Olá! O instrutor da Alura, Roberto Sabino, vem falar sobre governança de TI.
Autodescrição: Roberto Sabino é um homem de pele clara, rosto oval e olhos castanhos. Tem cabelos castanhos curtos e barba grisalha. Está com uma camisa preta, sentado em uma cadeira também preta e usa um microfone de mesa. Ao fundo, uma parede azul sem decorações.
O que é a governança de TI? Para que serve a governança de TI?
Se você trabalha no dia a dia com tecnologia e desenvolvimento, provavelmente você é afetado pela governança de TI ou tem que definir a governança de TI.
Este curso serve para todas as pessoas que de alguma forma estão envolvidas com projetos de tecnologia ou produtos muito tecnológicos e que precisa entender porque existem esses padrões de governança.
O que vamos aprender neste curso?
Vamos entender a perspectiva de gestão de programas, projetos e produtos. Ou seja, o que a governança tem a ver com meu projeto de desenvolvimento de sistemas ou o ciclo de vida de um produto de tecnologia?
Normalmente não percebemos essas questões no dia a dia, mas estão lá presentes. Faz muita diferença compreender conceitos de governança na hora de desenvolver um sistema, trabalhar em um produto de software e até ao trabalhar em uma empresa de tecnologia ou negócios.
Atualmente, as empresas têm os negócios e a tecnologia unidos de uma forma que é quase impossível separar um do outro.
Por isso, governança de TI é fundamental para qualquer empresa na atualidade.
Esse curso foi pensado para que você tenha uma aprendizagem ativa. Você terá oportunidade de entrar em contato com esse conhecimento de uma forma mais aprofundada através do fórum e Discord.
Também vamos trabalhar com itens do dia a dia por meio da descrição de cenas que acontecem dentro das empresas e observação de casos do cotidiano que realmente podem te ajudar ao tomar uma decisão no seu trabalho.
Agora é só começar. Te esperamos na primeira aula!
Podemos dizer que começamos uma segunda parte da nossa formação. Isso porque vamos mudar de foco: saindo da parte estratégica e entrando no dia a dia.
Como isso vai funcionar? Já sabemos que um sistema de governança fala sobre como a empresa pode atingir objetivos de longo prazo, ter sustentabilidade ao longo do tempo e como as pessoas podem trabalhar de uma forma mais sustentável.
Mas, chegou o momento de conhecer a parte do sistema de governança que fala do dia a dia, isto é, da gestão de projetos, programas e produtos. Vamos trazer o conhecimento que já temos do sistema de governança, mas focando mais no dia a dia.
Vale a pena recapitular a diferença entre governança e gestão.
O sistema de governança compreende objetivos de governança e objetivos de gestão.
A governança diz respeito a coisas mais estratégicas relativas à diretoria e alta administração. São formas mais estratégicas de encarar a organização e objetivos de longo prazo.
Para que isso aconteça, precisamos gerir o dia a dia, ou seja, fazer a gestão do dia a dia. Por isso, a palavra gestão está normalmente ligada ao controle das coisas que fazemos no dia a dia.
Mas, tudo isso está dentro de um sistema de governança. Se você buscar os frameworks mais conhecidos de governança no mercado, você vai perceber que vão falar sobre governança e gestão.
Nesse curso, vamos começar a fazer uma mudança de foco, mas precisamos entender algo importante.
Normalmente, quando temos empresas pequenas, as equipes, pessoas desenvolvedoras e analistas de negócio falam diretamente com quem é responsável pela empresa, a figura de CEO. Às vezes não existe nem esse nome de CEO.
São quatro ou cinco trabalhadores e todo mundo se fala. A empresa é muito ágil e trabalha muito rápido. Com isso, a empresa começa a entregar valor e a crescer.
Quando a empresa cresce, ela começa a necessitar de mais gente, as equipes ficam maiores e começa a ficar mais difícil de controlar o dia a dia. É preciso começar a fazer gestão.
A necessidade de fazer essa gestão aparece primeiro no dia a dia do que na governança, já que a governança é estratégica.
Com o crescimento da empresa, é necessário pensar em um sistema de governança.
Mas, normalmente, começamos por ações de gestão - seja gestão de projetos, gestão de produtos, frameworks ou métodos. Essas ações nos ajudam a organizar o dia a dia.
