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Segurança Psicológica: lidere e construa ambientes de confiança e inovação

Segurança psicológica na prática - Apresentação

Me chamo Alessandra Becker e este é o curso de Segurança Psicológica para Lideranças!

Audiodescrição: Alessandra é uma mulher de pele clara, com olhos castanhos e cabelos loiros lisos que caem abaixo dos ombros. Ela usa óculos com armação oval e redonda, e veste uma camiseta preta sem mangas. Ao fundo, há uma estante decorada à direita, iluminada em rosa, que se harmoniza com a parede ao redor.

O que aprenderemos?

Ao longo das aulas, exploraremos de forma aprofundada o conceito de segurança psicológica na prática. Discutiremos o que caracteriza ambientes psicologicamente seguros, diferenciaremos o que realmente é e o que não é segurança psicológica, e analisaremos como estes fatores influenciam o desempenho de times de alta performance. Além disso, abordaremos a relação intrínseca entre segurança psicológica, confiança e colaboração nas equipes.

Analisaremos a questão do medo e do silêncio no ambiente de trabalho, investigando como a cultura do medo se manifesta e quais comportamentos contribuem para o silenciamento. Discutiremos estratégias que, como pessoas líderes, podemos implementar para reduzir esse silenciamento em nossas equipes.

Também examinaremos a cultura organizacional que sustenta essas dinâmicas, identificando os valores que promovem um ambiente psicologicamente seguro e aqueles que, pelo contrário, prejudicam esse objetivo.

Além disso, exploraremos os artefatos e pressupostos que constituem as crenças compartilhadas dentro da cultura organizacional. Discutiremos os elementos que promovem ambientes psicologicamente seguros, identificando os fatores que mais favorecem essa condição. Traremos exemplos práticos que englobam desde valores até comportamentos, além de analisar a relação desses valores com a inovação e o desempenho nas equipes.

Também exploraremos o conceito de vulnerabilidade, que é uma habilidade essencial para a liderança na criação de um ambiente seguro. Analisaremos a diferença entre vulnerabilidade punida e vulnerabilidade premiada, examinando os efeitos e exemplos de cada uma dessas situações.

Por fim, discutiremos a influência que a pessoa líder exerce sobre sua equipe por meio de suas ações e habilidades. Identificaremos quais competências podem ser desenvolvidas, apresentando exemplos práticos de reflexões, práticas, perguntas e intervenções que o líder pode incorporar em seu repertório.

Abordaremos como essa pessoa líder pode promover todos os estágios da segurança psicológica, assegurando que os membros da equipe se sintam incluídos, tenham espaço para aprender, contribuam e desafiem o status quo.

Esperamos que todos tenham uma excelente jornada!

Segurança psicológica na prática - Compreendendo segurança psicológica

Segurança psicológica é um conceito fundamental que precisamos compreender, tanto no que diz respeito ao que ela é quanto ao que não é. Para isso, utilizamos como base a obra da doutora Amy C. Edmondson. Ela define segurança psicológica como:

"A crença compartilhada de que o grupo não punirá ou rejeitará alguém por expressar suas ideias, dúvidas, preocupações e erros".

A organização sem medo

Vamos destacar dois pontos fundamentais nesse conceito: a crença compartilhada, ou seja, um grupo de indivíduos acredita nisso; e o fato de que o grupo não punirá. Não se trata de uma pessoa ou outra, mas do grupo inteiro, do time, que não punirá seus participantes. Em outras palavras, segurança psicológica é a condição que permite compartilhar ideias e opiniões sem medo de rejeição ou retaliação - inclusive, o título do livro da doutora Amy Edmondson, que aborda esse tema, é "A Organização Sem Medo".

Ela afirma que, para que o trabalho intelectual floresça, o ambiente deve permitir que as pessoas compartilhem seu conhecimento, preocupações, erros e ideias ainda não totalmente formadas, sem medo de represálias.

Diversas pesquisas destacam a importância e o efeito da segurança psicológica no ambiente de trabalho. A doutora Amy iniciou seus estudos há 25 anos, com uma publicação em 1999. O tema ganhou relevância com o estudo da Google em 2012, chamado Projeto Aristóteles, que identificou a segurança psicológica como um fator essencial para o desempenho das equipes. Equipes de alto desempenho precisam, em primeiro lugar, de segurança psicológica.

Em 2017, a Universidade de Harvard também destacou em um estudo a segurança psicológica como fundamental para o aprendizado e a melhoria contínua nas organizações. Em 2019, a Gallup apontou em um estudo a segurança psicológica como importante para a retenção de talentos, um desafio para organizações e lideranças. Mais recentemente, em 2021, a McKinsey relacionou segurança psicológica ao bem-estar durante a pandemia, mostrando a correlação entre ambientes psicologicamente seguros e o bem-estar dos colaboradores.

Uma reflexão importante é pensar em momentos em que fomos mais produtivos, criativos ou inovadores. Que ambiente era esse? Quais eram os componentes que permitiram atingir o auge de produtividade, criatividade e inovação? Possivelmente, esse ambiente atendia a necessidades básicas - tema no qual podemos referenciar a Pirâmide de Maslow. Alguns cientistas sociais inclusivem trazem a segurança psicológica com parte dessas necessidades básicas.

A segurança psicológica é um bom preditor de experiências de trabalho positivas. Ela é uma condição essencial para melhor desempenho, produtividade, qualidade, segurança dos processos, criatividade e inovação. Sem segurança psicológica, esses aspectos podem não ocorrer. Quando presente, é um indicativo de que tudo isso acontecerá.

Segurança psicológica significa assumir riscos interpessoais, como falar e discordar abertamente, sem medo de prejuízos. É expor preocupações sem medo de repercussões negativas, mesmo ao comunicar más notícias. Em um ambiente seguro, podemos trazer nossas preocupações.

