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Alura > Cursos de Front-end > Cursos de JavaScript > Conteúdos de JavaScript > Primeiras aulas do curso Acessibilidade: estudando com tecnologias assistivas

Acessibilidade: estudando com tecnologias assistivas

Configurações básicas de acessibilidade - Apresentação

Olá, pessoal! Boas-vindas ao nosso curso de acessibilidade da Alura! Sou a Louise Suelen, desenvolvedora de software e instrutora.

Audiodescrição: Louise se autodescreve como uma mulher parda, de cabelos castanhos e curtos acima da orelha. Está usando uma camiseta preta estampada e sentada em um ambiente com iluminação entre os tons de rosa e azul. Ao fundo, um vaso de plantas e uma estante com objetos de decoração.

O que aprenderemos?

Vamos aprender como configurar o sistema operacional Windows para trabalhar com acessibilidade para pessoas com baixa visão. Vamos navegar com softwares leitores de tela para promover a acessibilidade para pessoas cegas. Inclusive, um detalhe importante, eu sou uma pessoa cega.

Então, vamos falar de acessibilidade para quem utiliza tecnologias assistivas ou quem apenas deseja entender como elas são construídas.

Vamos construir, juntos e juntas, acessibilidade! Se você quer saber quais são as possibilidades disponíveis no mundo da tecnologia para a inclusão de pessoas cegas e com baixa visão, te convido a seguir para a primeira aula do curso!

Configurações básicas de acessibilidade - Entendendo o que são acessibilidade e tecnologias assistivas

Quando falamos em acessibilidade digital, a primeira coisa que precisamos ter em mente é que se trata de uma área dentro de todo um campo de estudos que é a acessibilidade.

Acessibilidade e acessibilidade digital

Temos muitas outras vertentes, como a acessibilidade dentro da educação, que traz conceitos como o desenho universal de aprendizagem, a acessibilidade arquitetônica e a acessibilidade no mundo da literatura. Portanto, a acessibilidade, como um todo, é um mundo. E a acessibilidade digital compreende, obviamente, o universo da tecnologia.

Mesmo dentro da subdivisão de acessibilidade digital, teremos diversas vertentes. Teremos uma área focada, por exemplo, para a otimização de hardware, que trabalhará em como construir teclados adaptados para pessoas que tenham algum tipo de limitação motora, que fará dispositivos para controle de máquina com os olhos e todas essas vertentes que envolvam o hardware do dispositivo.

Temos uma área da acessibilidade digital que é voltada para a otimização de software, desde adaptação de software em mobile, adaptação de software na web e adaptação de software desktop.

Pessoa com deficiência e com necessidades específicas

Portanto, o primeiro ponto que precisamos entender é que a acessibilidade digital é um universo, uma área, e dentro dessa área temos pequenos microcosmos. O segundo ponto que discutiremos é a existência de pessoas com deficiência e pessoas com necessidades específicas.

Por exemplo, se uma pessoa tem alguma questão que a impede de ter uma usabilidade comum dentro do que se espera, essa pessoa não necessariamente tem uma deficiência, ela pode ter uma necessidade específica. As duas coisas quase sempre andam juntas, mas podem existir casos que não.

Tecnologias assistivas

Um tema muito importante para o contexto da acessibilidade digital é a área de tecnologias assistivas. As tecnologias assistivas são conceituadas desde muito tempo, desde que esse debate chegou no Brasil, na década de 90, fim da década de 80, começo da década de 90, quando começaram a fervilhar os debates sobre a inclusão de pessoas com deficiência em escolas regulares.

Ou seja, quando saímos de escolas especializadas e começamos a frequentar ambientes inclusivos, surge a seguinte pergunta: como fazer adaptações para poder englobar pessoas com necessidades específicas dentro de um espaço não pensado para esse público? Com isso, nasce o debate sobre as tecnologias assistivas.

Neste contexto, elas não dizem respeito só a computador, a smartphones e tudo que temos hoje, até porque naquela época não tínhamos smartphones.

