Paulo: Olá, sou Paulo Silveira, CEO da Alura. Fui convidado a participar desse primeiro curso da formação Java! Sou um homem branco, estou usando uma camiseta preta da Alura, uso óculos e tenho barba e cabelos pretos e curtos.
Estou aqui com a Jaque. Tudo bem?
Jacqueline: Oi, Paulo! Tudo bem? Eu sou a Jacqueline Oliveira, instrutora aqui na Alura. Sou uma mulher branca, tenho cabelos louros e estou vestindo a camiseta de cor azul-marinho da Alura.
Estou muito feliz em acompanhar as pessoas estudantes nessa jornada pela linguagem Java. Essa linguagem, que é tão utilizada no mercado e transforma a carreira de tantas pessoas desenvolvedoras. Vai ser um prazer acompanhar você nesses primeiros mergulhos.
Paulo: Jaque, acho que mais importante para esse primeiro curso, além de escrevermos nossas primeiras linhas e entendermos as instruções principais, aprender como fazer laços, como são as variáveis tipadas. Vamos também entender o ecossistema Java, o que é a máquina virtual e onde está cada coisa.
O Java foi uma dessas primeiras linguagens que revolucionou mais como plataforma do que como linguagem. É por aí?
Jacqueline: Exatamente. Existe essa questão de, às vezes, as pessoas não entenderem se é uma plataforma ou se é uma linguagem. Vamos falar sobre isso aqui e explicar para você. Apesar do mito de que é difícil programar em Java, você verá que é tranquilo e você vai adorar nos acompanhar neste curso.
Paulo: Espero que você mergulhe com a gente. Porque Java é um dos pilares da Alura! É uma das linguagens/plataformas de onde nossa empresa nasceu há uma década.
Agora, vamos reformular o ensino de Java, com profundidade e com a nossa metodologia que já é conhecida no Brasil inteiro. Vem com a gente!
Paulo: Jaque, chegou o momento em que já queremos escrever a primeira linha de código.
Mas, diferente de algumas linguagens que têm editores bem mais simples que já são famosos, por exemplo, o JavaScript precisa usar o Visual Studio Code, o Python precisa usar o Jupyter Notebook. No Java as IDEs, os editores, são outros.
Além disso, precisamos instalar mais coisas. Pois precisamos de ferramentas para rodar e até compilar, como vamos entender um pouco mais adiante.
O que nós precisamos, nesse instante, para poder trabalhar com Java?
Independentemente se vamos trabalhar em um servidor na web, que costuma ser onde tem a maioria das vagas, ou em coisas correlacionadas onde o Java é usado.
Jacqueline: Primeiro, precisamos baixar o nosso kit de desenvolvimento. As pessoas desenvolvedoras precisam desse ferramental como você falou.
Para começar, acessaremos o site da Oracle na seção de download do Java.
Paulo: A Oracle é a empresa que está por trás do Java – é mais do que ela, sabemos que tem um consórcio de empresas, mas a principal é a Oracle – Assim como do .NET a principal é a Microsoft.
Jacqueline: Exatamente, desde 2009 a Oracle está por trás do Java. E assim que entramos na página de download do Java no site da Oracle, vemos que tem muita informação diferente. Temos um botão para "JDK", outro botão para "JRE", isso costuma gerar dúvidas sobre qual download devemos fazer.
Temos os botões "JRE for Consumers" e "Open JDK Early Access Builds".
Então, são dois perfis, o "JRE for Consumers" que vai apenas executar a aplicação Java, o consumidor, que vai precisar somente daquele ambiente de execução, que virá com uma máquina virtual — em breve falaremos sobre ela — e algumas bibliotecas básicas para que seja possível executar a aplicação.
Mas nós precisaremos de mais do que isso. Precisaremos de ferramentas, compilador, depurador, etc. Precisaremos do Java Development Kit (kit de desenvolvimento) ou JDK.
Nessa página, apareceu a versão 19 e a versão 17 do Java. Costumamos optar por versões que terão suporte a longo prazo, são as famosas versões LTS (Long-term support).
No nosso caso, vamos selecionar o Java 17. Em seguida, ele dá as opções de sistema operacional, eu estou usando o Windows aqui. Vou selecionar "Windows" e clicar no link da opção "x64 MSI Installer".
No meu caso, já tenho ele instalado, não vou fazer esse download. Mas para quem está nos assistindo, é só selecionar o seu sistema operacional e fazer o download.
Paulo: Curioso que o Java tem várias versões. Durante a nossa formação inteira e neste curso, sempre tentaremos deixar óbvio para você que está aprendendo e codificando coisas como "Isso aqui é um recurso da linguagem que entrou a partir do Java 11", por exemplo.
