Jacqueline: Olá! Boas-vindas ao curso de Spring Boot API. Sou a Jacqueline Oliveira, engenheira de software e instrutora na Alura.
Audiodescrição: Jacqueline é uma mulher de pele clara, cabelos longos e loiros e olhos escuros. Está com uma camiseta na cor azul-marinho. Ao fundo, uma parede clara com iluminação azul. À esquerda, uma prateleira com livros.
Iasmin: Oi, tudo bem? Eu sou a Iasmin Araújo, Scuba Team na Escola de Programação e também te desejo boas-vindas a mais um curso de Java!
Audiodescrição: Iasmin é uma mulher de pele clara, olhos verdes e cabelos longos na cor castanho-escuro. Está com uma camiseta preta, fone de ouvido branco e em uma cadeira gamer preta e branca. Ao fundo, uma parede lisa com a iluminação azul.
Jacqueline: Para esse curso, é muito importante que você já tenha concluído a formação Java com Orientação a Objetos.
Isso porque, o objetivo desse curso é trazer aprofundamento em novos recursos da linguagem, essenciais no dia a dia da pessoa back-end.
Iasmin: Nesse curso, criaremos um projeto utilizando Spring Boot.
Adicionaremos dependências no projeto, como o Jackson. E faremos o gerenciamento dessas dependências utilizando o Maven.
Vamos explorar as funções lambda e utilizar a API de streams do Java para fazer operações com coleções e manipular os dados de diversas formas.
Além disso, vamos relembrar alguns conceitos importantes, como interface, generics, API de datas e outras classes muito importantes no Java.
Jacqueline: Para isso, trabalharemos novamente com a Screen Match, uma aplicação de streaming de filmes e séries.
Atuaremos em uma aplicação linha de comando com foco nas séries. Assim, poderemos desenvolver melhor as coleções, considerando que uma série pode ter várias temporadas com vários episódios.
Iasmin: Por fim, teremos desafios no fim do curso para colocar em prática todo o aprendizado adquirido nas aulas.
Jacqueline: Além dos vídeos, atividades e desafios, você também tem acesso a outros recursos na plataforma, como o podcast, o Fórum e o canal no Discord.
Estamos ansiosas para começar. Vamos lá?
Jacqueline: Na formação de Java com Orientação a Objetos aprendemos fundamentos importantes, como buscar dados de uma API OMDb e trabalhamos essas informações e com coleções
Agora, nosso objetivo é continuar esse desenvolvimento, porém trabalhando com dados mais complexos.
Na formação, por exemplo, usamos os dados do filme Top Gun. Para as séries funciona da mesma forma, a diferença é que será mais trabalhoso.
Iasmin: Verdade, Jacque. Isso porque, além das informações gerais da série, também precisaremos trabalhar com as informações das temporadas e episódios.
Jacqueline: Ao escolhermos uma série, como Girlmore girls, e indicarmos na url a temporada, a aplicação já traz uma lista de episódios.
Durante o curso, trabalharemos com séries que possuem listas de temporadas e listas de episódios. Assim, vamos aumentando a complexidade do conteúdo.
O diferencial é que não criaremos o projeto com o Build System do IntelliJ. Usaremos frameworks, nesse caso o Spring e o Maven.
Iasmin: Como sabemos que chegaremos em um nível mais avançado, começamos com configurações de mesmo nível.
Jacqueline: Exatamente! O Spring é um framework muito utilizado por pessoas desenvolvedoras de Java no mercado.
Um framework é um conjunto de bibliotecas, ferramentas e convenções que facilitam o trabalho de desenvolvimento.
Isso porque abstraem acesso a banco de dados, tratamento de requisições HTTP, validação de dados, tudo para que possamos focar melhor no que é referente a regra de negócio.
Ao longo do curso perceberemos isso na prática. Começaremos com um projeto pequeno e em sequência acrescentaremos novos módulos do Spring para aumentar a complexidade.
Posteriormente, podemos pegar essa aplicação, que a princípio será de linha de comando, e transformá-la em aplicação web.
