Olá! Eu sou o Roberto Pina, boas-vindas a este curso de Transformação Digital: Alinhamento Estratégico! O público-alvo deste curso é formado por:
Este é o segundo curso da série de formação em Transformação Digital. No curso anterior, abordamos o conceito de transformação digital e introduzimos os quatro pilares que o sustentam. Agora vamos falar do alinhamento entre a transformação digital e a estratégia da empresa.
Nosso objetivo é fornecer uma visão ampla a respeito do tema, que vai muito além de aspectos puramente técnicos. Como vimos anteriormente, a transformação digital está em um contexto de gestão de valor do negócio e uso da tecnologia para operacionalizar determinados aspectos desta entrega de valor.
Primeiro, falaremos do conceito de estratégia corporativa, ou seja, os fundamentos da estratégia clássica.
Em seguida, falaremos do posicionamento de mercado e análise de importância vs. desempenho.
Falaremos da urgência em adaptar a proposta de valor.
Redes de clientes
Inovação via tecnologia
Na sequência, começaremos o nosso conteúdo falando dos conceitos de estratégia, missão e visão. Vamos lá?
A Transformação Digital tem como pilares:
Estes temas, quando bem desempenhados pela organização, criam um ambiente propício à Transformação Digital. Todos esses pilares se apoiam no alicerce do valor gerado para o(a) cliente.
Para perseguirmos o valor oferecido ao(à) cliente, a organização precisa contar com uma estratégia, que deve ser consistente e eficaz na adição de valor. Por fim, a Transformação Digital precisa dialogar com essa estratégia.
Trata-se de um conceito de origem militar, relacionado ao uso de meios e planos para atingir objetivos. Assim, criamos um planejamento ou posicionamento para alcançar determinados objetivos. No nosso caso, esse objetivo seria a adição de valor.
Um conceito fundamental da estratégia é o de visão, que estabelece onde a empresa deseja chegar, qual o seu grande sonho.
Por exemplo, digamos que eu tenha um restaurante e minha visão para o negócio seja "Tornar o nosso restaurante o mais original do Brasil antes de 2025". Esse seria o meu sonho, portanto.
Algumas questões para ordenar o nosso raciocínio em torno da definição de uma visão são as seguintes:
Essas perguntas podem nos ajudar a compor a visão.
Já a missão envolve o que a empresa se propõe a fazer (qual a sua finalidade) e para quem.
No exemplo do restaurante, uma possível missão seria "Oferecer um conceito totalmente novo de restaurante, futurista, de tal forma a prover uma experiência diferenciada com preços premium", ou seja, para um público de maior poder aquisitivo.
Perceba que a visão é o nosso grande sonho e a missão vai um pouco mais fundo, dando um direcionamento ao que nos propomos a fazer e indicando qual o nosso público-alvo.
Algumas questões que podem ajudar a definir a missão são:
Então, o fundamental é ter uma visão clara e uma missão coerente. A partir daí, vamos desdobrar objetivos e metas. Contamos com algumas ferramentas para nos ajudar a atingir esses objetivos. É disso que falaremos na sequência.
Como já vimos, a missão e a visão são os elementos essenciais da estratégia clássica.
Para atingirmos a nossa missão, é necessário termos objetivos.
Um objetivo define o que deve ser alcançado para apoiar a missão. Por isso, uma mesma missão tem vários objetivos associados a ela.
No nosso exemplo do restaurante, um possível objetivo seria "conseguir uma reputação que atraia e fidelize clientes de bom poder aquisitivo". Essa é a definição de um fato que, se acontecer, nos ajudará a alcançar a nossa missão.
Já as metas são alvos dos objetivos ou parâmetros, normalmente mensuráveis. Uma meta geralmente traz um propósito numérico que, se for alcançado, significa que atingimos o nosso objetivo.
Um exemplo de meta para o nosso restaurante seria "Figurar até 2030 entre os 10 restaurantes mais apreciados do Brasil no ranking do TripAdvisor". Perceba que temos um componente numérico: queremos figurar entre os 10 melhores restaurantes no ranking.
O atingimento dessa meta contribui para o objetivo. Enquanto que a meta apresenta um número a ser alcançado, o objetivo tem um caráter mais qualitativo.
A estrutura do nosso desdobramento estratégico tem:
Os objetivos podem ter uma ou mais metas e, para atingi-las, precisamos desenvolver ações. Assim, as ações em tese nos permitirão atingir as metas, que nos levarão a alcançar os nossos objetivos.
Digo "em tese" porque, quando definimos um objetivo ou meta, estamos definindo uma hipótese. Assim, se uma ação ajuda no atingimento de uma meta, estamos supondo que isso contribuirá para alcançarmos o objetivo ao qual aquela meta pertence.
