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Realidade aumentada: um olhar para a inovação na sua empresa

Athena Bastos

Athena Bastos


Não é novidade que o mercado da tecnologia está constantemente se transformando. É só pensar nas inúmeras mudanças nos processos das organizações dos últimos anos. A forma como as programamos atualmente, por exemplo, não é igual à forma como programávamos há 10 anos.

Passamos por uma transformação digital. A inteligência artificial está mais presente nos processos empresariais: desde a automação até a construção do próprio produto. Inclusive, traz impactos significativos no mercado de trabalho.

Junto a tudo isso, também vimos a mudança de comportamentos. As pessoas estão cada vez mais presentes nos ambientes digitais, fazendo muitas atividades de suas rotinas de forma online.

O fato é que a tecnologia tem oferecido novas possibilidades para as interações humanas. E com a realidade aumentada — que mistura o mundo real com o virtual, a tendência é que isso se intensifique.

O metaverso foi um dos grandes temas de 2022, mas, na prática, não se mostrou tão visível quanto as pessoas alertavam.

Isto não significa, porém, que as empresas não devam olhar para o futuro e pensar em como usar novas ferramentas, sempre em busca de inovação.

Por isso, o objetivo deste artigo é refletir sobre a realidade aumentada, especialmente para pensar como ela pode ser utilizada pelas empresas.

realidade aumentada

O que é realidade aumentada

A realidade aumentada (ou AR, de augmented reality) é uma tecnologia que serve para integrar os mundos físico e digital.

A concepção da realidade aumentada deu-se em 1968, pelo informático Ivan Sutherland, que criou o primeiro monitor usado na cabeça, o "The Sword of Damocles”. No entanto, o conceito só foi estabelecido em 1990, pelo pesquisador e cientista norte-americano Thomas P. Caudell.

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É, portanto, uma versão de um ambiente real aprimorada através de elementos virtuais — visuais, sonoros e outros estímulos sensoriais.

Ou seja, ela pode ser construtiva (adicionar elementos virtuais a um ambiente real), ou destrutiva (mascarar o ambiente real).

De todo modo, a realidade aumentada serve para brincar com os sentidos das pessoas usuárias, confundindo, através de sensações, sobre o que é a percepção do real.

A realidade aumentada funciona a partir de três recursos principais:

  • a combinação entre os mundos digitais e físicos;
  • as interações em tempo real; e
  • a identificação 3D dos objetos virtuais.

É o que acontece quando você olha para um ambiente que existe e vê elementos digitais sobrepostos. Como, por exemplo, informações e gráficos específicos de uma localização.

Assim, os ambientes físicos continuam sendo a base de interação da realidade aumentada. Os elementos virtuais, nesse caso, servem apenas para enriquecer a experiência, como nos filtros do Instagram e do Snapchat.

Nos processos empresariais, a realidade aumentada serve para orientar e treinar melhor as pessoas colaboradoras, resolver problemas de forma mais eficiente, otimizar processos, melhorar a produtividade e construir um ambiente de trabalho colaborativo.

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Diferença entre realidade virtual e realidade aumentada

É bastante comum confundir os conceitos de realidade aumentada e realidade virtual. De fato, ambos figuram no ambiente de tecnologia há anos como promessas de oferecer uma nova forma de interação e de comunicação.

No entanto, as duas tecnologias são, essencialmente, diferentes. A realidade virtual (ou VR, virtual reality) constrói uma interface no mundo digital, que permite que a pessoa usuária use, jogue ou veja algo.

O objetivo principal da realidade virtual é recriar sensações de realidade e permitir interação com objetos virtuais em tempo real, sem exigir contato físico.

A realidade virtual cria experiências de imersão que ajudam a isolar as pessoas usuárias do mundo real, normalmente através de fones de ouvido e óculos.

Um exemplo de realidade virtual são os serviços de banco online. Afinal de contas, os aplicativos criam um ambiente de realidade virtual que substitui a ida presencial das pessoas aos bancos físicos para fazer suas transações.

A grande diferença entre a realidade aumentada e a realidade virtual são os ambientes em que operam. A realidade virtual é sobre o ambiente virtual, a realidade aumentada é sobre o ambiente real com adição de elementos virtuais.

Um exemplo de realidade aumentada é o jogo Pokémon Go, em que as pessoas devem capturar Pokémons virtuais pela cidade. Os mapas dos ambientes físicos servem para incluir os Pokémons virtuais.

O exemplo de realidade virtual, por outro lado, é o jogo The Sims, que simula a vida real. O mapa exclusivamente virtual é o ambiente para as personagens (também virtuais) trabalharem e conseguirem mais dinheiro para comprar mais coisas (como construir suas casas, por exemplo).

Quais os tipos de realidade aumentada

Existem dois tipos de realidade aumentada: com base em marcador e sem marcadores:

Realidade aumentada baseada em marcador

A realidade aumentada baseada em marcador funciona a partir do reconhecimento de imagem, para identificar objetos já programados no aplicativo.

Assim, ao inserir objetos na visualização como pontos de referência, eles auxiliam o dispositivo a determinar a posição e orientação da câmera. Ou seja, funcionam como marcadores do espaço.

Depois que o dispositivo encontra uma correspondência, ele usa esses dados para determinar, de forma matemática, a localização de inserir a imagem de RA no local exato.

Realidade aumentada sem marcador

A realidade aumentada sem marcador, por sua vez, é mais complexa. Afinal de contas, não utiliza nenhum ponto de referência para concentrar o dispositivo.

