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Python e Orientação a Objetos > Collections

Collections

Objetivos:

No capítulo 5, vimos uma introdução das principais estruturas de dados do Python como listas, tuplas, conjuntos e dicionários. Também aprendemos em orientação a objetos que tudo em Python é um objeto, inclusive estas estruturas.

O Python possui uma biblioteca chamada collections, que reúne outros tipos de dados alternativos ao já apresentados no capítulo 5. Esses tipos trazem novas funcionalidades que podem ser implementadas para melhorar a eficiência do nosso código.

O módulo collections também provê um módulo de classes abstratas, o módulo abc.collections, que podem ser usadas para testar se determinada classe provê uma interface particular. Aprenderemos um pouco sobre elas e seu uso.

UserList, UserDict e UserString

As estruturas de dados padrão do Python são de grande valia e muito utilizadas na linguagem, mas existem momentos em que precisamos de funcionalidades extras que são comuns de projeto para projeto. Nesse sentido, surge o módulo collections, pra acrescentar essas funcionalidades.

Por exemplo, no livro Python Fluente de Luciano Ramalho, é apresentado um exemplo em que precisamos acrescentar funcionalidades extras:

"Um caso de uso concreto é o projeto Pingo.io (http://www.pingo.io/docs/), em que uma placa programável com pinos GPIO (por exemplo, Raspberry Pi ou Arduino) é representada por um objeto board com um atributo board.pins; esse atributo contém um mapeamento das localizações físicas dos pinos para objetos que representam os pinos. A localização física pode ser um número ou uma string como "A0" ou "P9_12". Por questões de consistência, é desejável que todas as chaves com board.pins sejam strings, mas é conveniente que a consulta a my_arduino.pin[13] também funcione de modo que programadores iniciantes não tenham problemas quando quiserem fazer piscar o LED no pino 13 de seus Arduinos."

Precisamos usar índices que são strings, portanto, um dicionário. Além disso, nosso dicionário poderia apenas aceitar strings como chaves para este objetivo específico. Para não tratar isso durante a execução de nosso programa, podemos criar uma classe que tenha o comportamento de um dicionário com essa característica específica.

Para isso, criamos uma classe que herda de uma classe chamada UserDict do pacote collections:

class MeuDicionario(UserDict):
    pass

A classe UserDict não herda de dict, mas simula um dicionário. A UserDict possui uma instância de dict interna chamada data, que armazena os itens propriamente ditos.

Criar subclasses de tipos embutidos como dict ou list diretamente é propenso a erros, porque seus métodos geralmente ignoram as versões sobrescritas. Além de que cada implementação pode se comportar de maneira diferente. O fato de herdarmos de UserDict e não diretamente de dict é para evitarmos esses problemas.

Criando a classe desta maneira, temos uma classe nossa que funciona como um dicionário. Mas não faz sentido criá-la sem acrescentar funcionalidades, já que o Python já possui essa estrutura pronta que é o dict.

Vamos criar nosso dicionário, de modo que só aceite chaves como strings e vai representar os pinos da placa do Rasbperry Pi, por exemplo:

from collections import UserDict

class Pins(UserDict):

    def __contains__(self, key):
        return str(key) in self.keys()

    def __setitem__(self, key, value):
        self.data[str(key)] = value

Note que a sobrescrita de __setitem__ garante que a chave sempre será uma string. Podemos testar essa classe:

if __name__ == '__main__':
    pins = Pins(one=1)
    print(pins)
    pins[3] = 1
    lista = [1, 2, 3]
    pins[lista] = 2
    print(pins)

Perceba que quando imprimimos o dicionário, todas suas chaves são strings.

Para saber mais

Outros tipos que existem no módulo collections são: defaultdict, counter, deque e namedtuple.

Ao contrário do dict, no defaultdict não é necessário verificar se uma chave está presente ou não.

from collections import defaultdict

cores = [('1', 'azul'), ('2', 'amarelo'), ('3', 'vermelho'), ('1', 'branco'), ('3', 'verde')]

cores_favoritas = defaultdict(list)

for chave, valor in cores:
    cores_favoritas[chave].append(valor)

print(cores_favoritas)

O código vai gerar a saída:

[('1', ['azul', 'branco']), ('2', ['amarelo']), ('3', ['vermelho', 'verde'])]

Sem acusar KeyError.

