Olá, sou Roberto Pina, consultor de empresas e instrutor da Alura. Boas-vindas este curso de Processos de Gerenciamento de Projetos.
Audiodescrição: Roberto Pina se descreve como uma pessoa de pele clara. Usa óculos, é calvo e não possui barba. Veste uma camiseta de cor preta.
Apresentar conceitos e técnicas ligados a processos de gerenciamento de projetos e, assim, contribuir com a sua preparação para as certificações CAPM e PMP do PMI (Project Management Institute).
Pessoas que desejam conhecer mais sobre gerenciamento de projetos, em especial as pessoas candidatas às certificações que mencionei, que são a CAPM (Certified Associated in Project Management) e um nível acima, a PMP (Project Management Professional) ambas do PMI.
Inicialmente, falaremos da entrega de valor dos projetos e seu paralelo com a entrega de escopo.
Depois, abordaremos o gerenciamento da organização, conceitos e processos associados. O mesmo será feito para o gerenciamento de riscos, quais são os conceitos ligados a isso e os processos. Falaremos também sobre o gerenciamento de stakeholders, que é como se fosse uma extensão do gerenciamento de recursos humanos em projetos. E, por fim, faremos considerações sobre gerenciamento de recursos, de uma maneira geral, em especial custos.
Vamos iniciar o nosso conteúdo falando sobre valor e seu paralelo com o escopo de projetos. Vamos lá?
O conceito de valor é fundamental quando falamos de gerenciamento de projeto, pois o objetivo de um projeto é criar um produto, serviço ou operação que entregue valor a um mercado ou a um público-alvo.
O valor é a importância que é dada a essa entrega, qual utilidade, mérito, benefício e qualidade percebida. É algo pelo qual as pessoas estão dispostas a pagar, pois percebem que aquele serviço ou produto traz benefício à sua vida, traz utilidade.
Quem determina o valor de um produto ou serviço é o cliente, é o público-alvo, sempre. O valor é um conceito que não está relacionado com estética ou moralidade.
Se o mercado aceita, está disposto a pagar e vai atrás, se existe uma demanda, se o produto ou serviço é desejado pelo mercado, então tem valor, independentemente de opiniões.
Por exemplo, existem gêneros musicais que algumas pessoas valorizam e outros não. E esses gêneros que são muito valorizados, costumam ter um público-alvo bastante amplo, bem maior do que outros gêneros que podem ser até mais eruditos, mas que têm um público-alvo bem menor.
Então, quando falamos de valor relativo à entrega, não estamos comparando aspectos em si da estética ou de outras características de um gênero musical com o outro, nesse exemplo, mas sim o quanto aquilo é aceito, o quanto aquilo é desejado pelo mercado.
O conceito de valor está mais relacionado a isso, a aceitação, a popularidade, a desejo, do que propriamente a qualquer avaliação ética ou estética associada ao bem ou serviço entregue. E essa percepção depende de local, de tempo, de contexto, de mercado, de público, etc.
Algo que tinha valor no passado, pode não ter mais valor agora, ou algo que tem valor numa determinada geografia, em outra, não tem a menor importância. Então, o valor é um conceito extremamente relativo e associado à percepção do público-alvo.
- Valor = importância que é dada a algo (utilidade, mérito, benefício, qualidade percebida).
- Quem determina o valor de um produto ou serviço é o cliente (sempre).
- Valor depende de local, tempo, contexto, mercado, público etc.
Dessa forma, se desejamos atender um determinado público-alvo, devemos pensar na percepção de valor desse destinatário. Pode ser que algo seja maravilhoso, valioso na nossa percepção, mas o mercado não dá a mínima para isso.
Então, do ponto de vista de entrega de produto ou serviço ao mercado, aquilo não tem valor. Essa é uma consciência que devemos ter quando produzimos algo para o mercado.
Vamos fazer um paralelo entre valor e escopo, entrando agora no âmbito de gerenciamento de projetos, entrando no âmbito do projeto ser um instrumento para entregar valor. As entregas dos projetos levam valor ao mercado e essas entregas têm um determinado escopo.
Fala-se do escopo do projeto, do escopo do produto em especial.
Se é assim, isso significa que devemos entregar o escopo que for definido e está tudo certo? Está entregando automaticamente o valor? É só isso que devemos fazer? Entregar o escopo e o projeto terá atingido seus objetivos no tocante à adição de valor?
Para uma abordagem preditiva (waterfall), onde o escopo é detalhado a priori, a resposta a essa pergunta é "sim", se esse escopo definido a priori atende ao mercado. Se estamos entregando um escopo que o mercado considera valioso, senão não adianta cumprir à risca, um escopo no seu mínimo detalhe, entregar tudo, se é algo que o mercado não valoriza.
Até atingir o objetivo do projeto, mas não o objetivo do produto, o objetivo do investimento daquele projeto.
Como saber se o escopo definido atende à expectativa de valor na abordagem preditiva?
Entendemos que não adianta entregar o escopo, precisamos saber se esse escopo adiciona valor de fato. Aí é na hora da concepção do produto, é preciso ouvir o mercado, testar MVPs (Produto Mínimo Viável), testar hipóteses, fazer um bom estudo antes de definir o escopo.
