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A todo momento surgem novas tecnologias, que podem ser utilizadas a favor das empresas, visando automatizar tarefas operacionais e proporcionar mais tempo para pensar estrategicamente e atuar com qualidade em tarefas importantes — melhorando a eficiência operacional do negócio. Ao mesmo tempo, cresce também a demanda pela qualidade de vida no ambiente de trabalho.
Neste cenário, abordagens como o “Movimento Slow”, uma revolução cultural destinada a combater a noção de que a rapidez é o melhor caminho, surge como uma estratégia para colocar em prática essas novas tecnologias. E aliar, assim, a inovação com a qualidade e o bem-estar das pessoas.
Este conceito foi abordado em 2024 no livro: “In Praise of Slow: How a Worldwide Movement Is Challenging the Cult of Speed”, de Carl Honoré. O livro, cujo título pode ser traduzido para o português como: “Em louvor à lentidão — como um movimento mundial está desafiando o culto à velocidade”, aborda o crescimento do movimento Slow mesmo em um mundo preso em um modo de aceleração.
Ao contrário do que se imagina, a filosofia Slow propõe não que as coisas devam ser feitas em baixa velocidade, mas sim na velocidade certa, priorizando a qualidade. Essa abordagem tem permeado todos os campos da nossa vida, e este artigo se propõe a explicar o movimento Slow Work, que tem conquistado cada vez mais pessoas em todo o mundo.
Mas, afinal, o que é o Slow Work e por que este movimento está ganhando tanta popularidade? É isso que veremos adiante!
Slow work é um termo em inglês que pode ser traduzido como “trabalho lento”. Trata-se de uma abordagem que preza pela qualidade em vez da quantidade. Isso não significa, necessariamente, trabalhar menos ou mais devagar, mas sim com mais atenção, foco e intenção.
O conceito de slow work nasce como uma resposta ao ritmo acelerado e estressante do mundo corporativo moderno, onde o burnout se tornou “comum”. Ele valoriza a qualidade e o bem-estar acima da velocidade, promovendo um ambiente que favoreça a criatividade, a inovação e o desenvolvimento pessoal.
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Ao contrário das práticas de trabalho tradicionais, que enfatizam a velocidade e a eficiência a qualquer custo, as empresas slow work valorizam a qualidade sobre a quantidade. Elas promovem um ambiente de trabalho mais equilibrado e saudável, onde o bem-estar das pessoas colaboradoras é tão importante quanto os resultados.
Mas quais as diferenças fundamentais entre as organizações tradicionais e as que adotam o slow work? Empresas que adotam este conceito buscam criar um equilíbrio, onde as pessoas colaboradoras têm o tempo necessário para pensar, criar e inovar sem a pressão constante de prazos curtos e sobrecarga de tarefas.
Elas incentivam os colaboradores e colaboradoras a desacelerar, refletir e se concentrar na tarefa em mãos, em vez de se apressar para cumprir prazos apertados.
Essa tendência está mudando o cenário empresarial, uma vez que as empresas estão percebendo que, ao adotar o slow work, podem aumentar a satisfação no trabalho, melhorar a experiência das pessoas colaboradoras, a produtividade e promover uma cultura organizacional mais positiva, sem prejuízo aos resultados do negócio
A adoção do slow work provoca uma mudança significativa na dinâmica de trabalho das empresas. Em vez de priorizar a velocidade e a eficiência, essa abordagem enfatiza a qualidade e a atenção aos detalhes.
Esse movimento traz consigo inúmeros benefícios que vão além da simples redução do estresse. Ao desacelerar o ritmo, é possível se concentrar mais profundamente nas tarefas, resultando em um aumento significativo na qualidade e na produtividade.
O slow work também favorece a saúde mental, em um cenário onde a pressão pela produtividade é constante. Ele oferece uma alternativa saudável, promovendo pausas regulares e uma abordagem mais equilibrada para o trabalho, ajudando a reduzir os níveis de estresse e ansiedade, e melhorando a saúde mental das pessoas colaboradoras.
Pode parecer contraditório à primeira vista, mas essa abordagem aumenta a produtividade. Ao desacelerar, é possível realizar o trabalho com mais eficiência e qualidade, por permitir a reflexão sobre as tarefas e possibilitar uma concentração muito maior, resultando em um trabalho mais cuidadoso e bem pensado.
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Mesmo se tratando de um conceito mais lento, é importante lembrar que o slow work é uma abordagem atual que faz parte da cultura digital e amplifica o potencial de inovação.
Quando as pessoas têm espaço para pensar e colaborar de maneira mais tranquila, a criatividade flui mais facilmente, promovendo soluções e inovações de forma orgânica, em uma cultura onde as pessoas não apenas reagem a crises ou necessidades imediatas, mas podem antecipar tendências e desenvolver soluções de longo prazo.