Por isso, o dispositivo deve reconhecer itens conforme são exibidos. Ao usar um algoritmo de reconhecimento, ele procura cores, padrões e recursos semelhantes para determinar o que é objeto.

Em seguida, através de informações do tempo, do GPS e da bússola, ele usa a câmera para sobrepor a imagem no ambiente real.

Como sua empresa pode usar a realidade aumentada

No contexto empresarial, a realidade aumentada pode ser utilizada para diferentes funções. Nesses ambientes, as tecnologias emergentes — como inteligência artificial (IA), aprendizado de máquina (ML), realidade aumentada e Internet das Coisas (IoT) — têm um papel fundamental para desenvolver inovações na empresa.

Esses são alguns exemplos da aplicação da realidade aumentada nas empresas:

Processos internos

Assim como a aplicação da inteligência artificial, a realidade aumentada deve servir para automatizar e otimizar os processos internos das empresas.

Nesse caso, a realidade aumentada pode ajudar a melhorar a tomada de decisões, ao unir os mundos físico e lógico. As empresas podem, inclusive, aprimorar a visualização de dados, ao usar a RA para disponibilizá-los quase em tempo real.

Além do mais, essa tecnologia pode servir para desenvolver treinamentos que geram maior engajamento e aproveitamento para as pessoas colaboradoras.

É uma forma interessante de treinar pessoas colaboradoras em equipe, especialmente quando nem todas as pessoas podem comparecer a uma reunião presencial.

É possível, nesse ponto, fazer a simulação de tarefas. Ou seja, a pessoa colaboradora pode ser exposta a uma realidade aumentada na qual ela executa uma função, antes de partir para a atividade real.

Enfim, a RA funciona para aprimorar os métodos de aprendizado tradicionais, principalmente das seguintes formas:

  • Execução de módulos de aprendizagem e treinamento, independentemente da localização;
  • Integração das pessoas colaboradoras;
  • Oportunidades de treinamento sob demanda;
  • Experiência e SAC.

Marketing

No marketing, a inclusão da realidade aumentada é uma opção econômica para entregar novas experiências para as pessoas consumidoras, melhorar o engajamento e atuar no fortalecimento de marca (o famoso buzz em branding).

Afinal de contas, a RA fornece experiências imersivas e inovadoras, com características lúdicas e surpreendentes. Quando bem executadas, essas ações criam um clima agradável em torno da marca.

No entanto, as ações de marketing devem definir, com clareza, qual é o objetivo da ação com a realidade aumentada. Isso faz parte do planejamento da campanha.

Depois disso, antes mesmo de pensar em uma estratégia, a aplicação da realidade aumentada deve considerar o perfil do público: quem são as pessoas que essa ação pretende atingir?

Então, por exemplo, se o público for de pessoas idosas, é importante considerar que o uso de óculos de realidade aumentada por incomodar e não ser tão bem recebido.

Exemplo de RA para você se inspirar

Muitas empresas já estão usando a realidade aumentada em seus processos. A Amazon, por exemplo, utiliza sistemas de RA para treinar suas equipes e simular experiências de atendimentos às pessoas consumidoras.

A rede de móveis, Ikea, disponibiliza para as pessoas consumidoras um recurso para visualizar como os móveis ficarão nos cômodos das casas.

No Brasil, a empresa de tintas Coral tem um aplicativo para visualizar como a cor escolhida ficará na parede do seu cômodo. É uma forma de aprimorar a experiência da pessoa usuária.

As lojas de móveis Wood Prime, Mobly e Leroy Merlin também usam recursos semelhantes de realidade aumentada. Inclusive, a Wood Prime afirma ter um aumento de 102% nas vendas após adotar o recurso. A Mobly fala em crescimento de 115% no tempo em que as pessoas passam no site da empresa.

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A RA e a transformação digital das empresas

Embora as aplicações mais populares da RA referem-se àquelas para o público consumidor final (com os jogos), a tendência é que as pessoas desenvolvedoras e as fabricantes criem inúmeras oportunidades diferentes.

Algumas áreas como, por exemplo, construção civil e medicina, são tidas como fundamentais para auxiliar no avanço dessa tecnologia.

O fato é que a dúvida não é se o desenvolvimento da RA acontecerá, mas quando ele vai atingir todas as áreas e todas as pessoas. Porém, é possível que seja através do acesso à internet pelos celulares. É por aí que devem começar os investimentos das empresas.

Uma coisa é certa: a partir das inúmeras possibilidades que oferece, é provável que, nos próximos anos, a RA transforme a forma como interagimos e vemos todas as coisas.

Afinal de contas, não está nem perto da hora de a tecnologia recuar. Pelo contrário, as tecnologias vão se desenvolver com força em todas as áreas e impactar de forma significativa todos os mercados.

Isso ressalta a importância de abraçar a transformação digital nas empresas e a necessidade de a empresa inovar e se tornar disruptiva.

Assim, das áreas tech surgem duas atenções principais: atualização constante e adaptabilidade. É necessário manter a atenção nos movimentos de mercado para prever possibilidades, gerenciar riscos e entregar soluções mais inovadoras em seu nicho.

Será que a sua empresa está pronta para investir nesse novo ecossistema?

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Athena Bastos
Athena Bastos

Supervisora de Conteúdo da Alura Para Empresas. Bacharela e Mestra em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Pós-graduanda em Branding: gestão estratégica de marcas pela Universidade Castelo Branco - UCB. Escreve para blogs desde 2008 e atua com marketing digital desde 2018.

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