Com isso, a empresa cresce ainda mais e precisa de padronizações no seu objetivo. Isso é um sistema de governança.
Mas, esse curso não é sobre governança de TI?
Sim. Porém, atualmente as empresas começam a ter tecnologia e negócios tão unidos que muitas vezes não é possível separar quem é pessoal de negócio e quem é pessoal de tecnologia.
Por isso, embora vamos estudar governança de TI, muitas vezes vamos remeter a conceitos de governança no geral.
Mas, o que vamos fazer nesse curso para focar mais em governança de TI?
Vamos aprender a como gerir ativos de tecnologia em empresas de médio e grande porte.
Vamos falar somente sobre empresas de médio e grande porte, porque uma empresa pequena normalmente não precisa de governança e gestão. Empresa menores têm uma agilidade natural e não adianta colocar muitos padrões porque vai tirar a produtividade desse negócio.
Mas, o que é um ativo de TI?
Vamos considerar uma startup que começou a desenvolver um aplicativo. Esse aplicativo leva dinheiro para a empresa, logo é um ativo.
Só que é um ativo de tecnologia e, por isso, é intangível. Ou seja, você não consegue pegá-lo com a mão. O seu produto não é o celular, mas sim o aplicativo que pode ter uma versão para acessar no desktop, notebook ou até no tablet.
Portanto, é um ativo que chamamos de intangível. É por isso que a governança de TI tem que focar mais nas tecnologias e ativos que são intangíveis.
Mas, como montar essa gestão em empresas de médio e grande porte? O que temos que gerir? Quais são as coisas que precisamos nos atentar? É isso que vamos aprender nesse curso.
Quais são os pontos mais importantes: gestão de projetos, produtos ou informações? Como trabalhar com documentação? Vamos conversar sobre tudo isso para entender como gerir ativos.
Para facilitar, vamos sempre pensar em um exemplo de governança de software - seja aplicativo, sistema ou site. Porque essa é o ativo mais difícil de identificar, gerir e trabalhar com ele. Dessa maneira, conseguimos entender os outros mais facilmente.
Por exemplo, a empresa é grande e temos que gerir os computadores, notebooks e smartphone das pessoas colaboradoras. São ativos de tecnologia? Sim, mas são físicos, por isso, é mais fácil geri-los.
Em razão disso, nossos exemplos vão ser normalmente sobre sistemas.
Ainda que você não conheça muito bem desenvolvimento de sistemas, vamos trabalhar com enfoque maior em gestão e isso vai servir para todos os pontos.
Outra questão importante para se prestar atenção é: a agilidade da empresa tende a diminuir conforme a empresa cresce. Em outras palavras, quanto maior a empresa, maior a possibilidade de ter burocracia e maior a necessidade de uma gestão.
Muitas vezes, a pessoa que trabalha em uma empresa que está crescendo vai falar "antigamente era mais fácil fazer as coisas". Isso é verdade, mas não tem como fugir que o crescimento da empresa demanda organização, gestão e governança.
Vamos entender esses pontos mais adiante e vamos exemplificar nitidamente porque a empresa começa a ficar um pouco mais lenta e difícil de trabalhar, mas que é uma etapa necessária.
Precisamos pensar em sustentabilidade, essa palavra vai nos acompanhar de agora para frente.
Vamos trabalhar com o porquê precisamos gerir tecnologia da informação.
Atualmente, as empresas estão mais tecnológicas e a tecnologia faz muito mais parte dos negócios.
Por exemplo, vamos pensar em como fazer um backlog pela perspectiva de alguém que é da tecnologia.
O backlog é um termo do framework Scrum que denomina a lista das tarefas que você tem que fazer para construir um produto ou projeto.
Se você tiver dúvidas sobre backlog, você pode checar algum dos conteúdos de Scrum da plataforma Alura.
Vamos supor que começaremos a adquirir uma nova ferramenta, construir um aplicativo ou site. Ao pensar em como montar esse backlog, desencadeamos algumas questões:
Você pode dizer que a melhor ferramenta é o Jira e o melhor formato é história de usuário. Mas, alguém da empresa em que você trabalha diz que a melhor ferramenta é o Azure e o melhor formato é uma especificação do jeito mais antigo. Outra pessoa opina que o melhor formato é UML e precisamos de uma ferramenta que suporte esse formato.