O Counter é um contador e permite contar as ocorrências de um determinado item em uma estrutura de dados:

from collections import Counter

cores = ['amarelo', 'azul', 'azul', 'vermelho', 'azul', 'verde', 'vermelho']

contador = Counter(cores)

print(contador)

Vai imprimir:

Counter({'azul': 3, 'vermelho': 2, 'amarelo': 1, 'verde': 1}) 

Um Counter é um dict e pode receber um objeto iterável ou um mapa como argumento para realizar a contagem de seus elementos.

O deque é uma estrutura de dados que fornece uma fila com duas extremidades e é possível adicionar e remover elementos de ambos os lados:

from collections import deque

fila = deque()

fila.append('1')
fila.append('2')
fila.append('3')

print(len(fila))        #saída: 3

fila.pop()              #exclui elemento da direita

fila.append('3')        #adiciona elemento na direita

fila.popleft()          #exclui elemento da esquerda

fila.appendleft('1')    #adiciona elemento na esquerda    

A namedtuple, como o nome sugere, são tuplas nomeadas. Não é necessário usar índices inteiros para acessar seus elementos e podemos utilizar strings - similar aos dicionários. Mas ao contrário dos dicionários, namedtuple é imutável:

from collections import namedtuple

Conta = namedtuple('Conta', 'numero titular saldo limite')
conta = Conta('123-4', 'João', 1000.0, 1000.0)

print(conta)            # saída: Conta(numero='123-4', titular='João', saldo=1000.0, limite=1000.0)

print(conta.titular)    #saída: João

Note que para acessar o elemento nomeado utilizamos o operador '.' (ponto). Uma namedtuple possui dois argumentos obrigatórios que são: o nome da tupla e seus campos (separados por vírgula ou espaço). No exemplo, a tupla se chama Conta e possui 4 campos: numero, titular, saldo e limite. Como são imutáveis, não podemos modificar os valores de seus campos:

conta.titular = "José"

Isso vai gerar o seguinte erro:

Traceback (most recent call last):
  File <stdin>, line 5, in <module>
    conta.titular = "José"
AttributeError: can't set attribute

A namedtuple também é compatível com uma tupla normal. Isso quer dizer que você também pode usar índices inteiros para acessar seus elementos.

print(conta[0])     #saída: '123-4'

Mais detalhes de cada uma dessas estruturas estão na documentação e pode ser acessadas por este link: https://docs.python.org/3/library/collections.html. Outra alternativa é usar a função help() no objeto para acessar a documentação.

Collections abc

O módulo collections.abc fornece classes abstratas que podem ser usadas para testar se uma classe fornece uma interface específica. Por exemplo, se ela é iterável ou não.

Imagine que o banco nos entregou um arquivo com vários funcionários e pediu que calculássemos a bonificação de cada um deles. Precisamos acrescentar este arquivo em nossa aplicação para iniciar a leitura.

Conteúdo do arquivo funcionarios.txt:

João,111111111-11,2500.0
Jose,222222222-22,3500.0
Maria,333333333-33,4000.0
Pedro,444444444-44,2500.0
Mauro,555555555-55,1700.0
Denise,666666666-66,3000.0
Tomas,777777777-77,4200.0

Cada linha do arquivo representa um Funcionario com seus atributos separados por vírgula. Este arquivo está no padrão Comma-separated-values, também conhecido como csv e são comumente usados. O Python dá suporte de leitura para este tipo de arquivo. Assim, vamos acrescentar o módulo csv, que vai ajudar na tarefa de ler o arquivo:

import csv

arquivo = open('funcionarios.txt', 'r')
leitor = csv.reader(arquivo)

for linha in leitor:
    print(linha)

arquivo.close()  

O programa acima abre um arquivo e um leitor do módulo csv, o reader - recebe o arquivo como parâmetro e devolve um leitor que vai ler linha a linha e guardar seu conteúdo. Podemos iterar sobre este leitor e pedir para imprimir o conteúdo de cada linha - que é exatamente o que é feito no laço for. Por último, fechamos o arquivo.

A saída será:

['João', '111111111-11', '2500.0']
['Jose', '222222222-22', '3500.0']
['Maria', '333333333-33', '4000.0']
['Pedro', '444444444-44', '2500.0']
['Mauro', '555555555-55', '1700.0']
['Denise', '666666666-66', '3000.0']
['Tomas', '777777777-77', '4200.0']

Repare que o reader guarda cada linha de um arquivo em uma lista, e cada valor delimitado por vírgula se torna um elemento desta lista, o que facilita o acesso aos dados.

