Falar em público é uma fonte de grande receio para a maioria das pessoas. Uma pesquisa global revela que sentimos mais medo disso do que da própria morte. Ansiedade, nervosismo, insegurança e o fenômeno do "branco" são emoções frequentes nessa situação. Mas será que temos, de fato, medo de nos comunicarmos, mesmo sendo naturalmente seres sociais e coletivos?
A comunicação desempenha um papel vital em nossas vidas pessoais, sociais e profissionais, e muitas vezes não a utilizamos de forma eficaz. Afinal, a qualidade da comunicação não reside no que é dito, mas sim no que a outra pessoa compreende.
Me chamo Amanda Moreira e serei a sua instrutora ao longo deste curso.
Audiodescrição: Sou uma mulher negra com cabelos pretos, presos em um coque alto. Meus olhos são de tom castanho escuro. Estou vestindo uma camisa de fundo preto com desenhos coloridos, como estrelas, em tons de amarelo e vermelho. Estou usando um colar e brincos dourados.
Então, que tal embarcarmos juntos nesta jornada e explorarmos diversas formas de comunicação? Comunicar-se bem não é um dom, mas sim o resultado de treino e prática. Antes de aprendermos a comunicar eficazmente, precisamos reaprender a arte da escuta. A escuta ativa é o elo essencial para uma comunicação afetiva e não violenta.
A prática do feedback também é um exercício poderoso, não apenas para o desenvolvimento de habilidades interpessoais, mas também para aprimorar a habilidade de comunicar de maneira que a mensagem seja compreendida.
Dado que a escuta é fundamental na comunicação, convido você a estabelecer essa conexão de escuta e troca comigo. Vamos nos comunicar? Espero você na primeira aula!
Vamos começar com uma provocação? No princípio, era o verbo ou o som da fala dita? Quero trazer essa proposta para que possamos refletir sobre o significado dessas palavras, ou seja, a etimologia de cada uma delas.
Afinal, vamos pensar na comunicação como esse espaço importante de como vamos transmitir essa mensagem à pessoa que queremos que compreenda o que estamos tentando dizer. Evidentemente, toda comunicação precisa de um propósito para existir.
A palavra comunicação vem do latim "communicatio", que significa compartilhar, dividir, distribuir. Algo relacionado a compartilhar por pessoas, o coletivo, para o público, num contexto geral.
É interessante pensar que a construção dessa palavra, em latim, tinha esse sentido de trazer essa informação, essa linguagem, essa língua de uma forma coletiva. Inclusive, temos também o derivado dela como "communis", que significa "co + munus", o dever de juntar.
Analisando a construção de uma comunicação como este ato de repartir, dividir, distribuir, no sentido de trazer essa junção coletiva, conseguimos entender qual é o real significado de nos comunicarmos com alguém.
Agora, observando um pouco da etimologia da palavra, como acabamos de dizer, será que no princípio era realmente o verbo ou era o som? Palavra vem de "parábola", algo que é contado, relacionado a discurso.
E a palavra "linguagem", derivada de "língua + agem", ou seja, a língua agindo, traz o significado de comunicação diversa. A etimologia de oratória, de "orator", tem a ver com o discurso proferido em público.
Já que abordamos etimologia, vamos compreender a diferença de linguagem e língua. São duas coisas distintas e agora iremos disseminar essas diferenças. Língua tem a ver com código, um sistema que certas pessoas utilizam para se comunicar.
Vamos imaginar, para entender melhor, que língua tem relação com um povo que tem relação com um território, ou seja, sempre que pensar em língua temos que lembrar de um grupo de pessoas, um determinado lugar, um coletivo que se comunica de determinada forma naquele território.
Para facilitar a compreensão da diferença entre linguagem e língua, vamos pensar na língua de sinais. Ainda há pessoas que se confundem na utilização do termo correto. O correto é língua de sinais, não linguagem de sinais.
