Olá, sou Roberto Sabino, instrutor da Alura, e estou aqui para aprendermos sobre Gestão e Agilidade.
Autodescrição: Sou um homem de pele clara, rosto oval e olhos castanhos. Tenho cabelos castanhos curtos com alguns fios grisalhos e barba grisalha. Estou com uma camisa preta, sentado em uma cadeira também preta e uso um microfone de mesa. No fundo, a parede está com uma iluminação azul.
Esse curso é para você que já se vê começando a fazer gestão, ou que trabalha com gestão e precisa conhecer Agilidade. Também é para você que trabalha com desenvolvimento de sistemas e pensa em, um dia, trabalhar como uma pessoa gestora.
Conversaremos muito sobre agilidade e como ela influencia a gestão de pessoas, a posição da pessoa gestora e a liderança. Tudo isso é muito importante e para fazer isso, vamos explorar conceitos de agilidade pelo ponto de vista de uma pessoa gestora.
Entenderemos conceitos como:Scrum, que é um framework, e Kanban, que é um método que você provavelmente já ouviu falar. Ainda assim, não iremos nos aprofundar em nenhum dos dois, porque a ideia é passarmos por vários conceitos, conhecendo um pouco o que eles significam, sua origem e como eles podem influenciar a pessoa gestora. Aprenderemos temas como:
Como é a gestão com pouca hierarquia? Como seria uma empresa sem chefia? Pode ser que isso não aconteça, mas navegaremos entre uma hierarquia mais rígida, que víamos nas empresas do passado, e algo mais próximo de uma gestão mais colaborativa e aberta.
Esse curso foi desenvolvido para vocês terem uma aprendizagem ativa e utilizarem esses conhecimentos no seu dia a dia. Vocês poderão aplicar esse conhecimento na prática e poderão entrar em contato conosco pelo Discord da Alura e pelo Fórum do curso para aprofundarem ainda mais sua compreensão.
Eu sei que esse tema é muito desafiador e interessante, mas também sei que vocês querem ir para primeira aula. Então vamos começar esse estudo de gestão e agilidade junto comigo!
Nosso objetivo é explorar os conceitos de agilidade com uma visão mais voltada para gestão. Para você que atualmente é uma pessoa desenvolvedora e pretende trilhar caminhos de gestão de pessoas, tornando-se líder de uma equipe, essa visão é importante porque lideranças precisam entender conceitos técnicos.
Entretanto, não vamos nos aprofundar. A ideia é explorar os temas, passando por vários conceitos agilidade de modo contextualizado e entendendo alguns pontos importantes desse contexto. Ainda assim, vamos conhecê-los de forma relativamente rápida, mas bem tranquila.
Obviamente vou começar pelos princípios. Você que está trabalhando ou começará a trabalhar com agilidade, sempre vai ouvir falar sobre princípios.
Os métodos, metodologias e a própria agilidade têm princípios. Às vezes uma nova forma de pensar também traz princípios. Sempre precisamos observar os princípios, porque eles sempre estarão presente, independentemente do que estivermos fazendo.
Para realmente sermos ágeis, precisamos pensar, em primeiro lugar, na satisfação da pessoa cliente, que é a pessoa que receberá o produto ou utilizar o serviço, recebendo seu valor. Se não pensarmos primeiramente nessa pessoa, não estamos com uma mentalidade ágil, porque isso é muito importante.
A maioria dos conhecimentos que vou apresentar são um pouco óbvios, e já ouvimos falar sobre isso, mas quero que vocês parem para pensar sobre esses pontos como algo real. Será que vocês realmente pensam na satisfação da pessoa cliente em primeiro lugar?
Será que, na verdade, vocês não pensam em qual é a forma mais fácil de resolver um problema ou implementar uma nova funcionalidade em um produto? Se pensam assim, não estão pensando primeiramente na pessoa cliente.
Às vezes a pessoa cliente nem quer essa funcionalidade. Pensar primeiro na pessoa cliente pode facilitar nossa vida, porque percebemos que, às vezes, uma coisa complexa não faz sentido para pessoa cliente e não precisamos fazer.