Obviamente tentaremos pegar o que é mais utilizado na linguagem. Nesse instante não se preocupe em qual versão é a melhor para desenvolver. Com o tempo isso vai ficar mais óbvio para você e você vai se sentir confortável com isso.
Jacqueline: Exatamente. Também vamos deixar bastante material complementar falando sobre as versões e explicando em detalhes sobre o histórico do Java.
Paulo: Depois de fazer o procedimento de instalação do JDK, onde vamos escrever uma linha de código? Quais são as possibilidades e o que usaremos nesta formação?
Jacqueline: Após instalar a JDK, precisaremos do ambiente de desenvolvimento, para termos uma ferramenta que nos auxilie e possamos nos concentrarmos na regra de negócio, na lógica do negócio, no que de fato precisamos trabalhar.
Paulo: É algo como um editor de código?
Jacqueline: Sim, exatamente. Vamos usar uma das IDEs mais utilizadas atualmente por desenvolvedores Java: IntelliJ IDEA.
Paulo: IntelliJ é de uma empresa muito incrível do Leste Europeu. Polônia, Rússia e Ucrânia. Um pessoal muito genial porque, pensa só, na época em que o IntelliJ apareceu havia outros competidores muito importantes, como NetBeans da Oracle e o Eclipse que é open-source, que ainda dão usados, mas vamos usar o IntelliJ porque é o que a maior parte do mercado usa.
Isso não quer dizer que é a melhor ou pior IDE. Uma curiosidade é que aqui na Alura grande parte do back-end é em Spring e Java, depois tem outros sistemas em Ruby e outras linguagens de programação. Mas grande parte é em Java e Spring. E a maioria das pessoas que desenvolvem aqui com Java, usa o IntelliJ.
Isso não quer dizer que é uma recomendação. Inclusive, eu e a Jaque já participamos de outros eventos na Alura e usamos outros editores mais simples.
Sobre a sigla IDE (Integrated Development Environment), isso é tipo um editor de texto de código mais robusto do que um simples editor como o Notepad ou o Sublime. Uma IDE já consegue rodar servidor, mandar coisas para o GitHub, puxar coisas de outro lugar, está integrado com o tal do Maven, etc.
Jacqueline: Exatamente.
Paulo: É óbvio que você que está estudando com a gente pode optar por outro. Mas para nos acompanhar e tirar dúvidas no fórum, o ideal seria usar o mesmo. Mas é uma opção sua.
Jacqueline: Continuando, ao entrar na página de download do IntelliJ, veremos que existem duas versões, a Ultimate, que é uma versão paga e tem mais recursos, e a versão Community Edition, que é uma versão que nos atenderá muito bem e é uma versão gratuita.
Ele exibe um comparativo entre as duas versões, são alguns plugins de diferença.
Podemos fazer o download de Community Edition e começar a instalação também de forma simples. Quando finalizar a instalação, estaremos prontos para fazer nosso primeiro programa em Java.
Paulo: Ótimo. Vamos considerar que fiz o download do Java e do IntelliJ. E agora? Basta rodar o IntelliJ ou rodo o Java? Como fazer para escrever o primeiro "Olá, mundo"?
Jacqueline: Para isso, vamos primeiro abrir o IntelliJ, ele vai fazer a integração e facilitar nossa vida. No próximo vídeo veremos como fazer!
Jacqueline: A primeira vez que abrimos o IntelliJ vai ter mais ou menos essa aparência, dependendo da versão.
Podemos ou abrir um projeto ou iniciar um novo projeto. Então vamos clicar na opção "New Project".
Ele vai abrir uma janela em que devemos inserir o nome que queremos para esse projeto. Vou escrever "primeiroprojeto" e a pasta podemos nomear como "programa".
Já vai ter uma caixa de seleção para criar um repositório do GitHub para esse projeto, "Create Git repository". Vamos deixar essa caixa de seleção selecionada.
Em seguida, podemos escolher a linguagem. No caso, vamos deixar o Java selecionado. Também temos a opção do sistema de build, falaremos um pouco sobre isso quando estivermos falando sobre compilação.
Por enquanto, vamos deixar o IntelliJ selecionado nesse campo de build system. Mas conforme você for evoluindo nos estudos, verá que muita coisa já está pronta.
Depois, vamos informar qual JDK que vamos usar. No meu caso, só tenho instalada a JDK 17, vamos selecioná-la.
Vai aparecer para você todas as JDKs que você tem instaladas e você escolhe.