Isso se torna mais fácil quando já iniciamos com o framework, porque o Spring não é apenas para fazer API REST. Podemos fazer arquitetura de microservices, aplicação serverless, Batch. Há muito que se pode fazer com o Spring.
Iasmin: Começaremos fazendo um Spring sem web, é isso Jacque?
Jacqueline: Sim, essa é uma novidade. Todos conhecem o Spring web, aprenderemos agora o Spring sem web.
Para isso, no navegador, acessamos o site de inicialização Spring Initializr para criação de projetos Spring Boot. Nessa página, encontramos as configurações necessárias para iniciar o projeto de forma rápida.
Na página inicial, é preciso realizar algumas configurações para iniciar o projeto. Primeiro, escolhemos o tipo de gerenciador de dependências. Nesse caso, usaremos o Maven.
Em seguida, escolhemos a linguagem Java e escolhemos sempre a última versão.
Na época em que o vídeo foi gravado a última versão disponível era a 3.1.1.
Logo abaixo, encontramos os campos de preenchimento referentes aos metadados, ou seja, as informações do projeto. Preenchemos da seguinte forma:
Group: br.com.alura
Artifact: screenmatch
Name: screenmatch
Description: Primeiro projeto Spring sem web
Package name: br.com.alura.screenmatch
Packaging: Jar
Java: 17
Na lateral superior direita, encontramos o botão "Add Dependencies", mas não vamos adicionar nenhuma dependência agora, somente quando for necessário.
Após preencher essas informações, clicamos no botão "Generate", no canto inferior esquerdo. Em seguida, o Spring gera um arquivo compactado e realiza o download.
No nosso caso, foi gerado um arquivo chamado screenmatch.zip
. O próximo passo é recortar o arquivo apertando "Ctrl + X". Em seguida, colaremos em uma pasta do computador chamada "Curso".
Em seguida, clicamos com o botão direito na pasta e depois em "Extrair Tudo". Feito isso, teremos a pasta com a estrutura de um projeto Maven.
Abrimos o IntelliJ e na barra de menu superior, clicamos em "File > Open" e selecionamos o arquivo baixado.
A princípio, esse projeto tem uma estrutura de pastas Source
, Main
, Java
. Além disso, também encontramos a pasta principal com o nome completo da aplicação, uma parte de testes e o arquivo Pom.xml
.
Vale lembrar que disponibilizaremos todo esse material. Com o tempo, tudo se tornará mais simples e familiar, pois o trabalho com Spring será semelhante.
ScreenmatchApplication.java
Observe que o SreenmatchApplication
possui uma classe principal que tem o Public Static Void Main
. Esse é o ponto de entrada da nossa aplicação. Ele tem um Spring Application.run
que executará algo.
public static void main(String[] args) {
SpringApplication.run(ScreenmatchApplication.class, args);
}
Podemos executar essa aplicação de várias formas, como clicando na seta verde ao lado esquerdo de Public Static Void Main
e na barra de menu superior.
Optamos pela primeira opção, então clicamos no ícone de play na linha 9 e depois em "Run" para descobrirmos o que acontece ao rodar um projeto spring do zero.
No terminal, notamos que é exibido o Spring Boot, a versão, um log informando que a aplicação foi iniciada e o tempo de 7 segundos.
Como não temos nada implementado, tivemos como retorno uma mensagem de "process finish with code zero", ou seja, terminou com o código, isso indica que está tudo certo. Não há nada para ser feito, mas o projeto já está no ar, pronto para ser trabalhado.
Dissemos anteriormente que faremos uma aplicação de linha de comando. Para isso, na classe principal public class ScreenmatchApplication
, precisamos informar que ela implementa a interface de linha de comando.
Portanto, escrevemos implements CommandLineRunner
. Essa interface permitirá realizar algumas chamadas no método principal, semelhante ao que fazemos na formação de Orientação a Objetos, na qual o método main
realizava várias ações.