Neste cenário, a tecnologia — especialmente as automações e a inteligência artificial (IA), podem ser grandes aliados no movimento slow work. Entenda melhor como elas podem ajudar:
Implementar o slow work nas empresas exige uma mudança cultural significativa, assim como a adoção de práticas e políticas que promovam um ritmo de trabalho mais saudável e sustentável. A seguir, destacamos algumas estratégias e desafios para a implementação do slow work:
É essencial substituir a ênfase na rapidez e quantidade pela qualidade e impacto dos resultados. As metas devem valorizar a inovação, o desenvolvimento sustentável e o bem-estar dos colaboradores e colaboradoras. Por isso, é importante integrar métricas de satisfação e equilíbrio entre vida pessoal e trabalho nos indicadores de sucesso da empresa.
Desenvolver processos para identificar e priorizar tarefas realmente importantes é fundamental para reduzir a sobrecarga e o trabalho desnecessário. Limitar o número e a duração de reuniões, adotando alternativas assíncronas sempre que possível para reduzir interrupções também é um passo importante para a implementação do slow work.
Como vimos, implementar ferramentas de automação para tarefas repetitivas, permite que as pessoas colaboradoras concentrem sua energia em atividades de maior valor. Além disso, utilizar IA para fornecer insights e apoio à decisão, facilita um trabalho mais calmo e menos dependente de prazos apertados.
Oferecer horários flexíveis e promover a autonomia no gerenciamento do tempo, permite que os colaboradores e colaboradoras trabalhem em seus próprios ritmos. Também é essencial incentivar pausas regulares e a desconexão fora do horário de trabalho para evitar o esgotamento.
Para ser possível implementar o slow work, é importante contar com algumas ferramentas e técnicas que ajudam a promover um fluxo de trabalho mais tranquilo:
O sucesso na implementação do slow work pode ser comprovado por inúmeras empresas ao redor do mundo. Um exemplo bem conhecido é da big tech Google, que incorporou práticas de slow work ao oferecer espaços de relaxamento e períodos regulares de descanso para sua equipe. Esta estratégia resultou em uma maior satisfação no trabalho e aumento da produtividade.
Outro exemplo notável é a Patagonia, uma empresa de vestuário outdoor, que adotou o slow work ao implementar horários flexíveis e incentivar os funcionários e funcionárias a tirarem um tempo para realizar atividades ao ar livre. Isso não só melhorou a qualidade de vida das pessoas, mas também impulsionou a criatividade e o engajamento.
Por fim, vale destacar a Basecamp, uma empresa de software que adotou uma semana de trabalho de 4 dias durante o verão, permitindo que as pessoas colaboradoras desfrutem de mais tempo livre. Isso resultou na redução de casos de burnout e maior retenção de talentos.
Estes são apenas alguns de inúmeros outros casos que demonstram como o slow work pode ser benéfico para as empresas. Cada organização implementou o conceito à sua maneira, adaptando-o às suas necessidades específicas, mas todas tiveram resultados positivos.
Entre os diversos desdobramentos do movimento slow, a aplicação
desses princípios ao âmbito do trabalho é considerado seu maior desafio. Com isso, a implementação do slow work demanda um esforço consciente para reavaliar e ajustar as práticas corporativas.
Confira alguns dos desafios que podem ser enfrentados neste processo:
Muitas empresas e profissionais acabaram normalizando uma cultura de urgência e alta pressão. Para mudar essa mentalidade pode haver resistência, tanto por parte da liderança quanto de pessoas colaboradoras.
Neste ponto, é essencial promover cursos e treinamentos para capacitar sua equipe a aderir a essas mudanças, além de tornar o conhecimento igual a todos e promover a inclusão nos nos setores da empresa.
Pode ser difícil para as empresas encontrar o equilíbrio entre manter a produtividade e reduzir a pressão e a velocidade. O desafio é garantir que o slow work não seja visto como um sinônimo de baixa performance.
Implementar o slow work pode exigir uma reestruturação das práticas de gestão e liderança, que devem ser mais centradas no apoio e menos no controle, gerando mais autonomia aos times.
A introdução de automação e IA deve ser feita de maneira a apoiar o ritmo mais tranquilo, e não para aumentar a carga de trabalho. Para isso, é importante garantir que a tecnologia seja vista como uma aliada e não como um substituto humano.
A aceleração e intensificação dos processos são características marcantes da nossa época. Por isso, o slow work surge como uma forma de utilizar as inovações tecnológicas a favor das empresas e pessoas colaboradoras, para tornar o cotidiano mais tranquilo e possibilitar mais “tempo livre”.
Podemos elencar o equilíbrio como o conceito chave dessa abordagem, que busca nada mais do que a moderação entre as tarefas e prazos, reconhecendo as prioridades e os limites.
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