Esse é um princípio muito básico para agilidade e vocês podem saber, mas será que vocês aplicam isso no dia a dia? Suponham que vocês estão no final de uma entrega e a pessoa cliente liga e avisa que quer algo diferente.
A primeira reação será a alegria pela possibilidade de entregar mais valor para pessoa cliente ou o desânimo de mudar algo que estava quase pronto? Mesmo quando não verbalizamos, o que pensamos primeiro? Por isso precisamos refletir um pouco sobre isso. Precisamos receber bem as alterações.
Ao invés de deixar para entregar tudo no final, entregar pequenas etapas concluídas, sempre entregando algum valor para pessoa cliente.
Não preciso falar muito sobre esse princípio, porque trabalharemos com ele ao longo de todo o curso. Precisamos aprender a como colaborar, pensando mais no todo do que em nós. Será que pensamos na possiblidade de termos uma promoção ou no resultado do time como um todo?
Na minha percepção, esse é um dos princípios mais difíceis de tangibilizar, porque a motivação é muito subjetiva. O que motiva uma pessoa não é a mesma coisa que motiva outa. Isso abre possibilidade para uma discussão grande e saudável sobre motivação, mas precisamos que cada indivíduo do time esteja motivado.
É quando as pessoas estão conversando e prestando atenção umas nas outras, refazendo seus próprios pensamentos. É diferente quando entramos em uma discussão com uma ideia pronta e qualquer coisa que as outras pessoas falam nós rebatemos.
Trabalhando no dia a dia com equipes ágeis, eu percebo que a comunicação ativa é muito difícil de conseguir. Se acharem que é fácil e que seu time já tem, alguma coisa está se perdendo. Não é fácil ter um time que se comunica de forma ativa.
Precisamos de uma medida de progresso que mostre o que estamos fazendo e onde estamos chegando, ao invés de uma simples suposição de estarmos no caminho certo.
Nesse caso, sustentável significa ter uma forma de trabalhar que podemos manter por muito tempo. Também não é tão simples quanto parece.
Significa estar constantemente estudando e melhorando, entendendo novos conceitos. Para isso, precisamos pensar um pouco em onde queremos chegar como equipe com o nosso produto.
Esse também é um princípio bastante difícil de se ver no dia a dia. Pensar e escolher um jeito mais simples de fazer uma tarefa pode ficar bem próximo de fazer algo malfeito, mas ainda é bem-feito.
Isso é muito difícil de atingir. Normalmente tendemos a complicar muito as coisas para conseguirmos entregar uma funcionalidade. Eu posso dizer que tenho vários exemplos desses, que vou trazer ao longo do curso. Às vezes esquecemos dos princípios e isso não é nada bom.
Essa é uma das maiores armadilhas do cotidiano: achar que se não tem chefia é auto-organizado. Errado. Achar que se cada um faz o que quer, é auto-organizado. Errado.
Precisamos pensar em uma equipe auto-organizada, e não que cada um fará o que quiser. Por outro lado, como conseguimos atingir esse princípio? Para termos equipes auto-organizadas, precisamos de equipes fixas, com pessoas que não trabalham em vários projetos e produtos ao mesmo tempo.
Isso não é tão fácil no dia a dia, então precisamos entender os princípios como algo a ser atingido, ou algo para tentarmos fazer, porque a realidade pode nos proibir algumas vezes. É possível trabalharmos em uma empresa onde precisamos participar de três projetos ao mesmo tempo e tem várias reuniões, deixando tudo "corrido".
Eu sei que a vida é assim, eu conheço essa realidade, porque eu trabalho em equipes ágeis também. Porém, não podemos afirmar que, por causa disso, é impossível observarmos os princípios.
Muitas vezes podemos fazer pequenas mudanças que nos ajudam a chegarmos perto de um princípio, como o de equipes auto-organizadas. Entretanto, pode ser bastante difícil, porque as empresas normalmente têm hierarquias, que também precisam ser levadas em consideração.