Quando uma interface é implementada, temos um contrato. Portanto, preciso implementar os métodos ainda não implementados, que nesse caso, é o run
.
Quando o método run
é implementado, o que o código indica que quando o public static void main
chamar o SpringApplication.run
, ele invocará esse método run
que estamos implementando.
**Iasmin: ** Esse método run
vai atuar como um método main
, pois faremos tudo que seria feito em um main
comum, como na formação anterior.
Jacqueline: Exatamente! Então, como primeiro passo, normalmente passaríamos um "Hello, World!". Nesse caso, faremos isso, porém faremos um System.out.println
informando Primeiro projeto Spring sem web
, este log será exibido no terminal.
@SpringBootApplication
public class ScreenmatchApplication implements CommandLineRunner {
public static void main(String[] args) {
SpringApplication.run(ScreenmatchApplication.class, args);
}
@Override
public void run(String... args) throws Exception {
System.out.println("Primeiro projeto Spring sem web.");
}
}
Executamos o código para verificar se está tudo funcionando corretamente. Repare que na lateral inferior direita é exibido no terminal "Primeiro projeto Spring sem web.".
Assim damos inicio ao nosso primeiro projeto Spring sem web!
Iasmin: Isso mesmo, Jacque! É interessante lembrar que no Spring Initializer, nós apenas clicamos em alguns botões e já tivemos um projeto bastante configurado, praticamente pronto para rodar.
Em seguida, para fazer o "Hello, World!", foi apenas necessário sobrescrever o método run
. É bem simples e tranquilo usar esses frameworks.
Jacqueline: O passo seguinte é começar realmente a modelar a aplicação e implementar a proposta de consumir séries, trabalhar com listas e coleções de temporadas, episódios e aumentar o escopo do nosso projeto.
Iasmin: Até lá!
Jacqueline: Iniciamos o projeto Spring. No entanto, precisamos consumir a API desejada para buscar os dados retornados em um formato JSON, similar ao que realizamos na formação anterior, mas com algumas particularidades.
Jacqueline: Como vamos consumir a API e trazer os dados, ou seja, um serviço, criaremos então um pacote de serviços chamado service
.
Para isso, no arquivo br.com.alura.screenmatch
, clicamos com o botão direito e depois em "New > Package". Nomeamos de service
.
Feito isso, criaremos uma classe que poderá consumir essa API e outras. Em service
, clicamos com o botão direito e depois em "New > Java Class". Nomeamos de ConsumoApi
.
Agora, precisamos usar métodos para fazer requisição e resposta.
Iasmin: Isso mesmo, Jacque! Da mesma forma que acessamos o navegador e digitamos a url, que é a requisição, agora precisamos fazer uma requisição e pegar a resposta, ou seja, o response
, para trabalhá-lo.
Jacqueline: Então, na classe ConsumoApi
, criamos um método público utilizando public String
e o nomeamos de obterDados
.
Para obter esses dados, precisamos de um endereço. Sendo assim, nos parênteses passamos o parâmetro String endereco
.
Como este código já foi mostrado anteriormente, disponibilizaremos sua versão completa nos materiais do curso.
Para otimizar tempo, copiamos e colamos o código abaixo:
package br.com.alura.screenmatch.service;
import java.io.IOException;
import java.net.URI;
import java.net.http.HttpClient;
import java.net.http.HttpRequest;
import java.net.http.HttpResponse;
public class ConsumoApi {
public String obterDados(String endereco) {
HttpClient client = HttpClient.newHttpClient();
HttpRequest request = HttpRequest.newBuilder()
.uri(URI.create(endereco))
.build();
HttpResponse<String> response = null;
try {
response = client
.send(request, HttpResponse.BodyHandlers.ofString());
} catch (IOException e) {
throw new RuntimeException(e);
} catch (InterruptedException e) {
throw new RuntimeException(e);
}
String json = response.body();
return json;
}
}
Jacqueline: Temos um HttpClient
, que pode ser considerado o cliente e o HttpRequest
, onde criamos uma URI para especificar para qual endereço faremos a requisição.
