5 técnicas para otimizar seu processo de Brainstorming
Participar de um processo de Brainstorming é uma forma prática que muitas equipes utilizam para pensar em conjunto, seja para validação, exploração ou decisão de uma ideia ou projeto. Mas você sabia que é possível inovar esse formato de dinâmica e que existem muito mais formas de conduzir um processo de brainstorming do que apenas por meio de post-its em um quadro?
Neste artigo, conheceremos cinco técnicas de inovação e criatividade que podem auxiliar você e sua equipe a terem insights valiosos durante o processo de brainstorming:
- Starbusting (Ou 5W2H)
- Rolestorming
- SCAMPER
- Cinco Porquês
- Método 635
Vamos nos aprofundar em cada uma delas! Confira!
Starbusting (5W1H)
Starbusting é uma forma de brainstorming voltada para levantar ideias de maneira convergente, ou seja, direcionar as soluções para um mesmo ponto em comum. A técnica Starbusting também é conhecida no mercado como 5W1H, justamente pelo formato na qual a cerimônia é conduzida.
O nome “Starbusting” vem do formato em que as perguntas são dispostas, e o nome mais comum – 5W1H – vem das 6 perguntas feitas em inglês: When, Who, What, Why, Where e How (Quando, Quem, O quê, Como, Onde e Por quê, respectivamente).
É uma técnica que pode ser feita em grupo ou individualmente, para processos de validação e exploração de ideias e produtos.
Conheça as etapas:
1) Desenhe uma estrela com seis pontas e, no centro dela, escreva o desafio que quer solucionar com a técnica;
2) Escreva as perguntas conforme disposto no exemplo abaixo (quando, quem, o quê, como, onde e por quê);
3) Responda às perguntas desenhadas no modelo;
4) A partir das perguntas levantadas, você e sua equipe poderão entender quais caminhos seguir para respondê-las.
Veja como funciona na prática:
Rolestorming
Rolestorming é uma técnica muito parecida com o brainstorming tradicional que conhecemos, porém, tem como intuito que você adote uma nova personalidade para opinar de maneira afastada do seu próprio eu, usando sempre uma terceira pessoa.
A ideia é que você se sinta livre para se expressar sem julgamentos, desde ideias muito inovadoras até aquelas que você pensa que possam parecer loucura. O objetivo dessa técnica é encorajar participantes a terem empatia com pessoas de times diferentes – ou que estão em diferentes partes do processo.
Por exemplo, se o ponto focal da dinâmica for solucionar problemas de usabilidade em um aplicativo, você pode se colocar no lugar da pessoa que trabalha com atendimento e recebe reclamações. Ou ainda, caso você seja a pessoa responsável pelo design, pode se colocar no lugar de uma pessoa desenvolvedora. Esse exercício é uma grande prática de empatia. Se você fosse essa pessoa, o que você faria?
Veja como pode funcionar na prática:
“Eu, pessoa do atendimento, acredito que devemos enviar lembretes em dias-chaves para pagamentos no primeiro dia do mês, por exemplo” – pessoa de outro time falando como alguém que trabalha no atendimento.
“Eu, pessoa desenvolvedora, acredito que devemos pensar em um aplicativo mais limpo e sem muitas informações, pois é bom para quem desenvolve e para quem usa.” – pessoa designer falando como desenvolvedora.
SCAMPER
SCAMPER é uma técnica de brainstorming mais estruturada, sem pensamentos tão livres como costumamos ver. A metodologia foi criada por Bob Eberle, um administrador e autor. O objetivo é conseguir trazer listas ordenadas para serem utilizadas para produtos e serviços que já existem ou para criar uma solução do zero.
SCAMPER é um acrônimo, que deve servir como guia para as listas que serão utilizadas:
Substituir (componentes, materiais, pessoas)
Combinar (misturar, combinar com outros produtos e serviços)
Adaptar (alterar, mudar de função)
Modificar (aumentar ou diminuir – prazos, estrutura, etc)
Propor (colocar para outro uso)
Eliminar (eliminar, reduzir funcionalidade)
Reverter (transformar de dentro para fora)
A ideia básica é distribuir os itens do projeto ou produto nessas categorias, para saber por qual caminho seguir de acordo com os resultados. Ou seja, a partir do mapeamento com base nas listas, você consegue entender melhor o que substituir, o que propor, o que eliminar, etc. É uma forma muito prática de conseguir um direcionamento melhor.