A tecnologia assistiva diz respeito desde proporcionar um recurso chamado plano inclinado para corrigir postura de pessoas com baixa visão, até máquinas braille para pessoas cegas, e material lúdico para trabalhar com pessoas com deficiência intelectual, até tecnologias com um maior repertório de desenvolvimento industrial.

Por exemplo, as linhas braille e tudo que não conseguimos construir com personalização dentro de uma escola ou dentro de um ambiente doméstico. Temos diversas categorias de tecnologias assistivas. Chegamos, no ano de 2015, em um conceito formal sobre o que seriam tecnologias assistivas. Ele está na Lei 13.146/2015, de 6 de julho de 2015, que é a Lei Brasileira de Inclusão, conhecida como LBI.

Nesta lei, está especificado o que são as tecnologias assistivas e o que são as ajudas técnicas:

Todo e qualquer recurso, metodologia e estratégia, que tenha como objetivo proporcionar a realização de atividades por pessoas com deficiência e necessidades específicas, de forma autônoma e produtiva, sem sobrecarregá-las para que consigam o mesmo resultado que uma pessoa sem necessidade específica.

Temos, atualmente, os softwares leitores de tela, que facilitam para que pessoas com baixa visão, pessoas cegas e pessoas surdo-cegas interajam com o computador, com smartphones e com tablets e afins. Esse leitor é uma tecnologia assistiva.

A técnica de audiodescrição, para acessarmos cenas de filmes e novelas, é um recurso, uma metodologia que também pode ser considerada uma tecnologia assistiva, por disponibilizar informações que antes estavam limitadas a um determinado grupo de pessoas. Estamos falando de instrumentos, mas também de estratégias.

Outro ponto importante para nos atermos quando estamos falando de tecnologias assistivas, é que quando buscamos na literatura, elas estão divididas em duas grandes áreas. Como já falamos, elas compreendem diversos recursos, estratégias, e por ser muita coisa, existem divisões.

Tecnologias de baixo e alto nível

E qual é a grande divisão dentro da área de tecnologias assistivas? Temos as tecnologias de baixo nível, chamadas assim por serem tencologias que conseguimos desenvolver sem um grande grau de complexidade e sem a necessidade de uma indústria para isso. Se estivermos dentro de uma escola, conseguimos fazer. Se estivermos na nossa casa, também. E, geralmente, usando materiais de baixo custo.

Quando passamos cola colorida por cima de uma parábola de gráfico matemático, por exemplo, para ele ficar tátil, de modo que uma pessoa cega tenha acesso, estamos criando uma tecnologia assistiva com viés educacional, pensando no desenho universal de aprendizagem, só que de baixo custo. Por isso, uma tecnologia assistiva de baixo nível.

A segunda grande categoria das tecnologias assistivas são as tecnologias de alto nível, chamadas assim pela necessidade de industrialização, exigirem um repertório tecnológico muito grande por trás e demandarem especialistas para o seu desenvolvimento.

Não conseguimos produzir na nossa casa uma linha Braille, assim como não é possível projetar um leitor de telas sem conhecimento de programação. Também não vamos conseguir projetar uma lupa eletrônica — para ser acoplada ao computador e ampliar livros físicos — em casa.

Esse tipo de tecnologia, que é industrializada e envolve um repertório tecnológico, são as tecnologias que compreendemos como tecnologias de alto nível. A partir disso, qual é foco do nosso curso?

Que tipo de tecnologia estudaremos?

Vamos nos ater às tecnologias de alto nível e mais especificamente, tecnologias de alto nível focadas na acessibilidade digital. Estamos em um contexto tecnológico, então, vamos estudar as tecnologias que facilitam o acesso de pessoas com deficiência e necessidades específicas ao ambiente tecnológico, de modo que interajam com o máximo de produtividade possível.

Quais tecnologias serão abordadas ao longo das aulas?