Depois, tentamos receber uma resposta. Para isso, o cliente enviará a requisição e receberemos essa resposta. Assim, o retorno do método devolve a String json, que é o corpo da resposta, o response.body()
.
Também temos os trycatch, o tratamento das exceções, porque pode ocorrer algum erro ao passar um endereço errado, por exemplo.
Jacqueline: Agora, consumiremos a API. Para isso, usaremos a classe principal.
Iasmin: A intenção será acessar o método run
e chamar essa classe ConsumoAPI
, certo, Jacque? Isso acaba tornando nosso código muito mais modularizado, de fácil manutenção e mais legível também.
Jacqueline: Exatamente. Então, começamos apagando a linha abaixo de public void run()
. No lugar, escrevemosConsumoAPI consumoApi = new ConsumoApi()
. Instanciamos a classe.
Feito isso, na linha abaixo, criamos uma variável com var json
, que já é conhecido por nossa inferência de tipo.
Iasmin: Inclusive, como temos vários ConsumoApi
repetidos, podemos utilizar o var
na linha de código acima, né?
Jacqueline: Verdade, Iasmin! Então, na linha acima, apagamos o ConsumoApi
e passamos var
. Assim a ferramenta reconhece que pelo new
estamos instanciando uma variável do tipo consumoApi
.
Feito isso, voltamos para o json
, que será igual à consumoApi.obterDados()
. Assim, será devolvido uma string que estamos passando na variável json
.
Nos parênteses, precisamos passar o endereço da série que queremos buscar.
https://www.omdbapi.com/?t=gilmore+girls&apikey=6585022c
Lembrando que, para se cadastrar no OMDB, é importante ter a sua própria API Key. Estamos utilizando uma chave gratuita que expira ao consultar muitos dados.
Copiamos esse endereço e passamos nos parênteses. Em sequência, queremos imprimir os dados adquiridos pelo json
, então escrevemos System.out.println(json)
.
//Código omitido
@Override
public void run(String... args) throws Exception {
var consumoApi = new ConsumoApi();
var json = consumoApi.obterDados("https://www.omdbapi.com/?t=gilmore+girls&apikey=6585022c");
System.out.println(json);
}
Agora, verificaremos se o código trará os dados do Gilmore Girls para o meu terminal. Para isso executamos a aplicação, dessa vez, clicaremos no botão indicado pelo ícone de play localizado na barra de menu superior direita.
Analisando o terminal encontramos todas as informações referentes a primeira temporada, como os episódios, ano de lançamento, avaliação.
Comentamos anteriormente que ter uma classe de serviço específica é bacana. Isso porque, agora, por exemplo, podemos pegar o json
e chamar para consumir dados de um lugar completamente aleatório.
Vamos testar! No fim do código passamos json
igual à consupoApi.obterDados()
e passar como parâmetro uma API que devolverá uma imagem de café. Para isso, colamos a url referente ao café e na linha abaixo escrevemos System.out.println(json)
.
@Override
public void run(String... args) throws Exception {
var consumoApi = new ConsumoApi();
var json = consumoApi.obterDados("https://www.omdbapi.com/?t=gilmore+girls&apikey=6585022c");
// System.out.println(json);
// json = consumoApi.obterDados("https://coffee.alexflipnote.dev/random.json");
System.out.println(json);
}
}
Ao executar o código, visualizamos no terminal tanto as informações da série quanto a imagem do café, devolvida por um json
. Ao clicar na imagem, ela abre no navegador.
O legal de usar as boas práticas e ter uma classe específica para consumir uma API, é que não importa o tipo da API. A classe estará pronta, portanto, independente do tipo de API ela conseguirá realizar o mesmo trabalho, ou seja, buscar uma informação e devolver o json
.
É bem interessante pensarmos nesse tipo de boa prática de separar responsabilidades, deixá-la consumir a API em uma classe separada.
No vídeo seguinte continuaremos trazendo melhorias para a aplicação. Até lá!
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