Agora com estes dados em mãos, podemos construir nossos objetos de tipo Funcionario:

for linha in leitor:
    funcionario = Funcionario(linha[0], linha[1], float(linha[2]))

Mas ainda precisamos de uma estrutura para guardá-los. Vamos utilizar uma lista:

funcionarios = []

for linha in leitor:
    funcionario = Funcionario(linha[0], linha[1], float(linha[2]))
    funcionarios.append(funcionario)

Por fim, imprimimos os saldos da lista:

for f in funcionarios:
    print(f.salario)

Acontece que nada impede, posteriormente, de inserirmos nesta lista qualquer outro objeto que não um funcionário:

funcionarios.append('Python')
funcionarios.append(1234)
funcionarios.append(True)

A list da biblioteca padrão aceita qualquer tipo de objeto como elemento. Não queremos este comportamento, já que iremos calcular a bonificação de cada um deles, onde dependendo do tipo de objetos inserido na lista, gerará erros.

O ideal é que tivéssemos uma estrutura de dados que aceitasse apenas objetos de tipo Funcionario. O módulo collections.abc fornece classes abstratas que nos ajudam a construir estruturas específicas, com características da regra de negócio da aplicação.

Construindo um Container

O módulo collections.abc possui uma classe absrata chamada Container. Um Container é qualquer objeto que contém um número arbitrário de outros objetos. Listas, tuplas, conjuntos e dicionários são tipos de containers. A classe Container suporta o operador in com o método __contains__.

Precisamos construir um container de objetos de tipo Funcionario. Podemos construir uma classe que representará essa estrutura, que deve ser subclasse de Container:

from collections.abc import Container

class Funcionarios(Container):
    pass

if __name__ == '__main__':
    funcionarios = Funcionarios()    

O código acima acusa um TypeError:

TypeError: Can't instantiate abstract class Funcionarios with abstract methods __contains__

Precisamos implementar o método __contains__, já que Funcionarios deve implementar a classe abstrata Container. A ideia é que nosso container se comporte como uma lista, então teremos um atributo do tipo lista em nossa classe para guardar os objetos e implementar o método contains:

from collections.abc import Container

class Funcionarios(Container):

    _dados = []

    def __contains__(self, item):
        return self._dados.__contains__(self, item)

if __name__ == '__main__':
    funcionarios = Funcionarios()    

Sized

O tamanho do nosso container também é uma informação importante. Nossa classe Funcionarios deve saber retornar esse valor. Utilizamos a classe abstrata Sized para garantir essa funcionalidade. A classe Sized provê o método len() através do método especial __len__():

from collections.abc import Container

class Funcionarios(Container, Sized):

    _dados = []

    def __contains__(self, item):
        return self._dados.__contains__(self, item)

    def __len__(self):
        return len(self._dados)    

if __name__ == '__main__':
    funcionarios = Funcionarios()    

Iterable

Além de conter objetos e saber retornar a quantidade de seus elementos, queremos que nosso container seja iterável, ou seja, que consigamos iterar sobre seus elementos em um laço for, por exemplo. O módulo collection.abc também provê uma classe abstrata para este comportamento, é a classe Iterable. Iterable suporta iteração com o método __iter__:

from collections.abc import Container

class Funcionarios(Container, Sized, Iterable):

    _dados = []

    def __contains__(self, item):
        return self._dados.__contains__(self, item)

    def __len__(self):
        return len(self._dados)

    def __iter__(self):
        return self._dados.__iter__(self)        

if __name__ == '__main__':
    funcionarios = Funcionarios()    

Toda coleção deve herdar dessas classes ABCs: Container, Iterable e Sized. Ou implementar seus protocolos: __contains__, __iter__ e __len__.

Além dessas classes, existem outras que facilitam esse trabalho e implementam outros protocolos. Veja a hierarquia de classe do módulo collections.abc:

legenda da imagem {w=10%}

Além do que já foi implementado, a ideia é que nossa classe Funcionario funcione como uma lista contando apenas objetos do tipo Funcionario. Como aprendemos no capítulo 4, uma lista é uma sequência. Além de uma sequência, é uma sequência mutável - podemos adicionar elementos em uma lista. Nossa classe Funcionario também deve possuir essa funcionalidade.