Então, no caso da abordagem preditiva, antes de fechar o escopo, existe aí um risco que é o de reunirmos todos os elementos para ter uma percepção mais ou menos precisa do que o mercado realmente deseja. Com o escopo definido, seguimos para a entrega.
Já na abordagem adaptativa (ágil), como é que fica essa questão de escopo? É a mesma coisa do ponto de vista de objetivo, ou seja, o escopo entregará valor se aquilo for desejado pelo mercado. Só que o escopo na abordagem adaptativa, ele não é definido, ele vai sendo descoberto.
Assim sendo, a forma de moldar o escopo para que ele realmente adicione valor numa abordagem adaptativa ou ágil, é através de feedback. Essa é a essência do ágil, vamos recolhendo feedback e percebendo exatamente o que o mercado deseja.
Portanto, devemos trabalhar sempre pensando no valor. O escopo é uma espécie de meio definido e não um fim em si. Não adianta nos atermos só ao escopo. Esse escopo tem que ser bom, ele deve ser adequado. O escopo é materializado ao longo de um projeto. O projeto vai acontecendo e o escopo vai sendo entregue.
Então, vem uma próxima pergunta:
Isto significa que se executarmos o projeto/operação primorosamente estaremos entregando valor?
A resposta é sim, se estivermos entregando o produto certo. É aquilo que mencionamos a respeito do valor associado ao escopo. Porque fazer certo a coisa errada, é um risco de quem trabalha mais para o projeto do que para o produto.
A equipe que faz o projeto no escopo definido, no caso das abordagens preditivas, no prazo e no custo, entregando tudo na data exata, com a qualidade percebida, ok, isso atende ao projeto.
Atende também ao escopo que é parte do projeto, mas estará adicionando valor se o produto for certo, se o produto for efetivamente desejado pelo mercado e se o mercado perceber valor naquele produto.
Então, os projetos são também um meio, não um fim. Devemos trabalhar mais para o produto do que para o projeto, e devemos trabalhar para o produto certo, ou seja, aquele que adiciona realmente valor.
Isso é feito ouvindo o mercado, de uma maneira preliminar, no caso da abordagem preditiva (waterfall) ou através de feedback em uma abordagem ágil.
Na sequência, vamos falar sobre indicadores de valor. Afinal, se devemos entender e acompanhar o valor, quais são os indicadores que podemos utilizar para isso. É o que vamos ver. Vamos em frente?
Os KPIs de projeto, ou indicadores de projeto, são aqueles que nos informam sobre o desempenho do trabalho realizado nos projetos.
KPIs de projeto envolvem, por exemplo:
Esses são KPIs típicos de projeto. Eles mostram como está a execução do projeto.
O que acontece se as pessoas forem avaliadas (recompensadas/punidas) pelo cumprimento de KPIs de projeto?
As pessoas vão trabalhar essencialmente para o projeto.
Se precisarmos entregar tantos itens por mês, vamos nos empenhar para entregar essa quantidade de itens no mês. Se temos que cumprir o cronograma, vamos nos empenhar para cumprir o cronograma.
Muitas vezes, para cumprir o cronograma ou para entregar uma determinada quantidade, alguns aspectos são sacrificados, como por exemplo, a qualidade. Existe um trade-off interno de atendimento de requisitos e também não haverá uma preocupação com a entrega de valor ao mercado.
Existem também KPIs de negócio, que mostram o desempenho quanto à adição de valor a um negócio ao mercado. Eles envolvem, por exemplo:
Por que tantas vezes se apura mais KPIs de projeto do que de negócio?
Porque enxergar o negócio é mais difícil. É mais fácil dizer quanto custa do que quanto vale. Acompanhar o que está acontecendo no projeto, que é algo um pouco mais restrito, do que entender algo muito mais amplo que é o mercado e as percepções do mercado.
Exemplos de KPIs de negócio aos quais devemos atentar, se realmente estamos querendo adicionar valor ao negócio, incluem:
O atendimento desses KPIs é o que realmente ajuda a adicionar valor ao negócio. Portanto, não devemos nos preocupar apenas com KPIs de projeto, mas também com esses KPIs de adição de valor. Eles são de obtenção mais difícil e podem ter algum conflito com alguns KPIs de projeto, o que representa um grande desafio para o gerenciamento de projeto.
Na abordagem ágil, isso é manejado de uma forma um pouco mais fácil. O ágil tem uma adaptabilidade maior de mudar os rumos do projeto em função da percepção de valor através dos feedbacks. Nas abordagens preditivas, isso já é mais complicado, mas o desafio está posto.
É necessário criar mecanismos para que as pessoas também enxerguem o negócio e sejam avaliadas pelo atingimento dos objetivos de negócio, dos KPIs de negócio.
Essa questão de indicadores de negócio está presente em abordagens mais modernas, como o Flow Framework, que enfatiza bastante isso, e é uma tendência do mercado pensar mais no produto, no valor, do que propriamente no projeto.
Não é ignorar o projeto, mas sim ter essa visão um pouco mais ampla, porque afinal de contas o projeto existe para atender o mercado.
Na sequência, vamos começar a falar sobre gerenciamento da comunicação. Vamos em frente?
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