Paulo: Pode acontecer, por exemplo, que você precise usar a 11. Porque no emprego em que você está só usam a 11 e não deixam atualizar porque têm medo. O que é uma situação muito comum, não só em Java, não ficamos atualizando todas as bibliotecas o tempo todo. Principalmente em empresas grandes, porque pode causar alguns efeitos colaterais.
Jacqueline: Exatamente. Então, é muito comum termos várias versões da JDK instaladas na máquina.
Em seguida, temos a opção de já começar com um código de exemplo. Para isso, vamos selecionar a opção "Add sample code" (adicionar código de exemplo).
Podemos clicar no botão "Create". Ele vai criar o nosso projeto.
Agora temos uma visão geral do projeto. No painel à esquerda, onde temos a estrutura do projeto, é muito comum termos uma pasta chamada "src", que é uma abreviação para "source", em português "fonte", é onde temos o nosso código-fonte.
E, na tela de edição,temos o código exemplo da nossa primeira classe. Ele criou com o nome de Main
, ou seja, a classe principal.
Nossos arquivos em Java ficarão divididos em classes.
Observe que ele já criou para nós um comando e uma instrução:
public class Main {
public static void main(String[] args) {
System.out.println("Hello World!");
}
}
Paulo: Só pra recapitular, à esquerda temos a estrutura de diretórios do projeto, temos a pasta "src" com o arquivo Main
, logo abaixo temos o .gitgnore
que ele já preparou para o GitHub e tem também um arquivo primeiroprojeto.iml
, "iml" deve ser alguma configuração do IntelliJ mesmo.
Jacqueline: Exatamente. Inclusive, se quisermos ocultar esse painel lateral, podemos usar o atalho "Alt + 1". Assim conseguimos focar a visão no código.
Paulo: Vale lembrar que a Jaque vai passar muitas dessas teclas de atalho para nós. Você não precisa decorar nenhuma. Mas, com o tempo, você vai ver que pode ser interessante usar algumas delas para facilitar o seu trabalho e realizar algumas coisas mais rapidamente.
Jacqueline: Analisando o código, podemos ver que temos uma instrução: System.out.println()
e dentro dos parênteses está escrito o "Hello word!".
Paulo: Já vamos trocar essa frase para o português, deixa "Alô mundo!".
public class Main {
public static void main(String[] args) {
System.out.println("Alô Mundo!");
}
}
Eu achei interessante que você já começou explicando esse System.out.println()
, que é o print do Java.
Em outras linguagens o print é mais curto, o Java costuma ter isso que algumas pessoas não gostam, ele é mais explícito no que está fazendo. Ele não está apenas dando um print, está dando um print no out
que está no System
. Depois vamos entender isso melhor.
Jacqueline: Vamos entender de onde está vindo cada uma dessas coisas.
Paulo: Não precisamos nos preocupar com isso agora.
Jacqueline: Agora só vamos nos concentrar no fato de que temos um método principal que vai iniciar a instrução, vamos colocar as instruções ali dentro e começar a brincar nesse miolo. E tudo está dentro desse bloco que está separado em chaves.
Para executar e ver alguma coisa acontecer, basta clicar no ícone da seta de "play" que está à esquerda do código. Vamos selecionar a opção "Run Main" para rodar essa aplicação.
Paulo: Depois que você clicou no "Run Main", ele abriu o terminal — ou console — onde ele exibiu a frase "Alô Mundo!".
Para rodar o programa e exibir o terminal podemos clicar na seta verde ou no menu superior "Run > Run Main". Outra opção é usar o atalho "Shift + F10".
Paulo: Em breve passaremos para variáveis, laços, condicionais e funções, mas no Java tivemos um pouco mais de passos do que costuma acontecer em outras linguagens, teve algumas coisas que foram geradas no meio do caminho.
Podemos pegar um momento para explicar o começo do que aconteceu aqui e até falar da tal da JVM, que não vimos mas ela está aí.
É aquilo que sempre falamos na Alura, ótimo saber como fazer mas em algum momento é bom saber o que está acontecendo por debaixo do panos. Senão começa a ficar difícil, quando por exemplo, caímos em uma situação um pouco mais complicada, podemos nos apavorar e dizer "Nunca vi isso, tem isso no Java?".
É claro que não vamos explicar tudo tão detalhadamente logo agora no começo. Que tal uma explicação curta sobre o que é a máquina virtual e o que aconteceu aqui quando executamos o "Alô Mundo" antes de passarmos para as condicionais?
Jacqueline: Ótima ideia. Vamos fazer isso. Roda aí o seu "Alô mundo" e, no próximo vídeo, vamos conversar sobre o que aconteceu em segundo plano aqui no IntelliJ.
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