Partindo do princípio que a língua está associada a um código, são pessoas de um determinado território, de um coletivo que se comunicam através de signos, símbolos, ou seja, por meio desses códigos e sinais.
Vale ressaltar a informação de que existem cerca de 144 línguas de sinais em todo o mundo, mostrando a diversidade de pessoas se comunicando dentro dos seus tipos de código.
Para exemplificar, vamos relembrar o Super Bowl de 2023. Vamos visualizar um trecho de um vídeo da Justina Miller (intérprete), que viralizou porque ela estava interpretando a apresentação da cantora Rihanna.
Neste momento, a instrutora exibe o trecho de vídeo da Justina passando a música da Rihanna para língua de sinais.
Conseguimos, através da Justina, entender os códigos dessa língua.
Então, agora vamos entender a diferença de linguagem. Linguagem é esse modo como pensamos e comunicamos esse pensamento, esse sentimento. É através da linguagem que também expressamos as nossas ideias.
Dentro da linguagem, podemos encontrar a verbal, a não-verbal e a corporal. Neste curso, vamos aprender sobre cada uma dessas formas. Para contextualizar esse conceito de linguagem, trouxemos uma referência, o filósofo Vichy Geinstein. Durante o século 20, ele fez grandes contribuições não só para a filosofia, mas também para a literatura e a linguagem.
Gosto muito de citar uma provocação feita por ele, pois ele faz uma referência muito interessante à linguagem. Ele nos provoca a pensar na linguagem como uma caixa de ferramentas. Ou seja, quando pensamos nesse objeto específico, ele representa algo que está ali para nos fornecer algum tipo de manutenção ou ajuda.
Acessamos uma caixa de ferramentas para resolver algum problema, certo? Assim, ele estabelece essa analogia associando a caixa de ferramentas à linguagem, vendo-a como uma construção, talvez um resultado, de comunicação entre duas pessoas que precisam resolver um conflito, um ruído, ou simplesmente transmitir uma mensagem uma para outra.
Ao mesmo tempo, ele também faz essa analogia com jogos de tabuleiro. Aqui, não se trata de uma disputa na comunicação, mas sim de como é interessante pensar na construção dessa comunicação dentro de uma ação e uma reação das pessoas. Estamos dentro de um jogo, pensando, por exemplo, em um jogo de xadrez, onde movemos o peão e temos que entender qual é o próximo movimento, qual é a próxima peça que precisa ser movida.
Não vou me aventurar a trazer algum tipo de adjetivo para essa situação, porque realmente não sei jogar xadrez. Conseguiu entender a analogia? Do quão interessante é pensarmos, assim como essa provocação que ele nos traz, na comunicação como uma via de mão dupla.
E neste curso, vamos aprender a nos comunicar de maneira que a mensagem seja bem compreendida. Afinal de contas, comunicar não é só falar ou usar a linguagem. Precisamos realmente entender o propósito ao transmitir essa mensagem e ela só será efetiva se a pessoa que vai recebê-la entender o que acabamos de falar.
Seguindo essa provocação que Wittgenstein nos apresenta, temos essa frase bastante interessante:
"O significado de uma palavra é seu uso na linguagem".
Nessa frase, arrisco dizer que Wittgenstein está propondo entender a linguagem como uma prática social.
Como mencionei anteriormente, a mensagem, a comunicação, a linguagem, precisa ser interpretada pelo receptor de uma forma que ele compreenda o que estamos dizendo. Estamos falando sobre uma prática coletiva.
Trouxe esse exemplo da língua de sinais, considerando essa relação de povo e território. Então, ao trazermos o significado da linguagem para essa relação social, entendemos que ela depende de uma ação coletiva. Ou seja, tanto pelo emissor quanto pelo receptor compreenderem a mensagem.