Por isso o 12º princípio é a reflexão regular de melhoria. Precisamos sempre pensar em alguma coisa que possa melhorar um pouco, mais ou menos como a filosofia kaizen: melhorando um pouco a cada vez.
Não precisamos tentar mudar tudo de uma vez, atuando de uma forma completamente diferente de como você faz hoje. Podemos, a cada nova interação, nova reunião, novo trabalho e novo produto, fazer algo um pouco melhor. Dessa forma, ao longo do tempo a melhoria será bastante significativa.
Esses são os doze princípios contidos no Manifesto Ágil, que foi publicado em 2001. Algumas pessoas podem dizer que esse manifesto é antigo e que as pessoas não trabalham mais com ele. Eu discordo, porque acho que precisamos conhecer o Manifesto Ágil, mas concordo com o ponto de vista de que não deveríamos considerá-lo como uma regra imutável.
Realmente ele foi criado há algum tempo e algumas coisas evoluíram, mas podemos pensar nesses princípios e os utilizar. Até porque a maioria dos métodos e metodologias, mesmo as mais novas, utilizam esses princípios, que são muito gerais. Portanto, não faz mal considerá-los, desde que vocês os entendam bem e consigam ajustá-los para sua realidade.
Espero que até o final deste curso vocês consigam compreender que, na sua realidade, algumas coisas são possíveis e outra não, e que podemos evoluir lentamente. Dessa forma, ao final, teremos uma grande melhora, mesmo que tenhamos um grande caminho a trilhar.
Avançando um pouco a cada aula e a cada vídeo, ao final teremos uma grande melhora da nossa percepção sobre como usar a Agilidade no nosso dia a dia.
Poderíamos dizer que a agilidade começa com o Manifesto Ágil, o que é uma meia verdade. A agilidade já começava a acontecer quando, em determinado momento, pessoas importantes do mundo do desenvolvimento de software combinaram de fazer uma manifestação bastante significativa.
Pelo nome das pessoas, entenderemos depois que teve um significado muito grande. Essa pessoas escreveram os 12 princípios que aprendemos no vídeo anterior e, além disso, escreveram 4 valores.
Inicialmente, esses valores tinham mais a ver com desenvolvimento de software, mas eles começaram a ser generalizados com o passar do tempo, sendo utilizados em outras áreas.
O primeiro desses valores diz que indivíduos e interações são mais importantes que processos e ferramentas. Portanto, as pessoas e as relações entre elas devem ser mais importantes e terem mais valor do que processos e ferramentas.
Observação: Aprenderemos sobre duas coisas diferentes: interações e iterações. Iterações são retornos a etapas de um processo a fim de melhorias, ou seja, um processo iterativo. Interações que são os contatos de comunicação entre indivíduos.
Esse valor causou bastante confusão no mundo do desenvolvimento de software no começo do uso da agilidade, porque entenderam que processos e ferramentas não eram necessários, o que não é verdade. Demoramos para entender que a ideia é sutil: há valor em processos e ferramentas, precisamos deles e iremos usá-los, mas os indivíduos e interações são mais importantes.
Vamos pensar isso no nosso dia a dia. Imaginem que perguntamos para uma pessoa do nosso time se houve avanço em uma determinada atividade e ela responde para conferir em uma ferramenta. Ao fazermos isso, colocamos na ferramenta o peso de resolver o princípio da comunicação ativa.
Aplicando o princípio da comunicação ativa nesse exemplo, ao perguntarmos sobre uma determinada atividade para pessoa responsável, ela explicaria quais foram os últimos avanços e se oferece para analisar as anotações da ferramenta junto conosco. Notem que a ferramenta é importante e tem seu papel, mas a comunicação e os indivíduos vêm primeiro.
Até porque o time precisa criar conexões e as pessoas precisam confiar umas nas outras dentro do time. Embora isso não esteja nos princípios e seja uma definição do Scrum, é consenso de que os times não podem ser muito grandes, existindo variações nesse limite.
