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A mais recente evolução na história da manufatura, a indústria 4.0 é definida como uma era de transformação digital, impulsionada pela convergência de tecnologias avançadas.
Ela representa a quarta fase das revoluções industriais (e por isso também é conhecida como 4ª Revolução Industrial), sucedendo à invenção da máquina a vapor, a energia elétrica (que permitiu a produção em massa) e a criação dos computadores, os fatores impulsionadores de cada grande salto do setor na história.
O conceito foi criado na Alemanha, em meados de 2010, como parte de uma iniciativa estratégica para promover a digitalização e a automação industrial. Desde então, a indústria 4.0 vem sendo caracterizada pelo uso de tecnologias como internet das coisas, Big Data, computação em nuvem e inteligência artificial.
Esses elementos, ancorados a alguns pilares, trazem benefícios como a otimização e agilidade nos processos, flexibilidade na produção e análise de dados em tempo real.
Neste artigo, vamos elencar quais são esses pilares da indústria 4.0, para que você possa entender ainda mais sobre esse conceito e aplicá-lo de forma eficaz na sua empresa.
No artigo Design principles for industrie 4.0 scenarios, Mario Hermann, Tobias Pentek e Boris Otto definem quatro pilates para a formação da indústria 4.0: cyber physical systems (CPS), internet das coisas (IoT), internet of services (IoS) e fábricas inteligentes.
Vamos destrinchá-los agora.
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Os Sistemas de Controle Ciber-Físicos (CPS) são sistemas que permitem a conexão de operações com infraestruturas de computação e comunicação automatizada. Ou seja, eles permitem a integração do físico com o digital, utilizando computadores embarcados e redes que geram respostas instantâneas.
Os CPS são compostos por uma unidade de controle responsável por comandar sensores e atuadores, tecnologias de identificação, mecanismos de armazenamento e análise de dados.
A base e um dos principais pilares da indústria 4.0, a IoT é a rede de dispositivos físicos, sistemas, plataformas e aplicativos equipados com sensores, softwares e conectividade, permitindo que eles coletem e transmitam dados em tempo real.
Falamos mais sobre a internet das coisas neste artigo.
Uma vez que a rede da IoT esteja funcionando perfeitamente, ela vai gerar dados que, quando processados e analisados em conjunto, vão fornecer informações valiosas. A partir delas, é possível melhorar a oferta de serviços ou até criar novos produtos.
Essa geração de serviços intrinsecamente ligados à IoT é chamada de internet dos serviços (IoS).
Trazendo um exemplo real para ficar mais claro: a Otis, que fabrica elevadores, esteiras e escadas rolantes, tem produtos com sensores que enviam dados em tempo real sobre o desempenho, condições operacionais e eventuais falhas dos equipamentos.
Com base na análise dessas informações, o sistema pode prever potenciais problemas e paralisações não planejadas. A empresa oferece, então, um pacote de serviços de manutenção preventiva que evitam essas situações.
Nas fábricas inteligentes, máquinas, pessoas e Big Data são integrados e conectados em um único ecossistema digital.
Com um alto nível de automação, esse tipo de indústria analisa dados, obtém insights para prever tendências e padrões e aprimora seus processos para otimizá-los. Assim, os sistemas geram ganhos significativos de eficiência, tempo, recursos e custos.
Quando esses quatro pilares trabalham em conjunto, cria-se um ambiente de produção altamente conectado, adaptável e eficiente.
Pense em uma fábrica de automóveis, por exemplo. Nela, existem robôs industriais que montam os componentes dos veículos. Esses robôs são controlados por sistemas ciber-físicos, que combinam hardware físico (os próprios robôs) com software inteligente.
Cada máquina na fábrica, incluindo os robôs, está equipada com sensores IoT. Esses sensores coletam e enviam em tempo real uma variedade de dados, como temperatura, vibração, consumo de energia e status de operação.
Para gerenciar os serviços relacionados à produção, manutenção e logística, a empresa utiliza uma plataforma IoS. Então, quando um sensor detecta uma anomalia em um dos robôs, ele envia automaticamente um alerta para a equipe de manutenção por meio dessa plataforma. Assim, o time pode visualizar detalhes sobre a falha, incluindo instruções de reparo e disponibilidade de peças de reposição.
Com base nos dados coletados pelos sistemas ciber-físicos e IoT, a fábrica pode otimizar continuamente seus processos de produção. Por exemplo, se os sensores detectarem que um determinado modelo de veículo está tendo uma taxa de defeitos mais alta do que o esperado, os sistemas ciber-físicos podem ajustar automaticamente as configurações dos robôs para melhorar a qualidade.
Além disso, a fábrica pode usar análises avançadas dos dados coletados para prever demandas futuras, otimizar o uso de recursos e antecipar problemas potenciais, garantindo assim uma produção mais eficiente e adaptável.
