Olá, sou Alex Felipe, instrutor da Alura, e apresentarei a vocês o curso de Arquitetura Android com ViewModel, LiveData e Room, para o qual é necessário um conhecimento prévio. Assim, conseguiremos aproveitar todo o conteúdo, e avançaremos neste mundo da arquitetura.
O que aprenderemos de novo neste curso?
Utilizaremos como exemplo um projeto que utiliza técnicas muito similares ao que vimos em outros cursos, o Tech News, um aplicativo para registrar notícias de tecnologias. Trata-se, portanto, de um CRUD, utilizando toda a estrutura aprendida em outros cursos, bem como algumas novidades em relação à linguagem Kotlin.
Aproveitaremos para avaliar tudo que fizemos no projeto, com base em tudo que aprendemos, e veremos o que podemos melhorar em relação à arquitetura.
Mas por quê precisamos levar a arquitetura em consideração quando fazemos um aplicativo?
Em muitas situações, durante o desenvolvimento de um aplicativo, utilizamos diversas bibliotecas e técnicas, e chegamos a uma estrutura com bug, por exemplo, ou que apresenta dificuldade de implementação de algo novo, sem a qualidade desejada.
Então, quando pensamos em nível de arquitetura, é realmente no momento em que já temos certa maturidade com aplicativos Android, ou então com o nosso código, e queremos melhorar cada vez mais.
Para isso, utilizaremos como base algo que a própria equipe do Android desenvolveu e nos fornece, o "Guia para a arquitetura do app", para identificarmos os pontos importantes para o qual precisamos nos atentar, seja em relação ao ciclo de vida, tomadas de decisões, e assim por diante.
E em relação a tecnologias novas, estaremos utilizando dois componentes: o ViewModel para segurar os dados da nossa Activity, e o LiveData, capaz de fazer notificações para a nossa tela. A princípio, parece abstrato, porém, durante o curso veremos o funcionamento deles com detalhes.
Tais componentes fazem parte do Android Jetpack, que vimos nos cursos de Room, conjunto de bibliotecas fornecido pela equipe de desenvolvedores do Android para que consigamos criar nossos aplicativos de maneira mais fácil e robusta, sem termos que pensar tanto na parte de configuração, e sim na parte de regras de negócio.
Ou seja, o conteúdo é de nível mais avançado, então, espero que você esteja animado com a proposta. Vamos lá?
Antes de começarmos com as novidades do nosso curso, veremos um pouco sobre o projeto, pois usaremos um código pronto, disponibilizado para download, e neste momento não temos conhecimento sobre a estrutura atual, portanto aproveitaremos este momento para tirar as dúvidas e mostrar o que temos em termos de implementação.
Como primeiro passo, precisamos entender que neste projeto utilizaremos o código em Kotlin, e como segundo passo, verificaremos a sua estrutura, similar ao que foi visto em cursos anteriores. Para buscarmos alguma notícia, por exemplo, acessamos ListaNoticiasActivity.kt
em "app > java > br.com.alura.technews > ui > activity", e perceberemos que, além do Adapter e de todas as configurações visuais, temos o componente repository
que, como vimos em um curso anterior, faz a comunicação externa com a nossa API, e a comunicação interna com o banco de dados.
Em nosso repositório, NoticiaRepository.kt
, percebemos que temos acesso ao dao
e à outra referência, denominada webclient
, que ainda não vimos com muitos detalhes. Basicamente, ela envolverá todo o código de responsabilidade pela comunicação externa, em que utilizamos o protocolo HTTP, por meio do próprio Retrofit, AppRetrofit.kt
. Ou seja, a configuração é quase exatamente a mesma, apenas com pequenas alterações de sintaxe do Kotlin.
O que existe de novidade é que usamos um WebClient para armazenar toda esta responsabilidade, possuindo a função genérica para executar uma requisição, que pega uma Call
genérica, e uma função que recebemos via parâmetros, quandoSucesso
, uma High Order Function para indicar sucesso ou falha, então estamos mantendo todo tipo de responsabilidade em NoticiaWebClient.kt
— questões acerca de busca, salvar, editar, remover, entre outras. E é por isso que nosso repositório tem acesso a este tipo de objeto.
Voltando, então, à parte do nosso fluxo, em nosso repositório temos a função buscaTodos()
, que é chamado em ListaNoticiasActivity.kt
, e se pegarmos nosso estado de resumo (onResume()
), percebemos que temos a função buscaNoticias()
, dentro do qual utilizamos o respository
chamando o buscaTodos()
, e então fazemos uma implementação das nossas funções, no caso de sucesso, atualizamos o Adapter, e quanto falha, mostramos uma mensagem de erro, que neste caso é um Toast.
O fluxo, portanto, é muito similar ao que vimos anteriormente, sem grandes novidades, a não ser pela questão do envolvimento e implementação da WebClient, pois enviamos as funções diretamente em vez de fazermos chamadas do Enqueue, por exemplo, e o uso de High Order Function. Será muito importante ter todos estes conceitos aprendidos anteriormente, assim como o BaseAsyncTask()
.
Nossa estrutura atual deste projeto consiste em Activities (seja de visualização, formulário ou qualquer outra), que se comunicam diretamente com Repositories, que por sua vez se comunicam com o banco de dados interno, e também com uma Web API. Com base nisso, avançaremos no curso, analisaremos o código, veremos os possíveis problemas, e como a arquitetura consegue nos ajudar a melhorar esta estrutura.