Para contextualizar este conteúdo sobre língua e linguagem, vamos analisar uma referência do filme "A Chegada". Neste filme, simbolicamente ocorre uma "visita" de seres alienígenas à Terra, deixando-nos em dúvida sobre o propósito desta visita. Para entender essa comunicação, uma linguista e um cientista matemático são contratados.
Caso você ainda não tenha assistido ao filme, faço esse convite. Nele, a personagem linguista precisa decifrar a língua e a linguagem dos visitantes, com os quais inicialmente ela não consegue se comunicar.
No começo, a personagem tenta se comunicar com os alienígenas com uma folha de sulfite escrito "Sou uma humana".
Durante o filme, ela realiza esse trabalho de decifrar códigos, signos e sinais usados pelos alienígenas para se comunicar. O objetivo com esse filme é entender a mensagem que eles querem transmitir, ou seja, o propósito.
Vamos visualizar o trecho do filme para entendermos a importância da comunicação. Após tudo, uma das mensagens principais transmitidas por esse filme é que uma boa compreensão e comunicação podem evitar uma guerra ou um conflito.
Neste momento, a instrutora exibe um trecho do filme "A chegada" em que Louise segura uma folha com o escrito "Human" (Humana) para os alienígenas e ao longo do trecho traz reflexões sobre como entender a mensagem que eles estão transmitindo.
Ao retornar do trecho do filme, há um slide com a foto de Louise com o texto "Nós temos muitas maneiras de interpretar o que é dito. "Como decifrar uma mensagem que nos está sendo dita, através de uma língua que desconhecemos?".
Temos alguns pontos interessantes nesse trecho do filme:
A linguista do filme, Louise, tem como objetivo interpretar os sinais, traduzi-los e entender o motivo da visita dos alienígenas. Para isso, ela precisa explicar a diferença entre o propósito individual e coletivo, entender o propósito da chegada dos alienígenas e o que é uma intenção. Lembrando que a intenção será uma palavra bastante utilizada neste curso.
Louise também precisa ter um vocabulário suficiente para a comunicação e compreensão da resposta. Afinal, ela tem uma pergunta para os alienígenas, chamados no filme de "heptapodes". A pergunta é: "O que vocês vieram fazer aqui? Qual é o propósito da sua visita?".
O filme retrata alguns pontos interessantes e ações que Louise precisa tomar para traduzir a comunicação. Vamos utilizá-los em nossa lição. Mas lembre-se, o mais importante é entender a intenção da nossa comunicação, do nosso diálogo e das nossas palavras.
Para contextualizar e entendermos o enredo do filme mencionado, os personagens passam uma mensagem para Louise - a protagonista, que finalmente consegue decifrar todos os sinais. Embora exista um conflito de interpretação, opto por não revelar aqui o desfecho do filme.
Se você ainda não o assistiu, recomendo enfaticamente que o faça. Sendo assim, incluo este filme como material adicional de estudo para o curso. Para consolidar a simbologia da comunicação e da necessidade de tradução e compreensão da língua, Louise mencionou uma frase muito impactante no filme:
“A língua é o alicerce da civilização; é a cola que une as pessoas.”
O desafio, portanto, é demonstrar que esta comunicação e compreensão são a única maneira de evitar conflitos. Para que isso seja bem compreendido, é necessário paciência, tempo e prática. Desta forma, estou aqui enfatizando o que aprenderemos ao longo deste curso.
Para finalizar as reflexões associadas à língua e linguagem, vamos nos apropriar dessa frase que Louise nos deixa: "A língua é o alicerce da civilização; a linguagem, a comunicação, é a cola que une as pessoas".
Assim, é imprescindível entender que para uma boa comunicação, precisamos escutar e realmente ouvir o que as outras pessoas têm a nos dizer. Afinal, comunicação não é o que se fala, mas sim o que o outro entende.
Portanto, vamos iniciar este curso de comunicação, compreender a linguagem, a língua e, mais importante, nos ouvirmos.
Na próxima aula, falaremos sobre essa habilidade de escuta. Te espero no próximo vídeo!
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