Além dos pilares da indústria 4.0, Hermann, Pentek e Otto também identificaram seis requisitos para a sua implementação:
É o que possibilita a conexão, comunicação e cooperação entre sistemas diversos, independentemente do fabricante ou tecnologia utilizada, promovendo uma integração fluida nos processos.
Envolve a criação de representações digitais de sistemas físicos, processos e recursos, permitindo simulações e análises detalhadas antes da implementação.
Consiste na distribuição do controle e tomada de decisão entre equipes e sistemas, permitindo uma resposta mais rápida e adaptativa às mudanças nas condições de produção.
Refere-se à capacidade de produzir e tomar decisões em tempo real, ajustando dinamicamente os processos de manufatura de acordo com as demandas do mercado.
É a organização dos processos de produção em torno de serviços modulares e interconectados, com base em necessidades específicas e personalizadas para o cliente.
Consiste na concepção de sistemas e processos em módulos independentes e intercambiáveis, que são capazes de se adaptar a mudanças abruptas com rapidez e sem grandes impactos.
Os pilares da indústria 4.0 representam os fundamentos sobre os quais essa transformação industrial está sendo construída. Cada um deles desempenha um papel, que, combinados, ajudam a aumentar a eficiência operacional do negócio.
A interoperabilidade permite que máquinas, sistemas e dispositivos se comuniquem e trabalhem juntos de maneira harmoniosa, promovendo uma integração ao longo de toda a cadeia de operação. Isso não só otimiza o desempenho, como também abre portas para uma maior colaboração entre empresas e parceiros.
A virtualização, por sua vez, oferece um ambiente seguro para o desenvolvimento e teste de novos produtos, reduzindo custos e tempo de produção. Ela também permite simulações detalhadas que ajudam na tomada de decisões.
Já a descentralização cria um ambiente operacional que tem mais flexibilidade e autonomia, capacitando equipes e sistemas para tomar ações ágeis e adaptativas às mudanças e demandas do mercado. Enquanto isso, a capacidade de adaptação em tempo real possibilita ajustes dinâmicos na produção, permitindo respostas rápidas que facilitam a personalização em massa.
Ao organizar os processos em torno de serviços modulares, a orientação a serviços acaba promovendo mais flexibilidade e escalabilidade na manufatura. E, por fim, a modularidade simplifica o design e a manutenção dos sistemas industriais, reduzindo custos e tempo de inatividade.
Em conjunto, a execução dos pilares da indústria 4.0 traz um importante diferencial competitivo para as empresas do setor, que enfrentam um mercado extremamente competitivo e em constante evolução.
Ainda que seja o futuro do setor, a implantação da indústria 4.0 ainda engatinha no Brasil. Segundo dados da International Market Analysis Research and Consulting (IMARC), a América Latina representa apenas 7,2% do mercado dessa indústria digital no mundo.
Isso pode acontecer por alguns motivos. Um deles é a falta de habilidades e conhecimentos técnicos. A transição para a indústria 4.0 requer profissionais qualificados, já que a introdução de novas tecnologias só trará resultados se houver uma equipe capacitada para torná-las parte de seus processos. Portanto, é fundamental investir em treinamentos em áreas como tecnologia da informação, ciência de dados e automação.
Outro desafio significativo é o custo elevado de sistemas, hardwares, softwares, infraestrutura de rede e cibersegurança – especialmente para empresas de menor porte. Como muitas vezes o retorno sobre o investimento não é imediata, isso pode acabar desencorajando alguns negócios a embarcarem nesse processo de digitalização.
Além disso, a implementação dos pilares da indústria 4.0 pode esbarrar na resistência à mudança caso a organização não tenha uma cultura mais focada em inovação. A introdução de novas tecnologias pode causar desconforto entre as pessoas colaboradoras, principalmente se os métodos de trabalho forem mais tradicionais.
Não tem mais volta: o futuro do setor industrial está na tecnologia. Com uma rápida evolução tecnológica e a automação cada vez mais presente em todos os aspectos das nossas vidas, as fábricas precisam se adaptar.
A digitalização representa não é mais só uma questão de sobrevivência, mas também de prosperidade: segundo a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), a adoção de pilares da indústria 4.0 no Brasil poderia gerar uma economia de R$ 73 bilhões ao ano. Além disso, as empresas que reconhecem a importância de investir em processos digitais terão um forte diferencial competitivo em um mercado extremamente globalizado.
Mas, nada disso será possível sem o envolvimento da peça-chave de qualquer organização: as pessoas. Por isso, é preciso preparar as equipes para a realidade futura do setor, pensando em programas que capacitem e desenvolvam os profissionais em tecnologias emergentes. Além disso, é fundamental promover uma cultura de aprendizado contínuo e de adaptação às mudanças.
Ao investir no desenvolvimento de seus times, as empresas estarão não apenas preparando-se para enfrentar os desafios da indústria 4.0, mas também garantindo uma força de trabalho qualificada e capacitada para impulsionar a inovação e o crescimento sustentável.
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