Vamos focar em softwares leitores de tela, que servem tanto para a interação via áudio, mas também para controle de outras tecnologias assistivas, como as linhas Braille, que também são usadas por pessoas cegas e pessoas surdo-cegas.

Vamos também demonstrar tecnologias de ampliação para pessoas com baixa visão, como a lupa eletrônica do Windows, dentre outros. E softwares que têm como objetivo facilitar a interação nesse contexto. Essa é a micro área que vamos focar, uma pequena parte de um universo muito maior!

Configurações básicas de acessibilidade - Entendendo o que é deficiência visual e baixa visão

Já conceituamos o que são as tecnologias e temos uma noção básica desse universo e agora vamos conhecer algumas tecnologias assistivas que o Windows oferece para pessoas com deficiência e necessidades específicas, focadas em pessoas com baixa visão e pessoas cegas.

Tecnologias assistivas do Windows: luminosidade

Vamos começar entendendo como adequar os temas do sistema. Imagine que acabamos de comprar um computador. Originalmente, ele vem com um tema mais claro e com o tamanho de fontes padrão, por isso, pode não atender pessoas que tenham algum tipo de baixa visão.

Os motivos são vários, começando pela luminosidade, porque muitas pessoas com baixa visão têm fotofobia associada, por exemplo, pessoas com albinismo têm bastante dificuldade com luminosidade, então já teriam dificuldade em interagir com o computador no modo claro.

Temos também pessoas com baixa visão com campo de visão periférico, portanto, teriam dificuldade em se localizar com a fonte no tamanho padrão, e precisamos começar configurando o sistema pela luminosidade, assim, será possível fazer outras configurações de forma mais confortável para esse público.

Pessoas com deficiência visual

Um ponto importante, é: quem são as pessoas com baixa visão que estamos pensando ao falar dessas tecnologias? Estamos pensando em pessoas com deficiência visual. É muito comum que a deficiência visual seja associada como um sinônimo da palavra "cegueira".

Não vamos usar o termo "cegueira", mas, sim, "deficiência visual". Porém, a deficiência visual compreende duas formas de manifestação. Uma pessoa pode ter deficiência visual e baixa visão, ou ser uma pessoa com deficiência visual e cega.

É importante discutir isso, porque as pessoas com baixa visão são comumente confundidas com pessoas que possuem problemas visuais. Então, a deficiência delas geralmente é confundida com miopia ou astigmatismo.

Mas, qual é a diferença e por que existem essas tecnologias para essas pessoas? Porque a pessoa com deficiência visual, que possui baixa visão, é uma pessoa com deficiência após a melhor correção óptica possível. Se trata de uma pessoa que fez cirurgia, usa óculos e nada disso faz com que o seu funcionamento visual seja melhorado.

É diferente de quem tem um grau elevado de miopia e faz uma operação, usa um óculos com determinado grau e ganha, por exemplo, a habilidade de dirigir, enxergar de longe ou de perto, no caso de astigmatismo. O óculos ou a cirurgia acabam minimizando os impactos desse problema visual na vida cotidiana, o que não acontece no caso das pessoas com baixa visão.

Outro ponto importante é que existe a redução do campo visual. O campo visual é a amplitude da área alcançada da visão. Por isso precisamos, por exemplo, ampliar a fonte no sistema operacional, porque o campo visual dessas pessoas é reduzido.

Assim como a acuidade, que é o que enxergamos a uma determinada distância. Isso vai variar a depender se for glaucoma, retinopatia diabética, albinismo ou cório-retinite. Então, temos uma deficiência espectro.

É importante deixar isso claro para entendermos que o que vamos fazer de configuração é um exemplo possível para que as pessoas conheçam e possam personalizar a seu modo.

Sobre o curso Acessibilidade: estudando com tecnologias assistivas

O curso Acessibilidade: estudando com tecnologias assistivas possui 160 minutos de vídeos, em um total de 56 atividades. Gostou? Conheça nossos outros cursos de JavaScript em Front-end, ou leia nossos artigos de Front-end.

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