Por fim, é importante destacar o que não é segurança psicológica. Não se trata de gentileza, mas de promover atrito intelectual em vez de social. Não é um aspecto de personalidade, não está relacionado a ser extrovertido ou introvertido. Também não é sinônimo de confiança, que ocorre entre dois indivíduos, pois a segurança psicológica acontece no grupo. E não é um ambiente em que vale tudo; há limites e responsabilização, sem cruzar a barreira da incivilidade. Segurança psicológica envolve todos esses ingredientes.

Segurança psicológica na prática - Ambientes psicologicamente seguros

Quais são as características dos ambientes psicologicamente seguros e também daqueles inseguros?

Em um ambiente psicologicamente seguro, as pessoas não são impedidas pelo medo interpessoal, ou seja, o medo não as paralisa nem as faz fugir daquele ambiente. As pessoas se sentem mais dispostas a aceitar os riscos inerentes à sua franqueza, ou seja, podemos ser honestos e expressar o que pensamos ou sentimos sobre determinada situação, comportamento ou encaminhamento, tanto dos nossos pares quanto da nossa liderança. Se somos líderes, também podemos ser honestos em relação aos nossos liderados.

Em um ambiente seguro, as pessoas têm mais vontade de compartilhar suas preocupações e falar sobre seus erros, permitindo que esses erros sejam oportunidades de aprendizado, em vez de serem ignorados. Trabalhamos mais com perguntas do que com respostas, e é seguro fazer perguntas, pois não existem perguntas bobas. Em um ambiente psicologicamente seguro, as pessoas tendem a confiar umas nas outras, sabendo que é seguro trabalhar com colegas, líderes e liderados.

A segurança psicológica é crucial para criar valor dentro da organização, o que significa maximizar o desempenho organizacional. Em um ambiente de segurança psicológica, as pessoas podem nutrir melhores relações, sendo encorajadas a compartilhar suas ideias criativas sem medo de julgamento pessoal. Valorizamos as contribuições uns dos outros, seja de colegas, colaboradores liderados ou líderes, e isso acontece de forma orgânica dentro do time. As pessoas se preocupam com o bem-estar umas das outras e observam como o trabalho acontece, com o líder tendo informações sobre como o time executa suas tarefas.

Onde não há segurança psicológica, nada disso acontece. As pessoas tendem a não compartilhar feedbacks, inclusive de forma ascendente, pois um liderado não trará feedback para o líder sabendo que é inseguro fazê-lo. Em um ambiente onde não fomentamos o compartilhamento, não saberemos se estamos indo na direção errada ou onde podemos fazer diferente, o que impede nosso desenvolvimento, um dos principais objetivos dos feedbacks. Quando não há espaço seguro, as pessoas tendem a não admitir seus erros, não assumindo responsabilidade ou culpa, por medo de serem responsabilizadas, deixadas de lado, perderem uma promoção ou serem ridicularizadas. Isso cria um ambiente onde erros são ignorados e não aprendemos com eles.

Um dos sinais de falta de segurança psicológica é quando as pessoas deixam de falar a verdade para seus líderes. Como líderes, devemos nos perguntar quanto recebemos de conversas significativas, sinceras e proveitosas, mesmo que doloridas, para entender se há espaço seguro para que as pessoas tragam suas contribuições.

Em um ambiente inseguro, as pessoas são menos inovadoras, pois a inovação depende de um espaço seguro. Não acertamos de primeira ao desenvolver algo novo, e se o espaço não é seguro para errar, relatar erros, pedir ajuda ou admitir desconhecimento, seremos menos inovadores, permanecendo na zona de conforto.

"Elefantes na sala"

A expressão "elefantes na sala" refere-se a situações difíceis de ignorar. Se um elefante aparecer na sala, será difícil não vê-lo. São situações que não conseguimos ignorar, mas que evitamos discutir ou abordar, esperando que se resolvam sozinhas. Para lidar com esses "elefantes", o primeiro passo é reconhecer a importância dos relacionamentos e entender como eles afetam o desempenho organizacional. Devemos observar nossas relações como líderes e entre liderados.

No segundo passo, a partir dessa observação, identificamos padrões nos relacionamentos que podem contribuir para problemas e mal-entendidos. Refletimos sobre nosso papel nesses relacionamentos, avaliando nosso comportamento e buscando entender as perspectivas das outras pessoas. Geralmente, acreditamos que nosso ponto de vista é o mais acertado, mas é importante explorar nossos pontos cegos, invisíveis no dia a dia.

Adotar a perspectiva do outro é um convite para desenvolver empatia, essencial para lidar com questões difíceis. Devemos nos comunicar de forma aberta, transparente e direta, sem agressividade, buscando equilíbrio e assertividade, mantendo a empatia. Isso nos ajuda a entender como o outro pensa e sente, podendo até mudar nossa abordagem.

No penúltimo passo, estabelecemos metas compartilhadas para situações desafiadoras, definindo objetivos comuns e contratos coletivos com o time, onde todos conhecem seus papéis. Por fim, celebramos, um passo importante em vários processos, apreciando as diferenças e aprendendo com elas. Lidamos com questões difíceis reconhecendo sua existência, conversando de forma empática e aberta, estabelecendo objetivos e celebrando perspectivas distintas, evoluindo em um ambiente onde todos queiram estar.

Sobre o curso Segurança Psicológica: lidere e construa ambientes de confiança e inovação

O curso Segurança Psicológica: lidere e construa ambientes de confiança e inovação possui 160 minutos de vídeos, em um total de 43 atividades. Gostou? Conheça nossos outros cursos de Liderança em Inovação & Gestão, ou leia nossos artigos de Inovação & Gestão.

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