Agora que conhecemos mais sobre a estrutura do nosso projeto, bem como a implementação de código, veremos a nova arquitetura que poderemos considerar para entregarmos um aplicativo que seja mais robusto, com maior facilidade em testes e para manutenção. Trata-se de uma proposta de arquitetura que a própria equipe de desenvolvedores do Android nos disponibiliza, o Guia para a arquitetura de apps.
Isso significa que durante este curso usaremos como base todo o conteúdo deste guia, que contém os detalhes com os quais devemos nos preocupar quando vamos criar um aplicativo Android. Começaremos conhecendo os principais componentes de entrada do nosso aplicativo, pois desta maneira lidamos com as suas complexidades.
Os principais componentes são as Activities, que são o ponto de entrada que irão manter as informações a serem apresentadas na UI, isto é, na interface do usuário. Temos também os Services, componentes que executam rotinas em segundo plano, algo constante enquanto o app estiver funcionando. Podemos configurar serviços em paralelo, os quais podem levar certo tempo de execução, como por exemplo notificações, algum serviço que faça download, e assim por diante.
Há os Content Providers, componentes que fornecem dados públicos do app, possíveis de serem compartilhados entre outros apps. Por fim, temos os Broadcast Receivers, justamente um mecanismo de entrega de eventos para aplicativos. Um aplicativo de telefone, por exemplo, ficará atento a chamadas, cujo evento será enviado para todos os seus aplicativos.
Como notamos, cada componente possui seu próprio ciclo de vida e pode ser acionado a qualquer momento. Precisamos nos atentar a isso pois este ponto pode nos trazer problemas, já que, ao lidarmos com todas as possibilidades, entramos em um cenário que pode ser complexo, como a forma como o usuário final lida com nossos aplicativos, ou melhor, com o sistema Android.
Vamos supor que alguém utiliza um aplicativo de texto, um mensageiro para fins de comunicação, e neste processo de envio de mensagens, ele recebe uma ligação, situação bastante possível, pois existem entradas do Android, do sistema operacional, com outros aplicativos atuando em background, por mais que a mensagem ainda não tenha sido enviada. Outro aplicativo será acionado no momento em que ele for atender a esta chamada, após o qual ele poderá voltar ao aplicativo mensageiro, e de repente decidir que quer tirar uma foto.
Percebam que este tipo de interação será constante, e para isso teremos que lidar com ciclos de vida, o que não é nada trivial. Este, inclusive, é o primeiro tópico que consta no Guia para a arquitetura de apps — tudo que fizermos em nossos aplicativos terão que levar em consideração seu ciclo de vida.
Dentre os principais problemas que podem ocorrer, nesse sentido, está o gerenciamento da memória do sistema operacional, portanto, neste processo de mudança de uso de um aplicativo para outro, pode ser que o Android não tenha memória o suficiente para manter todos os aplicativos em funcionamento. Neste caso, o sistema operacional acabará "matando" os aplicativos, ou seja, se o usuário estiver no processo de envio da mensagem, pode acontecer dele perder todos os dados e informações que estavam sendo digitados.
Essa é uma preocupação que precisamos ter, e não é tão simples lidar com estas complexidades dos nossos aplicativos, e a ideia dessa arquitetura é justamente evitar este tipo de situação. Um destaque do Guia é a recomendação de não armazenar dados ou estados de app nos seus componentes. Assim, é melhor evitar armazenar dados nos componentes, que possuem ciclo de vida, e que a qualquer momento podem ser comprometidos.
Como comentado em cursos anteriores, é recomendado não manter códigos diretamente na Activity, e o Guia traz isso na parte dos princípios arquitetônicos comuns, que envolve o que eles chamam de "separação de conceitos", para manter os componentes do Android o mais enxutos o possível. De repente, nossa Activity terá código apenas para tela, enquanto evitaremos que os aplicativos fiquem nos componentes visuais sempre que possível.
Para que isso seja possível com maior facilidade, existe uma arquitetura recomendada, demonstrada em um diagrama exibido no Guia. No topo, está a Activity/Fragment, seguido por um intermediário, o ViewModel combinado com LiveData, antes de chegarmos ao Repository, que por sua vez desembocam para Model ou Remote Data Source. Trata-se de uma arquitetura muito similar ao que fizemos, com a diferença do intermediário, que seria responsável por evitar este tipo de situação que vimos.
Com estes componentes, seremos capazes de evitar esta complexidade e problemas comuns, que ocorreriam caso mantivéssemos o repositório diretamente na Activity, por exemplo. Isso porque quando estamos efetuando este procedimento no repositório, qualquer tipo de estado que tentamos manter dentro dele pode ser perdido a qualquer momento, e não temos controle algum disso, uma vez que Activities ou quaisquer outros componentes do Android podem ser destruídos por algum motivo.
Com base neste tipo de situação, veremos a seguir o que temos em nosso código, que atualmente pode ser comprometido, e também como contornar isso a partir do novo modelo de arquitetura.
O curso Architecture Components: ViewModel, LiveData e Room possui 198 minutos de vídeos, em um total de 45 atividades. Gostou? Conheça nossos outros cursos de Android em Mobile, ou leia nossos artigos de Mobile.
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