Cada pessoa tem uma ideia e quer fazer de um jeito. Isso não vai ser bom.
Por isso, temos o nosso sistema de governança e os objetivos de gestão. Assim, vamos definir qual melhor ferramenta e formato para a empresa com base em motivos preestabelecidos.
Isso significa que todo mundo tem que fazer tudo no mesmo jeito dentro da empresa?
Claro que não. Porque talvez em um determinado projeto de uma área é de um jeito, mas no projeto de outra área é diferente. Então, precisamos saber as diretrizes dos tipos de ferramentas usadas em cada projeto. Por isso, precisamos gerir tecnologia.
Já entendemos que os objetivos de gestão estão dentro do sistema de governança. Quando falamos de governança de TI, falamos de padrões, ferramentas e gestão de ativos próprios.
Vamos imaginar algumas situações. Por exemplo, precisamos de licenças para usar o Microsoft Office ou Office do Google. Normalmente, as licenças não são gratuitas para usuário do tipo empresa.
Quem vai cuidar dessas licenças? Ou seja, quem vai fazer a gestão de quantas licenças e pessoas usuárias temos? Precisamos de alguma ferramenta para ter um cadastro de pessoas usuárias, por exemplo.
Ainda que decidamos fazer na própria plataforma do Google, alguém precisa saber dessas informações e ser responsável por dar entradas nos dados. Isso também faz parte de um sistema de governança de TI.
Quando houver um problema, qual equipe vamos acionar? Quem devemos procurar?
O contexto de uma empresa média é diferente de uma empresa grande, como uma multinacional gigantesca. A maioria de nós trabalha em uma empresa média, mas em uma empresa grande o nível de gestão fica ainda mais complexo.
Por exemplo, você tem um problema na sua máquina do dia a dia: seu teclado parou de funcionar. Como fazer para acionar alguém para fornecer um novo teclado ou consertar o antigo? Como entrar em contato com essa equipe?
Esse contato precisa ser fácil para você, pois você não pode ficar sem trabalhar porque não tem um teclado. Também faz parte da governança de TI.
Quais impactos vamos prever? E quais impactos vão acontecer ao trabalhar com tecnologia?
Por exemplo, temos uma ferramenta onde todas as pessoas pegam as informações do dia a dia. Suponha que para fazer uma manutenção precisamos derrubar a ferramenta por um dia.
Quais serão os impactos? É preciso ter um mapa de quais são esses impactos e a governança de TI pode te ajudar nisso também.
Existem outros pontos nos quais vamos nos aprofundar futuramente.
Mas, saiba que a definição de requisitos de um novo projeto também faz parte de um sistema de governança de TI.
Inclusive, os requisitos são extremamente detalhados dentro dos principais frameworks de governança. Afinal, os requisitos de um projeto podem ser úteis no futuro para um novo projeto, novo produto ou pessoa usuária.
Outro motivo pelo qual vamos fazer gestão de tecnologia é o foco em projeto, produto e serviço. Devemos saber qual é a abordagem é, se temos as três abordagens ou se tem diferentes abordagens possíveis em departamentos diferentes.
A governança deve ser adaptável.
Mas, você trabalha em empresa muito grande e no seu dia a dia tem que fazer algo em um formato que você não acredita por obrigação. Por isso, pensa que a governança não é adaptável, é uma prisão.
A verdade é que não podemos ter uma governança totalmente adaptável, porque senão ela não governa. Se cada pessoa quer fazer as coisas da sua maneira, não haverá gestão.
As empresas pequenas podem até trabalhar um pouco dessa maneira, onde cada pessoa faz do seu jeito. Mas são poucas pessoas. Dá para corrigir por meio da conversa ou de uma reunião - enquanto em uma empresa multinacional já é mais complexo.
A governança tem que ter um nível de adaptação, mas esse nível depende do tamanho da empresa e da condição dos projetos. Por vezes, precisamos entender os motivos pelos quais o nosso sistema de governança é do jeito que é antes de reclamar.
Mas, vamos entender isso melhor mais adiante.
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