Veja como funciona na prática:
O time de produto pretende aplicar melhorias na visibilidade da funcionalidade de pagamentos do aplicativo da marca. O time usará a técnica SCAMPER para direcionar as ações de melhoria, como podemos ver abaixo:
Substituir;
Combinar - com um ícone de pagamento na página home, levando direto ao pagamento;
Adaptar - a localização dos anúncios deve mudar para versões pop-up;
Modificar - aumentar o prazo de entrega para o time de desenvolvimento;
Propor - enviar push lembrando dos pagamentos;
Eliminar - o menu lateral “pagamentos”;
Reverter.
Lembre-se de que não é obrigatório preencher todos os itens da lista, assim como no exemplo acima, em que o objetivo é trazer soluções pontuais para o problema e não necessariamente atender a todos os itens da lista.
Cinco Porquês
A técnica dos Cinco Porquês consiste em se questionar cinco vezes a partir de uma questão inicial. É quase como se você se colocasse no lugar de uma criança curiosa, que pergunta “mas por quê?” a cada explicação que um adulto dá a ela.
Por exemplo:
Frase inicial: precisamos lançar um produto com mais usabilidade para o usuário.
Porquê 1: Por que precisamos lançar?
- “Porque o aplicativo atual é de uso difícil”
Porquê 2: Por que o aplicativo atual é de uso difícil?
- “Porque os ícones são difíceis de achar”
Porquê 3: Por que os ícones são difíceis de achar?
- “Porque eles estão escondidos dentro de menus”
Porquê 4: Por que eles estão escondidos dentro de menus?
- “Porque o aplicativo já possui muita informação na página inicial”
Porquê 5: Por que o aplicativo possui muita informação na página inicial?
- “Porque possui muitos anúncios”
Resolução: Nosso produto precisa ser mais amigável ao usuário e hoje isso não é possível por conta dos muitos anúncios na página inicial.
Então, a partir disso, você pode fazer o processo dos Cinco Porquês novamente, caso seja necessário, até que uma solução mais clara apareça para você.
Método 635
O método 635 tem esse nome por possuir três itens essenciais para a dinâmica: seis participantes, três soluções, cinco análises durante cinco minutos.
Nesse método, cada um dos seis participantes escreve três possíveis soluções para o problema inicial. É importante que as três possíveis soluções sejam escritas com poucas palavras, preferencialmente por meio de palavras-chave, para que assim o processo seja mais fluido e de fácil compreensão.
Esse processo deve durar cinco minutos. Após esse tempo, a próxima pessoa participante recebe essas três soluções e acrescenta três, e assim por diante, até que os seis participantes tenham colocado suas ideias.
Assim, ao final da aplicação do método, teremos ao menos 18 palavras-chave que direcionam para a solução por meio de ideias variadas. Partindo disso, podemos aplicar outros métodos para definição, como a técnica SCAMPER, que mencionamos acima.
Conclusão
É possível inovar com técnicas de brainstorming que saem do habitual modelo de post-its colados em um quadro branco, pois existem diversos formatos que podem tornar seus encontros para definições e levantamento de ideias mais interativos, eficientes e direcionados.
Além do que foi apresentado nesse artigo, há muitos outros métodos que podem ser aplicados para entender melhor como seu time funciona e quais suas limitações, e adequar a técnica conforme for necessário.
Com isso, esperamos que seus encontros sejam otimizados e que você e sua equipe cheguem em soluções cada vez mais concretas e de fácil entendimento.
Quer aprofundar mais no assunto?
- Temos o artigo Mind map: como utilizá-lo para criar marcas, que ensina um pouco mais sobre o conceito de mapas mentais e sua aplicabilidade
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Até a próxima!