Segundo o diagrama de classes do módulo collections.abc, a classe que representa essa estrutura é a MutableSequence. Note que MutableSequence herda de Sequence que representa uma sequência; que por sua vez herda de Container, Iterable e Sized.

legenda da imagem {w=60%}

Portanto, devemos implementar 5 métodos abstratos (em itálico na imagem) segundo a documentação de MutableSequence: __len__, __getitem__, __setitem__, __delitem__ e insert. O método __getitem__ garante que a classe é um Container e Iterable. Segundo a PEP 234 (https://www.python.org/dev/peps/pep-0234/) um objeto pode ser iterável com um laço for se implementa __iter__ ou __getitem__.

Então, basta nossa classe Funcionario herdar de MutableSequence e implementar seus métodos abstratos:

from collections.abc import MutableSequence

class Funcionarios(MutableSequence):

    _dados = []

    def __len__(self):
        return len(self._dados)

    def __getitem__(self, posicao):
        return self._dados[posicao]

    def __setitem__(self, posicao, valor):
        self._dados[posicao] = valor

    def __delitem__(self, posicao):
        del self._dados[posicao]

    def insert(self, posicao, valor):
        return self._dados.insert(posicao, valor)

E podemos voltar ao nosso código para acrescentar os dados de um arquivo em nosso container Funcionarios:

import csv

arquivo = open('funcionarios.txt', 'r')
leitor = csv.reader(arquivo)

funcionarios = Funcionarios()

for linha in leitor:
    funcionario = Funcionario(linha[0], linha[1], float(linha[2]))
    funcionarios.append(funcionario)

arquivo.close()  

O método insert() garante o funcionamento do método append(). E podemos imprimir os valores dos salários de cada funcionário:

for f in funcionarios:
    print(f.salario)

Mas até aqui não há nada de diferente de uma lista comum. Ainda não há nada que impeça de inserir qualquer outro objeto em nossa lista. Nossa classe Funcionarios se comporta como uma lista comum. A ideia de implementarmos as interfaces de collections.abc era exatamente modificar alguns comportamentos.

Queremos que nossa lista de funcionários apenas aceite objetos da classe Funcionario. Vamos sobrescrever os métodos __setitem__() que atribuiu um valor em determinada posição na lista. Este método pode apenas atribuir a uma determinada posição um objeto Funcionario.

Para isso, vamos usar o método isinstance() que vai verificar se o objeto a ser atribuído é uma instância de Funcionario. Caso contrário, vamos lançar uma exceção TypeError com uma mensagem de erro:

def __setitem__(self, posicao, valor):
    if (isinstance(valor, Funcionario)):
        self._dados[posicao] = valor
    else:
        raise TypeError('Valor atribuído não é um Funcionario')

Agora, ao tentar atribuir uma valor a determinada posição de nossa lista, recebemos um TypeError:

funcionarios[0] = 'Python'

Saída:

Traceback (most recent call last):
  File <stdin>, line 18, in __setitem__
    raise TypeError('Valor atribuído não é um Funcionario')
TypeError: Valor atribuído não é um Funcionario

Faremos o mesmo com o método insert():

def insert(self, posicao, valor):
    if(isinstance(valor, Funcionario)):
        return self._dados.insert(posicao, valor)
    else:
        raise TypeError('Valor inserido não é um Funcionario')

E podemos testar nossa classe imprimindo não apenas o salário mas o valor da bonificação de cada Funcionario através do método get_bonificacao() que definimos nos capítulos passados:

if __name__ == '__main__':
    import csv

    arquivo = open('funcionarios.txt', 'r')
    leitor = csv.reader(arquivo)

    funcionarios = Funcionarios()

    for linha in leitor:
        funcionario = Funcionario(linha[0], linha[1], float(linha[2]))
        funcionarios.append(funcionario)

    print('salário - bonificação')    
    for f in funcionarios:
        print('{} - {}'.formar(f.salario, f.get_bonificacao()))    

    arquivo.close()  

As classes ABCs foram criadas para encapsular conceitos genéricos e abstrações como aprendemos no capítulo de classes abstratas. São comumente utilizadas em grandes aplicações e frameworks para garantir a consistência do sistema através dos métodos isinstance() e issubclass(). No dia a dia é raramente usado e basta o uso correto das estruturas já fornecidas pela biblioteca padrão do Python para a maior parte das tarefas.

Exercício: Criando nossa Sequência

  1. Vá na pasta no curso e copie o arquivo contas.txt na pasta src do projeto banco que contém vários dados de contas correntes de clientes do banco.