Mas devemos ter em mente que o objetivo é o fim último da nossa ação. Se as metas não estiverem bem definidas, elas podem ser atingidas sem estarem conectadas ao objetivo final. Esse é um risco que existe nessa estrutura estratégica.
Por isso, devemos trabalhar com ações voltadas às metas, mas precisamos ter em mente que o que nos interessa de fato é atingir o nosso objetivo.
O atingimento "cego" das metas pode não contribuir para o objetivo se as metas não forem bem definidas. Precisamos ficar de olho no objetivo ao realizarmos os nossos esforços e, eventualmente, trocarmos as metas para outras que sejam melhores, mais factíveis e dialoguem melhor com os objetivos.
Para compor um conjunto de ações adequadas ao atendimento da estratégia, existem algumas abordagens. Uma delas é o BSC, o Balanced Scorecard, que propõe que enxerguemos a estratégia por meio de quatro perspectivas:
A perspectiva de aprendizado e crescimento tem a ver com os feedbacks que obtemos do mercado e com a nossa evolução do ponto de vista tecnológico.
Cada perspectiva tem seus próprios objetivos. Estes dialogam entre si e compõem uma espécie de rede de objetivos que definem a linha de ação mais ampla da estratégia.
A partir das perspectivas do BSC, os objetivos se relacionam uns com os outros.
Por exemplo, tomemos dois objetivos distintos: "Reduzir custos de produção" e "Produzir produtos mais lucrativos". Ambos estão inseridos na perspectiva de processos internos e contribuem para "Melhorar o resultado", um objetivo da perspectiva financeira.
Essa rede de objetivos funcionaria com uma relação de causa e efeito entre cada objetivo. Isso nos conduz ao mapa estratégico.
Nele, expomos diferentes perspectivas, cada uma com seus objetivos. Fazemos a ligação entre estes objetivos por meio de setas que indicam a relação de causa e efeito entre eles.
Perceba que da perspectiva do(a) cliente, temos os objetivos "Melhora do valor percebido pelos(as) clientes" e "Obtenção de clientes com maior poder de compra". Ambos contribuem para um terceiro objetivo ainda na perspectiva do(a) cliente, que é a "Venda de produtos mais lucrativos".
Assim, começamos a traçar um caminho. Se os dois primeiros objetivos forem atingidos, eles ajudam a alcançar o terceiro.
Já o objetivo "Venda de produtos mais lucrativos" contribui para alcançarmos o objetivo "Aumento da rentabilidade", que está inserido na perspectiva financeira.
O objetivo "Obtenção de clientes com maior poder aquisitivo" também contribui para o "Crescimento da receita", objetivo inserido na perspectiva financeira. O "Aumento da rentabilidade" e o "Crescimento da receita" contribuem para a "Melhoria do retorno sobre o investimento".
Assim, um objetivo conduz a outro e vamos gradualmente contando a história da nossa estratégia. O mapa estratégico nos guia até o atingimento dos objetivos.
Em linhas gerais, essa é a ideia do BSC.
Outro instrumento que pode nos ajudar no gerenciamento da nossa estratégia são as OKRs, ou Objetivos e Resultados-Chave.
Os OKRs são uma sistemática para definir metas que apoiam o atingimento de objetivos.
Um OKR é composto por duas partes:
Cada objetivo tem um número de resultados-chave. Quando atingimos os resultados-chave, estamos contribuindo para o atingimento daquele objetivo com o qual estes se relacionam.
O objetivo é aquilo que se deseja conseguir.
Um objetivo deve ser:
Um resultado-chave é uma métrica que mede o progresso em direção ao atendimento do objetivo.
Um resultado-chave deve ser:
Para fazermos a declaração de uma OKR, existe uma sintaxe definida pela Fórmula de Doerr, que é a seguinte:
"Eu vou (objetivo) medido por (resultado-chave)".
Exemplo:
Eu vou: melhorar o meu resultado financeiro.
Medido por:
Então, um OKR é o conjunto de um objetivo e seus resultados-chave. A ideia é perseguir os resultados-chave, mas estar sempre de olho no objetivo e mudar os resultados se necessário. Ter um conjunto de OKRs e trabalhar com ele nos ajuda a nortear nossos esforços para atingir nossos objetivos e cumprir a estratégia da organização.
Na sequência, começaremos a falar de competitividade e mercado. Vamos lá?
O curso Transformação digital: alinhamento estratégico possui 98 minutos de vídeos, em um total de 49 atividades. Gostou? Conheça nossos outros cursos de Administração e Gestão em Inovação & Gestão, ou leia nossos artigos de Inovação & Gestão.
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