Atualmente se fala de 9+1, sendo o 1 a pessoa PO (Product Owner). Então uma equipe com 10 pessoas terá problemas de comunicação, porque isso é normal e inerente ao ser humano, mas esses problemas podem aumentar muito em equipes maiores.
Por isso, precisamos pensar na interação como mais forte do que as ferramentas, diminuindo o problema de dificuldade de comunicação, que é inerente ao ser humano.
O segundo valor diz que o software em funcionamento é mais importante que uma documentação abrangente, e quero trazer algumas evoluções nesse valor. A primeira é que não precisa ser um software, pode ser um produto em funcionamento ou serviço sendo prestado. Essas alterações já existem.
E o que quer dizer ser mais importante que uma documentação abrangente? Na época em que o Manifesto Ágil foi criado, tinha-se a ideia de que era necessário uma extensa documentação antes de fazer o software.
Essa mudança de pensamento é muito importante para o mundo do desenvolvimento de software, e pode ser levada para outros negócios e setores, como o administrativo. No caso, percebeu-se que é mais importante começarmos a fazer o produto ou serviço do que ficar construindo uma ideia teórica de como será esse produto ou serviço.
Isso que precisamos entender: houve uma mudança de pensamento onde a ação e as entregas frequentes são mais importantes do que ficar pensando na teoria de como algo funcionaria. Precisamos ter essa ideia bem clara, principalmente quem está fazendo gestão de times e tem a responsabilidade de fazer a equipe avançar.
A colaboração com o cliente precisa ter uma importância maior do que a negociação de contratos. Eu acho isso bastante óbvio e percebo que as pessoas sabem que isso é verdade. Quando colaboramos com a pessoa cliente temos mais resultados do que quando falamos que só atenderemos a um pedido se essa pessoa fizer alguma coisa em troca.
Eu, Sabino, trabalhei muito tempo em mercado financeiro com pessoas bastante estressadas, porque essa é uma área estressante. Essas pessoas estavam acostumadas a terem problemas para conversar com as pessoas clientes, então iam com vários contratos. Eu trouxe uma visão diferente que, em um primeiro momento, até as pessoas clientes acharam estranhas.
No caso, eu mostrei para as pessoas clientes que elas estavam comigo no projeto, porque eu estava fazendo o sistema para elas, então elas também tinham responsabilidades e poderiam tomar decisões junto comigo. A princípio, as pessoas clientes não queriam fazer isso, elas preferiam receber o sistema pronto e dizer se estava ou não ruim.
Isso acontece com qualquer produto. Para termos a pessoa cliente ao nosso lado, precisamos colaborar com ela, dando a opção de ela ter voz ativa e contribuir, mas deixando claro que existe uma responsabilidade conjunta. Funciona demais!
Na experiência que eu comentei com vocês, quando dava algum problema no sistema, o que era raro, e era uma pessoa cliente de algum colega, ela ligava reclamando. Quando era comigo, já tinham uma atitude de colaborar para resolver o problema junto comigo.
Inclusive, a alta gestão teve dificuldade para entender essa proximidade e facilidade no trato com a pessoa cliente, e isso era porque eu tinha colaborado com essa pessoa. Isso é fundamental.
Eu ainda não vou contar nenhum relato para esse valor, mas vou deixar uma provocação realista: provavelmente vocês não estão preparados ou preparadas para responder mais às mudanças do que que seguir um plano. Isso precisa de muito treino e precisamos entender que existe a necessidade de fazer um plano, mas precisamos estar adaptáveis às mudanças.
Entenderemos isso melhor ao longo do curso, mas é importante refletir: vocês estão se adaptando às mudanças ou apenas estão tentando manter o plano que já existia? A maioria das pessoas prefere ou tem mais facilidade em seguir um plano.
Precisamos treinar e aprender a tentar responder às mudanças. Entenderemos isso melhor a seguir.
O curso Gestão Ágil: explorando conceitos da agilidade possui 128 minutos de vídeos, em um total de 32 atividades. Gostou? Conheça nossos outros cursos de Agilidade em Inovação & Gestão, ou leia nossos artigos de Inovação & Gestão.
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