  2. Crie um arquivo chamado contas.py na pasta src do projeto banco. Crie uma classe chamada Contas que herde da classe abstrata MutableSequence:

    from collections.abc import MutableSequence
    
    class Contas(MutableSequence):
        pass
  3. Vamos criar um atributo na classe chamado _dados do tipo list para armazenar nossas contas:

    from collections.abc import MutableSequence
    
    class Contas(MutableSequence):
    
        _dados = []
  4. Tente instanciar um objeto de tipo Contas:

    if __name__=='__main__':
        contas = Contas()

    Note que não podemos instanciar este objeto. A interface MutableSequence nos obriga a implementar alguns métodos:

    Traceback (most recent call last):
      File <stdin>, line 44, in <module>
        contas = Contas()
    TypeError: Can't instantiate abstract class Contas with abstract methods __delitem__, __getitem__, __len__, __setitem__, insert
  5. Implemente os métodos exigidos pela interface MutableSequence na classe Contas:

    from collections.abc import MutableSequence
    
    class Contas(MutableSequence):
    
        _dados = []
    
        def __len__(self):
            return len(self._dados)
    
        def __getitem__(self, posicao):
            return self._dados[posicao]
    
        def __setitem__(self, posicao, valor):
            self._dados[posicao] = valor
    
        def __delitem__(self, posicao):
            del self._dados[posicao]
    
        def insert(self, posicao, valor):
            return self._dados.insert(posicao, valor)         

    Agora conseguimos instanciar nossa classe sem nenhum erro:

    if __name__=='__main__':
        contas = Contas()
  6. Nossa sequência só deve permitir adicionar elementos que sejam do tipo Conta. Vamos acrescentar essa validação nos métodos __setitem__ e insert. Caso o valor não seja uma Conta, vamos lançar um TypeError com as devidas mensagens de erro:

    def __setitem__(self, posicao, valor):
        if (isinstance(valor, Conta)):
            self._dados[posicao] = valor
        else:
            raise TypeError("valor atribuído não é uma Conta")
    
    def insert(self, posicao, valor):
        if(isinstance(valor, Conta)):
            return self._dados.insert(posicao, valor)
        else:
            raise TypeError('valor inserido não é uma Conta')     
  7. Vamos iniciar a leitura dos dados do arquivo para armazenar em nosso objeto contas:

    if __name__=='__main__':
        import csv
    
        contas = Contas()
    
        arquivo = open('contas.txt', 'r')
        leitor = csv.reader(arquivo)
    
        arquivo.close()
  8. Vamos criar uma laço for para ler cada linha do arquivo e construir um objeto do tipo ContaCorrente.

    if __name__=='__main__':
        import csv
        from conta import ContaConrrete
    
        contas = Contas()
    
        arquivo = open('contas.txt', 'r')
        leitor = csv.reader(arquivo)
    
        for linha in leitor:
            conta = ContaCorrente(linha[0], linha[1], float(linha[2]), float(linha[3]))
    
        arquivo.close()
  9. Queremos inserir cada conta criada em nossa sequência mutável contas. Vamos pedir para que o programa acrescente cada conta criada em contas:

    for linha in leitor:
        conta = ContaCorrente(linha[0], linha[1], float(linha[2]), float(linha[3]))
        contas.append(conta)
    
    arquivo.close()    
  10. Nossa classe Contas implementa MutableSequence. Isso quer dizer que ela é iterável já que MutableSequence implementa o protocolo __iter__ através do método __getitem__. Vamos iterar através de uma laço for nosso objeto contas e pedir para imprimir o saldo e o valor do imposto de cada uma delas:

    if __name__ == '__main__':
        #código anterior omitido
    
        arquivo.close()
    
        print('saldo -  imposto')
    
        for c in contas:
            print('{} - {}'.format(c.saldo, c.get_valor_imposto()))

    Que vai gerar a saída:

    saldo  - imposto
    1200.0 - 12.0
    2200.0 - 22.0
    1500.0 - 15.0
    5300.0 - 53.0
    7800.0 - 78.0
    1700.0 - 17.0
    2300.0 - 23.0
    8000.0 - 80.0
    4600.0 - 46.0
    9400.0 - 94.0
  11. (Opcional) Modifique o código do exercício anterior de modo que imprima o valor do saldo atualizado das contas.

  12. (Opcional) Faça o mesmo com as contas poupanças. Crie um arquivo com extensão .csv com algumas contas poupanças, faça a leitura, construa os objetos e acrescente em uma estrutura de dados do tipo MutableSequence.

  13. (Desafio Opcional) Refaça o exercício utilizando MutableMapping ao invés de MutableSequence.