pesquisa, que avalia a relação entre pessoas que amam o trabalho e pessoas viciadas em trabalho: “Workaholic x Worklover — Doença e vício ou amor e satisfação?”, aponta que profissionais que têm preocupação crônica com o trabalho, acabam tendo pouco tempo disponível para outras áreas da vida, como cônjuges, familiares, amizades e atividades de lazer.
Além disso, o trabalho contínuo, sem intervalos para a recuperação adequada, pode reduzir a energia das pessoas colaboradoras, levando-as ao esgotamento com o passar do tempo. Neste ponto, fica claro que o workaholism não contribui em nada para o aumento da produtividade. Ele, inclusive, pode atrapalhar.
Quanto à saúde, o estudo citado no início do tópico aponta que o excesso de trabalho pode levar a consequências, conforme listaremos abaixo.
Transtornos mentais comuns (TMC): termo criado por Golberg e Huxley, em 1992, para se referir a sintomas como fadiga, insônia, queixas somáticas, esquecimento, dificuldade de concentração e irritabilidade, que podem afetar o desempenho profissional, familiar, social e pessoal.
Ansiedade: o transtorno de ansiedade está associado ao medo excessivo e pode causar tensão muscular, comportamentos de alerta, e preocupação excessiva com coisas que ainda não aconteceram (como prazos de entregas ou tarefas pendentes).
Depressão: conhecida também como transtorno depressivo maior, afeta cerca de 300 milhões de pessoas e é uma das principais causas de afastamento do trabalho. Ela se caracteriza pela tristeza persistente e perda do interesse ou prazer, em todas ou quase todas as atividades. Entre os principais sintomas estão a fadiga, baixa energia, alterações do sono, agitação, perda de apetite, perda de memória, dificuldade de concentração, entre outros.
O workaholism pode afetar qualquer pessoa, independentemente da profissão ou nível de senioridade. No entanto, algumas pesquisas indicam que pessoas em cargos de liderança e C-levels (como CEOs, CFOs, CIOs, CTOs, etc.) têm uma probabilidade maior de desenvolver essa compulsão por trabalho.
Mas por que líderes e C-levels são mais afetados(as)? Conheça algumas das principais razões.
Altas responsabilidades e pressão por resultados: líderes e C-levels carregam o peso de tomar decisões importantes, gerenciar equipes e garantir o sucesso da empresa, o que pode gerar uma grande pressão e levar ao excesso de trabalho.
Cultura organizacional exigente: em muitas empresas, existe uma cultura que valoriza o trabalho excessivo e a dedicação integral, o que pode incentivar o workaholismo entre líderes.
Necessidade de dar o exemplo: líderes muitas vezes precisam lidar com a pressão de inspirar e “dar o exemplo”, mostrando dedicação extrema ao trabalho, o que pode levá-los(as) a trabalhar mais do que o considerado saudável.
Dificuldade em delegar tarefas: muitas pessoas em cargos de liderança têm dificuldade em delegar tarefas, acreditando que precisam fazer tudo sozinhas para garantir a qualidade e o controle.
Busca por reconhecimento: a busca por sucesso, crescimento profissional e reconhecimento pode levar líderes a se dedicarem excessivamente ao trabalho, negligenciando outras áreas da vida.
Alta competitividade do cargo: em cargos C-level, a pressão por resultados e a busca incessante por sucesso podem levar ao workaholismo. A alta competitividade exige dedicação extrema e, muitas vezes, longas jornadas de trabalho, o que aumenta o risco de esgotamento profissional. Geralmente, quanto maior o cargo, uma visão de competição acaba sendo comum, o que faz com que esses(as) líderes se tornem mais vigilantes sobre a sua atuação e função, e acabem tendo uma autocobrança maior.
Agora que ficou claro o que é workaholic e entender a psicologia por trás da obsessão pelo trabalho, é fundamental buscar estratégias eficazes para evitar que isso aconteça nas empresas.
Aqui, o conceito de slow work surge como uma solução bastante eficaz. Ele consiste em uma abordagem consciente e equilibrada para o trabalho, que enfatiza a qualidade sobre a quantidade. A aplicação do slow work ajuda a redefinir sua relação com o trabalho, promovendo um clima organizacional mais saudável e produtivo. Assim, você pode desfrutar de maior satisfação no trabalho, evitar o esgotamento e melhorar sua saúde geral.
Para implementar práticas de slow work, comece estabelecendo limites claros entre o trabalho e o tempo pessoal. Desconecte-se do trabalho após o expediente e reserve tempo para atividades de lazer e autocuidado. Além disso, evite multitarefas. Em vez disso, concentre-se em uma tarefa de cada vez para melhorar a precisão e a qualidade do seu trabalho.
No entanto, em casos mais graves, pode ser necessário recorrer a um acompanhamento com profissionais, que ajudem a identificar e entender seus gatilhos e comportamento prejudiciais para buscar formas de equilibrar esses pontos.
Além da terapia, mudanças de hábitos são essenciais. Isso pode incluir evitar levar trabalho para casa ou desligar notificações de e-mail após o horário de trabalho. Incorporar atividades de relaxamento e autocuidado, como exercícios físicos e meditação, também podem ajudar a reduzir a compulsão pelo trabalho.
Técnicas de autocontrole, como a técnica Pomodoro (trabalhar por 25 minutos seguidos por uma pausa de 5 minutos), também podem ser úteis. Essas técnicas podem ajudar a manter um ritmo de trabalho saudável e evitar períodos prolongados de esforço intenso.
Leia também: Quais os benefícios e desafios da semana de 4 dias de trabalho?](https://www.alura.com.br/empresas/artigos/semana-de-4-dias)
Entender o significado de workaholic é fundamental, uma vez que estamos falando de um problema sério que afeta a saúde mental, os relacionamentos e a qualidade de vida das pessoas. É importante compreender os sinais do workaholism para buscar ajuda profissional quando necessário.
Afinal, o sucesso profissional não deve ser alcançado às custas da saúde e do bem-estar. Além disso, uma pessoa que mantém o equilíbrio saudável entre o trabalho e a vida pessoal, acaba sendo muito mais produtiva e satisfeita com seus resultados.
As empresas também têm um papel crucial na prevenção e no combate ao workaholism. É preciso criar uma cultura organizacional que valorize a saúde mental dos colaboradores e colaboradoras, e que promova práticas de trabalho saudáveis e oferecendo suporte para quem precisa de ajuda.
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